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Archive for janeiro \29\+00:00 2008

Marlon Brando

janeiro 29, 2008 3 comentários

Marlon Brando. Considerado por muitos o melhor ator de todos os tempos, servindo de exemplos para seguidores como Al Pacino e Robert deNiro, formando vários dos melhores papéis da história do cinema. É certo falar que um ator é um gênio? O que seria um gênio? Talvez Brando não acertou sempre, sim tivemos erros, mas quando acertou marcou profundamente o cinema em todo.

Filho de pais separados, Marlon Brando nasceu em Omaha, nos Estados Unidos, mas logo com 11 anos, sua mãe o mandou para viver na Califórnia. Já cedo, com a ausência dos pais em sua infância ele começou a se interessar por teatro, e se envolveu nisso. Brando estudou em várias escolas de teatro e nelas aprendeu uma técnica que virou um marco em sua carreira,e também na de vários atores,aprendeu a largar as atuações teatrais que existia na maioria dos atores e começar a atuar com movimentos espontâneos, movimentos que lembram as pessoas em suas vidas (a cena final de “Último Tango em Paris” reflete o que quero dizer).
O fato é que Marlon Brando começou a chamar a atenção na peça de Tennessee Williams: “Um Bonde Chamado Desejo“, fez sucesso subretudo com o público feminino, onde as mulheres iam a loucura para ver aquele ator, e as oportunidades para o cinema não tardariam a aparecer, em 1950 ele atuou em “Espíritos Indômitos“, mas foi em 1951 que veio a consagração.
Elia Kazan decidira levar a peça “Um Bonde Chamado Desejo“, no Brasil “Uma Rua Chamada Pecado” para o cinema, e Marlon Brando foi convidado para reviver o papel de Satanley. “Uma Rua Chamada Pecado” virou uma marco na história do cinema e o elevou a status de astro de Hollywood,o que não era para menos,suas cenas com a já veterana Vivien Leigh são as melhores que um casal já fez em toda a história do cinema.O público se dividia entre a romântica e sonhadora Blanche e o selvagem e grosso Stanley. O sucesso do filme foi tanto que todo o elenco principal foi indicado ao Oscar, e o filme levou na categoria de Melhor Atriz, Ator coajuvante e atriz coajuvante, só Brando saiu de mãos abanando, mas não faria mal, o simples fato de conseguir atuar à altura de Vivien Leigh (que fez a maior atuação feminina da história do cinema) e não apenas servir de escada para ela já valera o trabalho.

Uma Rua Chamada Pecado” foi o primeiro de muitos filmes dele com Elia Kazan, deixando de lado o tipo galã, em 1952 Brando seria novamente indicado ao Oscar por seu papel em “Viva Zapata!“, onde interpretava o líder revolucionário mexicano, e recebeu uma nova indicação ao Oscar por seu papel como Marco Antônio em “Júlio Cesar“, em 1953, também em 1953 ele virou ícone dos adolescentes por fazer um personagem rebelde e delinqüente em “O Selvagem“, muitos consideram o filme subestimado, mas o fato é que foi um grande marco no início da década de 50.

Marlon Brando já tinha sua carreira sólida e carregava Hollywood na palma da mão,seus primeiros papéis foram os melhores possíveis,mas ainda assim precisava de algo que marcasse profundamente sua carreira,e sobretudo que tirasse aquele título de Sexy Simbol que ele haveria ganho com Stanley (que mulher não iria a loucura ao ver Brando ajoelhado na chuva gritando “Hey Stella!!!”?), em 1954 veio esse papel como o ex-boxeador e bandido Terry Mallon de “Sindicato de Ladrões“, a atuação de Brando foi a melhor possível e não é para menos ,tudo o que ele faria no filme parece ser cuidadosamente pensado, o jeito de andar com a mão no bolso e por muitas vezes com cabeça baixa, o jeito irônico-agressivo que expressava em algumas cenas. O filme de Elia Kazan mostrou uma nova face de Marlon Brando para o público: “Você não entende,eu poderia ter classe,poderia ser um lutador,poderia ser alguém,ao invés de um vagabundo que é o que sou”.O fato é que o personagem que denunciava seu próprio bando ficou marcado, tanto que o filme levou 8 Oscar, incluindo o esperado prêmio de Melhor Ator para Brando.

Depois de “Sindicato de Ladrões” a carreira de Marlon Brando decaiu de forma assustadora e ele, mesmo com Hollywood nas mãos, começou a experimentar o fracasso, seja na pele de Napleão Bonaparte em “Deserée” ou como um japonês em “Casa de Chá do Luar de Agosto“, ou então com uma parceria com Frank Sinatra no “Eles e Elas“, diziam que a dupla tinha química zero.

Porém em 1957, Marlon Brando voltaria a boa forma no subestimado “Sayonara“, o romance dirigido por Joshua Logan, fez Brando ser indicado novamente ao Oscar, no filme ele interpreta um ás da aviação norte americana que está em missão no Japão, com uma noiva americana e cheio de preconceitos xenófobos, ele recrimina a todos os americanos que envolvem-se com japonesas, porém ele mesmo acaba se apaixonando por uma e começa uma das maiores histórias de amor de todos os tempos e o personagem de Brando mais uma vez não poupa de gestos naturais e ainda mais de irônias, “Diga a eles que dissemos Sayonara” é um exemplo claro disso,o filme teve êxito em bilheteria e 9 indicações ao Oscar, infelizmente hoje ele é esquecido pela maioria dos cinéfilos.

No início da década de 60 Brando cometeu dois grandes erros, o primeiro erro foi de demitir ninguém menos que Stanley Kubrick e se arriscar na direção de um filme. O resultado? “A Face Oculta“, um filme excessivamente complicado e com um ritimo extremamente lento, o segundo grande erro foi o de recusar o papel principal de “Lawrence da Arábia“,o fato é que o ator já tinha registrado sua marca,não importava a série de papéis sem graça que ele iria pegar em filmes como “Caçada Humana“, “Sangue em Sonora” e “Candy“. Outro filme que merece destaque especial foi “A Condessa de Hong Kong“,o fracasso do filme foi claro na época,mas Brando teve a honra que poucos teriam:trabalhar no último filme de Charles Chaplin.

Ao final da década de 60 ele foi muito elogiado por sua atuação em “Queimada“, Marlon Brando já era conhecido como ator difícil mas neste filme as brigas com o diretor foram tantas,que em determinado momentos Brando abandonou as filmagens,porém foi naquele papel que o ator recuperara parte de seu prestígio,mas apenas em 1972 que ele se recuperou totalmente com dois de seus maiores papéis

Último Tango em Paris” é considerado o melhor cult-erótico, no filme do até então novato Bernado Bertolucci, Marlon Brando provou toda a polêmico ao interpretar um homem de certa idade que se encontra todos os dias com uma mulher em um apartamento deserto, onde têm pesadas cenas de sexo. O curioso é que um personagem sabe apenas que o outro é um ser depressivo proucurando algo em que se libertar,mas fora isso eles não se conhecem,nem o nome.Nesse filme Marlon Brando mostrou todo o seu talento,focou na tristeza e na agressividade de seu personagem,fez todos os seus movimentos sendo expressivos e até uma dança de tango em que seu personagem aparecia bêbado ele fez com maestria,e para quem viu o filme me responda. Que outro ator se importaria com o detalhe de grudar um chiclete na sacada? Marlon Brando fazia seu prório roteiro e nesse filme ele foi novamente indicado ao Oscar

“Farei uma proposta que ele não poderá recusar”
“Você vem a minha casa,no dia do casamento de minha filha e me pede para matar”
É dever de qualquer cinéfilo conhecer tais frases,assim como é dever de todos assistir “O Poderoso Chefão“, nesse filme Marlon Brando não só apresentou a melhor atuação de sua carreira,mas também apresentou a melhor atuação masculina da história do cinema.Don Corleone é um marco não só no cinema,mas na cultura e na arte em geral. O jeito de falar, os movimentos com a mão. Tudo naquele filme gira de forma brilhante em torno do personagem de Marlon Brando, o interessante é que grande parte do roteiro foi improvisado pelo ator, e são detalhes que fazem a diferença.Brando é conhecido como um ator que sabe morrer em filmes, em “O Poderoso Chefão” ele chega ao ápice de seu talento na fatídica cena nas plantações,em que ele improvisou toda a seqüência final de Don Corleone, faltam palavras para descrever tal papel. E com ele Brando venceu pela segunda vez o Oscar, mas esse ele se recusou a receber como protesto pela descriminação de Hollywood em relação ao povo indígena norte-americano.

E os anos 70 continuam de forma brilhante para o ator, em 1976 ele faz uma grande parceria com o ator Jack Nicholson em “Duelo de Gigantes”,e consegue ofuscar o grande Nicholson, em 1978 Marlon Brando ganha a quantia de 4 milhões para fazer “Superman“, detalhe: Brando faz apenas o pai do super-herói e em 1979 faz uma nova parceria com Francis Ford Coppola (que também o dirigiu em “O Poderoso Chefão“) em um dos melhores filmes de guerra já feito: “Apocalypse Now“, nele Marlon Brando aparece apenas 30 minutos do filme e é o primeiro nome nos créditos.

A partir da década de 80, Marlon Brando se distanciou das filmagens,pegou trabalhos menores e apareceu pouco, ele já havia feito seu legado,seus últimos filmes foram apenas medianos,se destacam entre eles “Assassinato sob Custódia” de 1989; “Don Juan de Marco” de 1995 e “A Cartada Final” em 2001, seu último filme.

Em 2004 a lenda do cinema deixou esse mundo,Bertolucci disse que Marlon Brando morreu para se tornar imortal.Morrera um ator que representou como ninguém o cinema, seja como sexy simbol, como personagens históricos,como chefe de máfia,como homem moderno,como desajustado social,como romântico ou até mesmo como dançarino, Marlon Brando é o nome que representa o cinema de forma magistral, uma pessoa que até hoje carrega o título de melhor ator de todos os tempos, e que acho impossível alguém conseguir tirá-lo. E certamente um gênio!

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Crítica – Alien vs. Predador 2

janeiro 28, 2008 3 comentários

Não fosse o meu bom-senso diria que certos roteiristas e diretores mereceriam sofrer de um tumor cerebral, mas aí eu pergunto, será que eles ao menos possuem cérebro? É assistindo a certas imbecilidades, tais como este “Alien vs. Predador 2, que concluo que há cada vez menos vida inteligente em Hollywood. Mas o que se poderia esperar da continuação de um filme que, por si só, já se revela uma grande porcaria? Se o longa original já se revela uma verdadeira perda de tempo, imagine então esta continuação que nem ao menos se propõe a contar uma estória? Ao menos o primeiro filme desta série (que infelizmente nos “presenteará” (mais do que nunca em toda minha vida coloquei aspas entre a palavra “presenteará” sarcasticamente) ainda com um terceiro episódio) conseguia divertir um pouco (muito pouco, diga-se) o espectador, esta continuação nem isso consegue, além de nos deixar completamente irritados com tamanha futilidade.


Ficha Técnica:

Sinopse: Com o surgimento de um temido alienígena que se reproduziu no corpo de um predador morto, humanos e monstruosos aliados predadores se unem numa batalha apavorante.

Alien vs. Predator – Réquiem Trailer


Crítica:

___ Você acha que os corpos encontrados na floresta têm algo a ver com o sumiço das duas pessoas que estamos procurando?” ___ Pergunta um policial a seu superior. O outro por sua vez responde: “___ Não sei, só sei que nada disso deveria estar acontecendo!” ___ Responde este a seu subordinado. É com diálogos sofríveis e imbecis como este que o roteiro (roteiro? Qual?) deste pavoroso “Alien vs. Predador 2 nos “brinda” (atentem para as aspas). Mas os aspectos negativos deste equívoco cinematográfico (que alguns ousam chamar de filme), que aparenta ter sido roteirizado por uma criança de cinco anos de idade enquanto esta encontrava-se defecando no banheiro da casa de sua avó materna e não tinha nada mais interessante para pensar na ocasião, não se resume apenas aos péssimos diálogos que possui. O problema maior com este lixo em forma de Sétima Arte (soa paradoxal citar a palavra “Arte” enquanto comento uma porcaria em larga escala tal como esta) é a ausência de uma estória. A situação se agrava ainda mais quando o roteiro (gargalhadas), a fim de suprir tal falta de estória, cria uma subtrama deveras ridícula apoiando-se em todos os clichês e estereótipos possíveis. Temos aqui o rapaz acanhado, apaixonado pela garota linda, voluptuosa e ninfomaníaca, mas que sofre nas mãos do ex-namorado ciumento que aparenta não ter nada de interessante para se fazer na vida, salvo é claro, atormentar a vida do rapaz e da garota. Mas aí o leitor me fala: “Oras! Este é o típico filme descerebrado, ele não tem intenção nenhuma de ser levado a sério! Não importam os clichês, os estereótipos e os diálogos, mas sim o entretenimento!”. Pois bem, avaliemos esta porcaria como entretenimento. Qual a função de um filme de suspense, analisando-o apenas como entretenimento? Assustar? Pois bem, este não assusta nem um cidadão afro-estadunidense que acaba de escapar de um atentado por parte da Ku Klux Klan. Os “sustos” contidos nesta infelicidade cinematográfica são extremamente forçados e previsíveis, ficando por conta das mudanças bruscas dos acordes da trilha-sonora.

Avaliação Final: 0,0 na escala de 10,0.

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Heath Ledger

janeiro 26, 2008 3 comentários

Qual a única coisa capaz de ofuscar o brilho do anúncio dos indicados ao Oscar? Muitos imaginaram que fosse a greve dos roteiristas, mas parece que o destino pregou uma peça em todos e nos deixou atônitos. A morte prematura de uma estrela ascendente.

28 anos, bonito, talentoso e rico. Parece o perfil perfeito de uma estrela de Hollywood, que ganha milhões estampando sua imagem em blockbusters à toa. Mas Ledger fugia disso, parecia ser uma gota d’água no imenso oceano de futilidade de Hollywood. Era um ator instintivo, que interpretava com a alma, nos fazia viajar pelos conflitos e pela personalidade de suas personagens.

O auge veio com O Segredo de Brokeback Mountain, onde ele conseguiu a proeza de nos deixar na dúvida, afinal, Ennis Del Mar não parecia ser homossexual, ele se apaixonou pela pessoa Jack Twist, não pelo homem Jack Twist. O papel lhe rendeu uma indicação ao Oscar, que Ledger não ganhou. Mas a estatueta do careca dourado parecia só uma questão de tempo, com todo aquele talento e sabedoria para escolher os papéis, alguém duvidava que mais cedo ou mais tarde ele ganharia um Oscar?

Na última semana fui a uma sessão de “Eu Sou a Lenda” e para minha surpresa e satisfação me deparei com o trailer do novo filme do Batman, O Cavaleiro das Trevas. “Nossa! O que é isso?”, eu ficava pensando ao ver Ledger na tela. Mas do que um simples vilão, o seu Coringa fez todo mundo ali esquecer da performance de Jack Nicholson no filme de Tim Burton; mais, fez todo mundo esquecer que o trailer era de um filme do Batman. A impressão que tínhamos era a de que o filme na verdade era do Coringa, e pela atuação de Ledger, não duvido muito que o seja. Que descanse em paz!

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Crítica – Eu Sou a Lenda

janeiro 25, 2008 Deixe um comentário

Sempre menciono que um filme deve ser analisado do ponto de vista da época em que fôra lançado. Atualmente, se decidirmos analisar um longa como “O Mágico de Oz” tomando por base os padrões do Cinema moderno, o filme de Victor Flemming iria soar pouco inovador, extremamente simplório e certamente não iria causar o mesmo impacto que causou em sua estréia, no ano de 1939 (principalmente se levarmos em conta que, caso seguíssemos esta hipótese, a trilogia “O Senhor dos Anéis” teria sido lançada antes de “O Mágico de Oz” e certamente ofuscaria o brilho desta segunda obra). Algo parecido ocorreu com este “Eu Sou a Lenda”. O filme conta com uma premissa que, apesar não ser muito antiga, pode ser tomada como extremamente batida, principalmente se levarmos em conta que, a maioria dos filmes atuais que optam por mesclar o gênero ficção científica com suspense, seguem tal premissa. O fato de o filme ter sido lançado anos após muitos outros filmes terem adotado a mesmíssima premissa, acabou fazendo com que ele causasse pouco impacto no espectador. Caso o filme de Lawrence fosse lançado há dez anos, certamente conteria os mesmíssimos defeitos que contém, mas ao menos soaria mais original e inovador, e isso, faria uma grande diferença.

Ficha Técnica:
Título Original: I Am Legend
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: wwws.br.warnerbros.com/iamlegend
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Original Film / Heyday Films / 3 Arts Entertainments / Overbrook Entertainment / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Mark Protosevich e Akiva Goldsman, baseado em roteiro de John William Corrington e Joyce Hooper Corrington e em livro de Richard Matheson
Produção: Akiva Goldsman, David Heyman, James Lassiter, Neal H. Moritz e Erwin Stoff
Música: James Newton Howard
Fotografia: Andrew Lesnie
Desenho de Produção: David Lazan e Naomi Shohan
Direção de Arte: William Ladd Skinner e Patricia Woodbridge
Figurino: Michael Kaplan
Edição: Wayne Wahrman
Efeitos Especiais: Proof / Tinsley Transfers / Patrick Tatopoulos Design / Gentle Giant Studios / Quantum Creation FX

Elenco: Will Smith (Robert Neville), Alice Braga (Anna), Salli Richardson (Ginny), Paradox Pollack (Alpha), Charlie Tahan (Ethan), Michael Ciesla (Refugiado) e Thomas J. Pilutik.


Sinopse: Um terrível vírus incurável, criado pelo homem, dizimou a população de Nova York. Robert Neville (Will Smith) é um cientista brilhante que, sem saber como, tornou-se imune ao vírus. Há 3 anos ele percorre a cidade enviando mensagens de rádio, na esperança de encontrar algum sobrevivente. Robert é sempre acompanhado por vítimas mutantes do vírus, que aguardam o momento certo para atacá-lo. Paralelamente ele realiza testes com seu próprio sangue, buscando encontrar um meio de reverter os efeitos do vírus


I Am Legend Trailer

Crítica:

Se há algo de positivo nestes filmes atuais de ficção científica temperados com ligeiras doses de suspense é o debate que eles nos proporcionam acerca de como os avanços científicos, sejam eles tecnológicos, genéticos ou de qualquer natureza podem se voltar contra o seu próprio criador: o ser humano. Por outro lado, a grande maioria destes filmes se prende a situações clichês, personagens estereotipados e sinopses e estórias recheadas de fundamentos absurdos. Isto pode ser notado claramente enquanto se assiste a este “Eu Sou a Lenda”. O filme tem seu início com um programa jornalístico onde uma âncora entrevista uma cientista que atualmente encontra-se realizando pesquisas de uma vacina que supostamente viria a ser a cura do câncer. Após obter êxito com as suas experiências, tal cientista implanta a vacina em milhões de pessoas. Aparentemente, os resultados obtidos com a vacinação se mostram apenas positivos, até que repentinamente o vírus que fôra implantado passa a reagir de forma negativa, mudando completamente o caráter e a forma física das pessoas vacinadas, transformando-as literalmente em zumbis. Em primeiro lugar, notamos que trata-se de uma premissa mais do que batida que fôra, inclusive, utilizada em filmes como “Arquivo X” (que não trata de zumbis, mas sim da maneira como um vírus pode alterar o comportamento de uma pessoa) e a ridícula trilogia – “Resident Evil”. Em segundo lugar tal estória se mostra absurdamente implausível de ser absorvida em um contexto real. Já foi comprovado cientificamente que um vírus não pode, jamais, causar mudanças no comportamento de seres humanos, muito menos transformá-los literalmente em zumbis. Mesmo com tantos defeitos aparentes (e olhe que eu nem citei o estereotipo que é o protagonista) o filme se revela uma interessante experiência, principalmente quando aborda o drama do protagonista, brilhantemente interpretado por Will Smith, ao se sentir isolado do resto do mundo, sem ter um único ser vivo para manter contato, salvo sua cachorra de estimação. A excelente direção de Francis Lawrence conta muitos pontos a favor.

Avaliação Final: 6,0 na escala de 10,0.

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Indicados ao Oscar 2008 – Comentários do Editor

janeiro 24, 2008 6 comentários

Janeiro chega e não se fala outra coisa no mundo da Sétima Arte a não ser Oscar. Não tem como fugir dos comentários acerca do prêmio mais importante do mundo do Cinema, sendo assim, o “Cine-Phylum” não poderia ficar mais um minuto sequer sem uma postagem dedicada apenas a este acontecimento anual e majestoso ocorrido no mundo da Sétima Arte. Devo avisar ao(a) caro(a) leitor(a) que não assisti a grande maioria dos filmes indicados (até mesmo porque a maior parte deles ainda nem estreou aqui no Brasil), portanto, não irei apontar os filmes aos quais torço pela vitória, farei apenas comentários baseados na lógica (ou na falta dela) e/ou na possibilidade destes vencerem seus respectivos prêmios.


Melhor Filme:


Desejo e Reparação

Juno

Conduta de Risco

* Onde os Fracos Não Têm Vez

Sangue Negro


Dos indicados, assisti apenas a “Desejo e Reparação” e já digo de cara que o filme é bom e apenas isso. Contudo, seguindo a lógica creio que “Onde os Fracos Não Têm Vez” deve levar o prêmio. A Academia adora westerns e há muito tempo um filme desta categoria não leva um Oscar. Isso sem contar que vez ou outra eles decidem premiar um diretor que fôra ignorado no passado e, para isso, dão o Oscar de melhor filme àquele que fôra dirigido pelo tal “diretor injustiçado”. “Sangue Negro” também tem fortes chances de faturar o prêmio levando em consideração que o seu diretor Paul Thomas Anderson nunca viu uma obra sua levar o prêmio para casa. A disputa certamente será acirrada entre ambos os filmes (que, repetindo, ainda não assisti), mas eu aposto no filme dos irmãos Cohen em virtude a badalação por trás do mesmo.

Melhor Direção:


O Escafandro e a Borboleta

Juno

Conduta de Risco

Onde os Fracos Não Têm Vez

* Sangue Negro

Levando em conta que, tanto os Cohen, quanto P.T.A. nunca faturaram o Oscar de melhor diretor e todos eles são muito benquistos pela Academia, certamente a disputa será entre estes diretores desta vez. Resta saber se a Academia fará uma espécie de “dobradinha” assim como fizeram com Scorsese e “Os Infiltrados” no ano passado, ou se optarão pela compensação, algo em torno de: “Premiaremos o filme de um e a direção do outro, assim ambos saem felizes de alguma forma”. Francamente, aposto na segunda hipótese. Assim como acredito que “Onde os Fracos Não Têm Vez” leve o Oscar de melhor filme este ano, creio que Paul Thomas Anderson vença melhor diretor.

Melhor Ator:


George Clooney – Conduta de Risco

* Daniel Day-Lewis – Sangue Negro

Johnny Depp – Sweeney Todd

Tommy Lee Jones – No Vale das Sombras

Viggo Mortensen – Senhores do Crime

Também não conferi nenhuma das cinco atuações, mas levando-se em conta que a Academia adora Lewis e Depp, a disputa deverá ser entre ambos. Contudo, o filme protagonizado por Lewis está se saindo melhor que o filme de Depp e, por este motivo, o primeiro deverá faturar o prêmio por sua atuação em “Sangue Negro”.

Melhor Atriz:


Cate BlanchettElizabeth: A Era de Ouro

Julie Christie – Longe Dela

* Marion Cotillard – Piaf Um Hino ao Amor

Laura Linney The Savages

Ellen Page – Juno

A Academia adora Blanchett, mas o filme por ela protagonizado não está sendo tão benquisto lá fora como deveria, o que provavelmente prejudica a mesma. O mesmo ocorre com Julie Christie, a eterna Lara Antipova que disputará (e perderá) o Oscar de melhor atriz com Marion Cotillard. Levando em conta que a Academia tem premiado atrizes que encarnam personagens reais (assim como fez o ano passado com Helen Mirren em “A Rainha”) é bastante provável que Cotillard fature o prêmio graças a sua interpretação em “Piaf: Um Hino ao Amor”.

Melhor Ator Coadjuvante:


Casey Affleck – O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford

* Javier Bardem Onde os Fracos Não Têm Vez

Philip Seymour Hoffman – Jogos do Poder

Hal Holbrook Na Natureza Selvagem

Tom Wilkinson Conduta de Risco

Creio que Hoffman, Holbrook e Wikinson não estão sendo tão badalados quanto precisariam ser (e o Oscar, infelizmente, valoriza badalação e apelo comercial), portanto a disputa será entre Casey Affleck e Javier Bardem. Não creio que a lógica utilizada por mim aqui será das melhores, mas Affleck é jovem demais e Bardem já foi indicado várias vezes ao Oscar sem nunca ter faturado nada, por este motivo creio que o prêmio deva ser atribuído ao segundo.

Melhor Atriz Coadjuvante:


Cate Blanchett I’m Not There

Ruby DeeO Gângster

* Saoirse Ronan Desejo e Reparação

Amy Ryan Gone Baby Gone

Tilda Swinton Conduta de Risco

Certamente aqui irei “quebrar a cara”, mas irei arriscar e defender minha tese do mesmo modo. Indo de encontro às minhas teorias anteriores Saoirse Ronan, mesmo com pouquíssima idade (bem mais jovem que Affleck, diga-se) deverá faturar este prêmio pela sua atuação em “Desejo e Reparação” (uma das poucas que salvam-se neste filme). Isto se deve ao fato de o filme ser muito querido entre os críticos do mundo todo e, levando-se em conta que o filme raramente irá faturar o prêmio mais importante, a Academia tentaria compensar o longa com este prêmio.


Melhor Animação Longa-Metragem:


Persepolis

* Ratatouille

Tá Dando Onda

Dos três indicados o único a que assisti foi “Ratatouille”. A animação realmente é fantástica, apesar dos defeitos que possui, e certamente sairá vencedora na categoria “Melhor Animação Longa-Metragem”. Isto se deve a diversos fatores, tais como: à sua inserção na lista dos 10 melhores de 2007, elaborada pela A.F.I. (American Film Institute), à sua ótima reputação perante aos críticos do mundo todo e à sua ousadia ao criticar justamente os críticos que o valorizaram tanto.


Melhor Roteiro Adaptado:


Desejo e Reparação

Longe Dela

O Escafandro e a Borboleta

* Onde os Fracos Não Têm Vez

Sangue Negro


Em termos de Oscar uma coisa é certa: raramente um filme vence o prêmio principal sem antes vencer melhor roteiro adaptado ou original (dependendo o caso). Levando-se em conta que apostei em “Onde os Fracos Não Têm Vez” para Melhor Filme, provavelmente o filme dos Cohen deverá levar o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado.


Melhor Roteiro Original:


* Juno

Lars and the Real Girl

Conduta de Risco

Ratatouille

The Savages


Repetindo o que havia dito na categoria de Melhor Roteiro Adaptado: raramente um filme vence o prêmio principal sem antes vencer melhor roteiro adaptado ou original (dependendo o caso). Dos longas supracitados, os únicos que concorrem a Melhor Filme são “Conduta de Risco” e “Juno”, contudo, o segundo filme parece ter obtido mais respeito por parte da crítica que o primeiro. Isso sem contar que o filme de Gilroy parece ter uma premissa previsível demais para uma obra que almeja conquistar um Oscar® de Melhor Roteiro Original.


Melhor Montagem:


O Ultimato Bourne

O Escafandro e a Borboleta

Na Natureza Selvagem

* Onde os Fracos Não Têm Vez

Sangue Negro

Assim como é cada vez mais difícil vermos um vencedor de Melhor Filme faturar o respectivo prêmio sem antes faturar Melhor Roteiro Original ou Adaptado, tem sido cada vez mais difícil testemunharmos o mesmo incidente ocorrer em Melhor Montagem. Os membros da Academia parecem, cada vez mais, valorizar a dinamicidade de um filme (talvez por este motivo “O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford” não tenha se saído muito bem nas indicações) e por este motivo, aposto veementemente que o provável vencedor de Melhor Filme vencerá também Melhor Montagem. Sendo assim, “Onde os Fracos Não Têm Vez” leva mais uma.

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Crítica – O Gangster

janeiro 24, 2008 Deixe um comentário

Ridley Scott sempre foi, ao menos para mim, sinônimo de diretor irregular. Começou a carreira de diretor muito bem com os interessantes “Os Duelistas” e “Alien – O Oitavo Passageiro” e o ótimo “Blade Runner – O Caçador de Andróides”, mas errou a mão em “Perigo na Noite” e “Chuva Negra”, duas produções que, por pouco, não relegaram sua carreira ao anonimato. Scott decidiu investir então em “Thelma & Louise”, um filme simples, mas de roteiro inteligente. Inteligente o bastante para que ele recuperasse a sua credibilidade. Um ano mais tarde Scott arrisca mais uma vez e erra a mão com uma superprodução que conta com alguns defeitos imperdoáveis. Me refiro a “1492 – A Conquista do Paraíso”, um bom filme, mas falho em alguns aspectos. Foi quando atingiu o seu ápice com “Gladiador”, um filme apenas bom, mas que caiu nas graças dos críticos de todo o mundo. De lá para cá o diretor passou a investir em produções que não lhe apresentaram nada ao currículo, salvo “Falcão Negro em Perigo” e “Cruzada” que foram bem nas bilheterias, mas ambos acabaram sendo esquecidos com o tempo. Eis que surge este “O Gangster”, seu melhor filme em muitos anos e que provavelmente irá marcar época, chegando a ser lembrado mesmo com o passar dos anos.



Ficha Técnica: em andamento

Sinopse: O empresário negro Frank Lucas assume o controle do jogo na Nova York corrupta do início dos anos 70, aproveitando a morte repentina do chefe para construir seu próprio império, inundando as ruas de Nova York com um produto mais puro e barato. Lucas supera importantes grupos criminais e torna-se um dos maiores bandidos – e astros – da cidade. Mas, quando o implacável policial Richie Roberts sente que o controle do tráfico de drogas mudou de mãos, os destinos desses dois homens vivendo em lados diferentes do “sonho americano” acabam interligados, mudando também o futuro de toda uma geração da cidade de Nova York.

American Gangster Trailer

American Gangster Trailer 2

Crítica:

Há algum tempo atrás (uns dois anos aproximadamente) redigi uma crítica de “Os Intocáveis” de Brian De Palma e apontei como principal falha do mesmo o fato deste abordar em primeiro plano o lado, digamos, correto da lei. Tal atitude fizera com que o filme perdesse muito de sua credibilidade, sendo pouco ousado e original. Contudo a obra de De Palma possuía cenas marcantes e inteligentíssimas, dentre as quais cito respectivamente o tiroteio na estação ferroviária e o julgamento de Al Capone. Muito diferente é este “O Gangster” que, felizmente, dá preferência ao desenvolvimento da estória tomando por base o lado avesso à lei. No entanto é lamentável que o longa, brilhantemente dirigido por Ridley Scott (apesar de o diretor apresentar pouquíssima inovação, sua direção é muito boa), não possua nenhuma cena tão marcante quanto o tiroteio na estação ferroviária e/ou tão inteligente quanto o julgamento de Al Capone. Mas isto em momento algum o faz inferior a “Os Intocáveis”. O filme de Scott se mostra forte, ousado, cativante e o modo como retrata a vida de seu protagonista é quase documental. O problema é que a palavra “quase”, inserida antes de “documental”, acaba fazendo uma enorme diferença. Digo isto porque o roteiro não aborda a iniciação de Frank Lucas no submundo do crime de maneira eficiente, algo que, indubitavelmente, aumentaria a carga dramática do personagem, tornando-o um objeto de estudo muito mais interessante. Outro defeito do filme é a sensação que temos enquanto assistimos ao mesmo. Por muitos minutos ele nos transmite a clara impressão de que, mais cedo ou mais tarde, se transformará em uma estória de “gato e rato”. Felizmente o roteiro é inteligente o bastante para se prender a apenas isso e vai muito além, evitando a maioria dos clichês e estereótipos que poderiam estar inseridos dentro do mesmo. O roteiro ainda investe em dois protagonistas extremamente interessantes e os desenvolve de modo bem convincente, contando com sensacionais atuações por parte de Denzel Washington e Russell Crowe. Um dos melhores filmes do gênero nos últimos tempos.

Avaliação Final: 8,5 na escala de 10,0

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Crítica – A Lenda do Tesouro Perdido 2: O Livro dos Segredos

janeiro 22, 2008 2 comentários

Curiosamente, pouquíssimos minutos antes de publicar esta crítica conversei com um amigo meu sobre a incongruência de Nicolas Cage em suas escolhas. Primeiro o autor protagoniza um filme simplesmente sensacional, carregado de críticas pesadas aos países de primeiro mundo, em especial, os Estados Unidos da América. O nome do filme? “O Senhor das Armas”. Depois o ator “vende a sua alma” para um filme ridículo produzido por Jerry Bruckheimer que, acima de tudo, visa engrandecer a imagem dos Estados Unidos perante o resto do mundo. Não bastasse isso o ator ainda aceita participar de uma continuação de tal filme e o que é pior, tal seqüência, em seu desfecho, nos deixa em aberto a hipótese de um terceiro longa da franquia “A Lenda do Tesouro Perdido”. De uma forma ou de outra, esta seqüência se mostra um pouco menos fútil que o longa original, mas ainda assim é tão dispensável quanto aquele.

Ficha Técnica:
Título Original:
National Treasure: Book of Secrets
Gênero: Aventura
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://disney.go.com/nationaltreasure
Estúdio: Walt Disney Pictures / Jerry Bruckheimer Films / Junction Entertainment / Sparkler Entertainment / Saturn Films
Distribuição: Buena Vista Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Cormac Wibberley e Marianne Wibberley, baseado em estória de Cormac Wibberley, Ted Elliott, Terry Roscio e Marianne Wibberley e nos personagens criados por Jim Kouf, Oren Aviv e Charles Segars
Produção: Jerry Bruckheimer e Jon Turteltaub
Música: Trevor Rabin
Fotografia: Amir M. Mokri e John Schwartzman
Desenho de Produção: Dominic Watkins
Direção de Arte: Julian Ashby e A. Todd Holland
Figurino: Judianna Makovsky
Edição: William Goldenberg, Andrew Haddock e David Rennie
Efeitos Especiais: Post Media / Realscan 3D / Asylum VFX / Proof
Elenco:
Nicolas Cage (Benjamin Franklin Gates), Diane Kruger (Abigail Chase), Justin Bartha (Riley Poole), Helen Mirren (Emily Appleton), Jon Voight (Patrick Gates), Harvey Keitel (Sadusky), Ed Harris (Jeb Wilkinson), Alicia Coppola (Agente Spellman), Christian Camargo (John Wilkes Booth), Bruce Greenwood (Presidente) e Joel Gretsch (Thomas Gates).

Sinopse: Quando uma página perdida do diário de John Wilkes Booth (Christian Camargo) reaparece, o bisavô de Ben Gates (Nicolas Cage) torna-se o principal conspirador do assassinato de Abraham Lincoln. Querendo provar a inocência do parente, Ben reúne mais uma vez sua equipe e segue uma série de pistas, que os levam de Paris a Londres antes de retornarem aos Estados Unidos.


National Treasure: Book of Secrets Trailer

Crítica:

Serei curto e grosso: se o primeiro episódio desta saga já se revela um filme que nos trás mais do mesmo, imagine então este segundo. No entanto, é no mínimo uma agradável surpresa constar que este “Livro dos Segredos” se mostra menos ufanista que o original, além, é claro, de conter bem menos clichês. E falando em clichês, não há como não nos mostrarmos gratificados pelo roteiro tratar seus personagens de uma maneira mais, digamos, matura, nesta continuação que em seu antecessor. É obvio que Benjamim Franklin Gates continua sendo um nerd conservador, patriota, altruísta e politicamente correto, mas ao menos desta vez não nos deparamos com cenas tão insuportáveis quanto as contidas no primeiro filme, como a seqüência em que Ben pede desculpas a Riley Poole após ter gritado com ele em virtude de sua impertinente tagarelice. E falando em Riley Poole, é bem gratificante também sabermos que, desta vez, o auxiliar de Ben se mostra menos adulador e irritante que no filme anterior. Contudo, a trama se mostra bastante interessante no intróito do filme, mas conforme o tempo passa percebemos que estamos sendo direcionados à outra baboseira megalomaníaca patrocinada por Jerry Bruckheimer. A propósito, estou começando a ficar verdadeiramente incomodado com este nome, pois Bruckheimer parece ter se especializado em estragar filmes com ótimas premissas, como é o caso deste aqui. São poucas as coisas que me irritam tanto ao conferir um determinado filme quanto ver os envolvidos no mesmo subestimar a inteligência de seu público e esta produção parece fazer questão disso. Em momento algum, por exemplo, temos uma justificativa realmente plausível por parte do roteiro a fim de explicar o porquê de “Cibola” estar localizada em Dakota do Sul e não no Arizona, como reza a lenda. Pior ainda é conferirmos uma demonstração de ufanismo exacerbada feita pelo protagonista do filme diretamente ao presidente dos EUA (e olhe que ainda assim o filme é menos patriótico que seu antecessor). De qualquer modo, o longa é um pouco menos fútil que o original, mas é menos divertido.

Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0

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Crítica – A Lenda do Tesouro Perdido

janeiro 20, 2008 Deixe um comentário

Já escrevi diversas críticas sobre os filmes produzidos por Jerry Bruckheimer e é, no mínimo, muito estranho eu decidir publicar a deste filme antes de qualquer outra. Particularmente, não tenho tanta coisa contra Bruckheimer assim como a grande maioria dos cinéfilos têm. Seus filmes são megalomaníacos, imaturos, fúteis, contém inúmeros atentados à evolução cinematográfica e o que é pior, subestima a inteligência do espectador a cada nano segundo de projeção. Mas uma coisa não podemos negar, são longas carregados de adrenalina e se revelam ótimos passatempos. Entretanto, Cinema é mais do que um reles passatempo ou uma reles diversão, Cinema é Arte, Cinema é uma manifestação política, social ou intelectual e em momento algum Bruckheimer o respeita desta forma. Suas produções são na verdade uma ferramenta de gerar rios de dinheiro se aproveitando da ignorância alheia.

Ficha Técnica:
Título Original:
National Treasure
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 131 minutos
Ano de Lançamento (EUA):
2004
Site Oficial: www.nationaltreasure.com
Estúdio: Touchstone Pictures / Jerry Bruckheimer Films / Junction Entertainment / Walt Disney Pictures / Saturn Films / Declaration Productions Inc.
Distribuição: Buena Vista Pictures
Direção: Jon Turteltaub
Roteiro: Jim Kouf, Ted Elliott, Terry Rossio, Oren Aviv, Charlie Segars, Cormac Wibberley e Marianne Wibberley
Produção: Jerry Bruckheimer e Jon Turteltaub
Música: Trevor Rabin
Fotografia: Caleb Deschanel
Desenho de Produção: Norris Spencer
Direção de Arte: Geoff Hubard
Figurino: Judianna Makovsky
Edição: William Goldenberg
Elenco:
Nicolas Cage (Benjamin Franklin Gates), Diane Kruger (Abigail Chase), Justin Bartha (Riley Poole), Sean Bean (Ian Howe), Jon Voight (Patrick Gates), Harvey Keitel (Sadusky), Christopher Plummer (John Adam Gates), David Dayan Fisher (Shaw), Stewart Finlay-McLennan (Powell), Oleg Taktarov (Shippen), Stephen A. Pope (Phil), Annie Parisse (Agente Dawes), Mark Pellegrino (Agente Johnson), Armando Riesco (Agente Hendricks), Erik King (Agente Colfax), Don McManus (Dr. Stan Hebert) e Hunter Gomez (Ben Gates – jovem)

Sinopse: Benjamin Franklin Gates (Nicolas Cage) é um caçador de tesouros, função que já está na 3ª geração em sua família. Durante toda sua vida Benjamin procurou um tesouro que ninguém acredita existir, tendo sido acumulado durante séculos e transportado por vários continentes para evitar que fosse roubado. As investigações de Benjamin sobre a localização deste tesouro fazem com que ele descubra que existe um mapa codificado escondido na Declaração de Independência dos Estados Unidos. Só que para conseguir lê-lo Benjamin terá que enganar o FBI e roubar um dos documentos mais vigiados do país.


National Treasure Trailer

Crítica:

Quando notamos que um filme de Jerry Bruckheimer será lançado temos certeza de duas coisas: ou o mesmo terá a intenção de arrecadar rios de dinheiro ou conterá mensagens ufanistas para lá de ridículas e desnecessárias. Foi assim, por exemplo, com “Pearl Harbor” que, da maneira mais imbecil e ridícula o possível, almejou isentar os Estados Unidos da culpa pela batalha ocorrida na ilha homônima, além de direcioná-los à inconcebível posição de “mocinhos da história”. No entanto, quando vemos que um filme como “A Lenda do Tesouro Perdido” será lançado, fazemos a seguinte observação: “Certamente o longa almejará arrecadar centenas de milhões em bilheteria, mas será que uma simples estória de caça ao tesouro irá apelar para sentimentalismos ufanistas para lá de piegas?”. Sim, tratando-se de Jerry Bruckheimer pode-se apostar que sim. O pior é que neste longa tais sentimentalismos são retratados da maneira mais ridícula o possível, variando desde a seqüência onde o protagonista realiza uma operação de alto risco afim de salvar a Declaração de Independência estadunidense (megalomania é outra característica negativa desta produção) até a seqüência onde ele abre o documento no Salão da Independência e, após um suspiro, diz: “A última vez que isto esteve aqui, foi quando ela foi assinada”, com um brilho ultra patriótico nos olhos. Outro ponto negativo relacionado ao patriotismo exacerbado do filme reside em sua fotografia que não faz nada além de retratar pontos históricos daquele país asqueroso da maneira mais grandiosa e megalomaníaca o possível. Fora o ufanismo desmedido deste “A Lenda do Tesouro Perdido”, o mesmo conta com clichês e estereótipos que parecem transbordar as margens do roteiro, variando desde o protagonista nerd, altruísta e politicamente correto ao vilão ambicioso e desleal. Entretanto, não posso negar que a trama é deveras interessante e, mesmo sendo bastante previsível, trazendo a nós mais do mesmo, conta com algumas reviravoltas interessantes e seqüências de ação geniais, típicas dos filmes de Bruckheimer. Fútil, mas divertido.

Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0

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Crítica – Ratatouille

janeiro 20, 2008 Deixe um comentário

Sei que este filme já estava em meu cronograma e por este motivo assisti-o agora, após ter assistido a “A Doce Vida”, mas o mais novo filme da Disney & Pixar me veio em boa hora. Conforme havia dito no último dia do ano passado (ou teria sido no primeiro dia deste ano? Enfim, a data não importa), estava precisando dar uma pausa com os filmes antigos. Passei praticamente um ano inteiro me dedicando a assistir mais a filmes antigos do que as obras mais recentes e, se por um lado isto é muito bom, pois aumenta a minha “bagagem” no que diz respeito a conhecimento histórico da Sétima Arte, por outro lado me mantém muito desatualizado quanto à mesma. Essa animação “Ratatouille” mostra claramente isto, se eu optasse por assistir apenas a animações mais antigas, como eu poderia testemunhar os avanços tecnológicos que criaram esta maravilha em forma de película? Outro ponto a ser observado também é a proposta do “Cine-Phylum”, como estaria mostrando a evolução do Cinema neste espaço virtual se optasse apenas por analisar filmes antigos? Enfim, a partir de agora, darei preferência aos filmes mais recentes, em especial os que ainda não foram lançados nos cinemas nacionais. Com o passar do tempo penso em equilibrar isso, comentar sobre filmes recentes e antigos na mesma proporção.

Ficha Técnica:
Título Original:
Ratatouille
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: www.disney.com.br/ratatouille
Estúdio: Walt Disney Pictures / Pixar Animation Studios
Distribuição: The Walt Disney Company / Buena Vista International
Direção: Brad Bird
Roteiro: Brad Bird, baseado em estória de Brad Bird, Jim Capobianco e Jan Pinkawa
Produção: Brad Lewis
Música: Michael Giacchino
Fotografia: Sharon Calahan
Edição: Darren T. Holmes
Elenco: Patton Oswalt (Remy), Lou Romano (Linguini), Janeane Garofalo (Colette), Ian Holm (Skinner), Brian Dennehy (Django), Peter Sohn (Emile), Peter O’Toole (Anton Ego), Brad Garrett (Auguste Gusteau), Will Arnett (Horst), Julius Callahan (Lalo / François), James Remar (Larousse), John Ratzenberger (Mustafa) e Tony Fucile (Pompidou / Inspetor de saúde).

Sinopse: Paris. Remy (Patton Oswalt) é um rato que sonha se tornar um grande chef. Só que sua família é contra a idéia, além do fato de que, por ser um rato, ele sempre é expulso das cozinhas que visita. Um dia, enquanto estava nos esgotos, Remi fica bem embaixo do famoso restaurante de seu herói culinário, Auguste Gusteau (Brad Garrett). Ele decide visitar a cozinha do lugar e lá conhece Linguini (Lou Romano), um atrapalhado ajudante que não sabe cozinhar e precisa manter o emprego a qualquer custo. Remy e Linguini realizam uma parceria, em que Remy fica escondido sob o chapéu de Linguini e indica o que ele deve fazer ao cozinhar.

Ratatouille Trailer
Ratatouille Trailer 2

Crítica:

Algo que vem me incomodando muito ao redigir uma crítica cinematográfica é ter de citar um provável clichê ou estereótipo como defeito de um determinado filme. Muita gente acredita que se o clichê e/ou estereótipo for de suma importância para a composição da trama pode ser utilizado sem problema algum. No entanto, não há como negar que o uso de clichês e/ou estereótipos demonstra certa covardia por trás das pessoas envolvidas com o filme. Creio que, para que o Cinema possa sair da mesmice, ele deve sempre evoluir, deve ser ousado, deve buscar coisas novas, deve arriscar. Uma estória alicerçada por clichês e/ou estereótipos, independentemente destes serem necessários ou não para a composição da mesma, já está evitando ousar, está evitando arriscar a criar algo. Este genial “Ratatouille” é a prova disso. O longa possui uma estória fantástica, envolvente, cativante, emocionante, enfim, possui tudo que uma animação necessita possuir para que possa ser considerada completa. Infelizmente a mesma também possui certos estereótipos. Temos aqui o protagonista acanhado, inseguro e que tem uma tarefa a cumprir, mas não sabe se será capaz de realizá-la por falta de aptidão. O resultado é que este estereótipo acaba se vendo na obrigação de contar com a ajuda de um outro estereótipo, um rato altruísta (assim como em qualquer outra animação, o que figura também como estereótipo), talentoso e apto a realizar a tarefa do primeiro. Um precisa do outro e é a partir daí que surge um relacionamento mais íntimo entre ambos. A maneira como tal relacionamento é explorado pelo roteiro é fantástica, bela, emocionante, comovente, natural e regada com um humor magnífico, bem no estilo das produções da “Disney & Pixar” (aliás, este é o melhor filme realizado desde que ambas as empresas se uniram). No mais, o longa se revela um passatempo extremamente divertido, delicioso (com o perdão do trocadilho gastronômico), inteligente e mesmo contendo seus clichês e estereótipos, é ousado ao criticar indiretamente o crítico de Cinema fazendo o uso da imagem do crítico Gastronômico.

Avaliação Final: 8,5 na escala de 10,0

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Crítica – A Doce Vida

janeiro 18, 2008 Deixe um comentário

Antes de realizar a sua obra-prima “8 e ½”, Federico Fellini optou por abordar as diversas crises existenciais surgidas à mente de uma pessoa de maneira mais, digamos, descentralizada. “Isto é bom? ___ Me pergunta o leitor”. Não sei dizer se é bom ou se é ruim. Nesta obra felliniana o resultado se mostra extremamente interessante, mas percebo que se tais crises fossem distribuídas em menos personagens, teríamos um estudo mais interessante e menos confuso das mesmas, assim como acontece em filmes sensacionais como “Clube da Luta”, “Beleza Americana”, “Taxi Driver”, “Cidadão Kane”, “Crepúsculo dos Deuses” e, é claro, o próprio “8 e ½”. Não que em “A Doce Vida” tais estudos psicológicos sejam necessariamente mal distribuídos entre seus personagens, mas é fato que, se o longa contasse com menos pessoas em cena, teríamos a chance de encontrar algo ainda mais amplo e complexo do que nos fôra apresentado.


Ficha Técnica:
Título Original: La Dolce Vita
Gênero:
Drama
Tempo de Duração:
167 minutos
Ano de Lançamento (Itália):
1960
Estúdio:
Riama Film / Société Nationale Pathé Cinéma / Pathé Consortium Cinéma / Gray-Film
Distribuição: Astor Pictures Corporation
Direção:
Federico Fellini
Roteiro:
Federico Fellini, Ennio Flaiano, Tullio Pinelli e Brunello Rondi
Produção:
Giuseppe Amato e Angelo Rizzoli
Música:
Nino Rota
Fotografia:
Otello Martelli
Desenho de Produção:
Piero Gherardi
Figurino:
Piero Gherardi
Edição:
Leo Cattozzo
Elenco: Marcello Mastroianni (Marcello Rubini), Yvonne Furneaux (Emma), Walter Santesso (Paparazzo), Anita Ekberg (Sylvia Rank), Annibale Ninchi (Pai de Marcello), Anouk Aimée (Maddalena), Magali Noël (Fanny), Alain Cuny (Steiner), Valeria Ciangottini (Paola), Riccardo Garrone (Riccardo), Ida Galli (Debutante do Ano), Audrey McDonald (Sonia), Alain Dijon (Frankie Stout) e Lex Barker (Robert).

Sinopse: Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) é um repórter de um jornal sensacionalista que passa a questionar sua vida quando conhece uma linda atriz de Hollywood. A partir daí, todos os acontecimentos à sua volta passam a ser tratados como um estudo até onde a futilidade humana pode chegar a fim de preencher o profundo vazio dentro das pessoas.

La Dolce Vita Trailer

Crítica:

Provavelmente, não há nada que cause mais desânimo em uma pessoa do que o vazio emocional, intelectual e, até mesmo, espiritual provocado pelo cotidiano da mesma. Por este motivo nos apegamos às mais variadas formas de preencher tal “vazio” a fim de encontrarmos um propósito para seguir com nossas vidas adiante. Mas será que conseguimos preencher tal vazio da maneira correta? Será que o fazemos de modo satisfatório, ou seja, de um modo onde este “buraco” realmente seja preenchido a ponto de não causar mais constantes insatisfações pessoais? Foi baseado nestes questionamentos que Federico Fellini realizou “A Doce Vida”. Contando com diversas historietas exibidas de maneira linear, ininterruptas e protagonizadas pelo mesmíssimo personagem, que Fellini dispara dardos carregados do mais pesado e letal veneno contra as futilidades adotadas pelas pessoas com o intento de preencher o profundo vazio que tanto as inquietam. O diretor mais importante da história do Cinema europeu sabe perfeitamente como conduzir a estória de modo com que os, aproximadamente, 165 minutos de projeção se tornem cansativos e enfadonhos pouquíssimas vezes, mas não há como negar que, ao disparar tiros para todos os lados o filme se mostra desconexo algumas vezes e, o que é pior, o excesso de personagens contidos no roteiro faz com que o mesmo não consiga dar merecida atenção a seus personagens mais interessantes, dentre os quais eu destaco Sylvia Rank, interpretada por uma Anita Ekberg estonteantemente formosa e que ficou imortalizada pelo banho com roupa tomado na Fonte de Trevi (uma das mais clássicas cenas da história do Cinema e que representa a busca do ser humano pelos seus instintos naturais e libertários). No mais, o longa dá provas de sua eficiência retratando as mais fúteis maneiras como o ser humano preenche o vazio em sua vida, através de bens materiais, popularidade, auto-afirmação social, ascensão profissional, relacionamentos amorosos artificiais, consumo de drogas (no caso, o álcool), conversações infrutíferas e, acima de tudo, o sexo sem propósito.

Avaliação Final: 8,75 na escala de 10,0.

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