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Os Sete Samurais – ***** de *****

dezembro 2, 2008 Deixe um comentário
Admito vergonhosamente que os meus conhecimentos sobre o Cinema asiático, sobretudo o japonês, são bem limitados. O estranho é que admiro muito a cultura deste continente e, acima de tudo, do Japão. Sempre nutri um fortíssimo interesse sobre a história japonesa, principalmente no que diz respeito ao período Yamato, mas, curiosamente, nunca me preocupei em conhecer de maneira mais branda a sétima Arte importada da segunda maior potência econômica mundial. Reparando este erro apenas agora (antes tarde do que nunca), optei por locar alguns filmes do maior gênio do cinema japonês e analisar os mesmos. O primeiro fora “Yojimbo”, filme cuja crítica já fora postada aqui mesmo, nesta sessão do site, agora, optei por “Os Sete Samurais” que, não só é considerado como o mais importante filme oriental de todos os tempos, como também uma das quinze melhores obras da história do Cinema e uma experiência obrigatória no currículo de qualquer um que se julgue cinéfilo.

Ficha Técnica:
Título Original: Shicinin No Samurai.
Gênero: Drama.Ano de Lançamento: 1954.
Nacionalidade: Japão.
Tempo de Duração: 208 minutos.
Diretor: Akira Kurosawa.
Roteirista: Shinobu Hashimoto, Akira Kurosawa e Hideo Oguni.
Elenco: Takashi Shimura (Kambei Shimada), Toshirô Mifune (Kikuchiyo), Yoshio Inaba (Gorobei Katayama), Seiji Miyaguchi (Kyuzo), Minoru Chiaki (Heihachi Hayashida), Daisuke Katô (Shichiroji), Isao Kimura (Katsushiro), Kamatari Fujiwara (Manzo), Kokuten Kodo (Gisaku), Bokuzen Hidari (Yohei), Yoshio Kosugi (Mosuke), Yoshio Tsuchiya (Rikichi), Keiji Sakakida (Gasaku) e muitos outros.
Sinopse: Após ser saqueada freqüentemente por um grupo de saqueadores, uma aldeia situada no interior do Japão entra em colapso total, uma vez que passa a não possuir mais alimentos o bastante a fim de garantir a sua subsistência. Para evitar que tal crise se prolongue ainda mais, os aldeões decidem contratar um grupo de samurais para garantir a paz no local e garantir que a prosperidade reine no vilarejo. A dificuldade em contratar os serviços de tais mercenários, no entanto, aumenta consideravelmente quando os lavradores percebem que, a única forma de compensar os trabalhos desenvolvidos pelos guerreiros, é alimentando os mesmos, uma vez que eles não possuem quaisquer bens materiais que seja.

Shicinin No Samurai – Trailer:

Crítica:

Mediante a sensibilidade das câmeras do gênio mor do Cinema asiático, Akira Kurosawa, quando “Os Sete Samurais” tem o seu início, passamos por uma desconfortável sensação de miséria. É justamente esta a sensação que este fabuloso épico almeja nos transmitir a princípio: a tão dolorosa realidade dos paupérrimos habitantes de um indigente vilarejo no interior do Japão que é pilhado freqüentemente por uma quadrilha de saqueadores.

O clima inserido no intróito da película é desesperador, aflito, lúgubre e urgente. É como se uma atitude drástica carecesse ser tomada o quanto antes, a fim de evitar a morte dos camponeses locais. Tais sensações transmitidas pela direção de Kurosawa, aliadas à trilha-sonora sombria e fúnebre de Fumio Hayasaka, conferem ao espectador uma inevitável impressão de que o filme está, na realidade, realizando uma ode ao Apocalipse. E é justamente este o sentimento presente nas mentes de cada um dos pobres camponeses indefesos: o de que o fim de tudo aquilo que eles têm por mundo, está verdadeiramente próximo.

Contudo, um sábio local sugere contratar um grupo de samurais que se sensibilizem com a causa deles e aceitem prestar serviços em troca de apenas três refeições diárias. É na cena em questão que Akira Kurosawa mostra, novamente, toda a sua genialidade, explorando a mentalidade de cada habitante do humilde vilarejo, retratando os diálogos de cada um destes, que variam desde os mais conformistas, que acreditam que lavradores nasceram para sofrer e, desta forma, devem aceitar o seu cruel destino, até os mais revolucionários que preferem pegar em armas e lutar contra os saqueadores arriscando a própria vida, passando pelos negativistas que crêem que a melhor solução é o suicídio e, por fim, encerrando o debate focando-se nos aldeões mais racionais, que aceitam a solução do sábio ancião e decidem tentar a impossível missão de contratar um grupo de samurais que protejam a aldeia, nem que para isso necessitem dispor de seus melhores alimentos.

A partir de então o filme assume uma outra postura filosófica. Se antes nos chocávamos com tamanha miséria e desespero, agora nos chocamos ainda mais ao sentirmos presentes o egoísmo e a ambição humana sendo abordadas em cena. De ode ao Apocalipse, o filme passa a realizar uma ode ao egoísmo humano e, acreditem, a sensação de angústia, estranhamente, não diminui nem um pouco, muito pelo contrário, aumenta. Não há como não nos comovermos, apenas para citar um exemplo, com a cena em que um aldeão, em pleno desespero, quase é espancado por um samurai após implorar que este proteja o seu vilarejo em troca de alimentos. Contudo, após passarem por humilhações de todos os tipos, os lavradores finalmente encontram um grupo com sete mercenários que, sem muitas perspectivas na vida, aceitam a missão.

Neste instante, o filme consegue nos cativar ainda mais do que já estava cativando outrora. O roteiro passa a confeccionar diálogos sensacionais sobre altruísmo, honra, amizade e egoísmo (desta vez, abordado de maneira um pouco menos ampla que anteriormente), e os protagonistas ganham uma abordagem extremamente ampla sobre o caráter de cada um deles. A química entre os samurais vai tornando-se cada vez mais visível e não há como não nos relacionarmos com os mesmos. É como se cada um deles fizesse parte de nós, tanto que, quando sentimos que estes correm sério risco de vida, tememos que algum membro de nossos corpos sejam decapitados, tamanha a relação que o roteiro estabelece entre o público e seus respectivos protagonistas.

A relação entre os mercenários e os plebeus também é muito bem abordada pelo roteiro. A princípio, temos a sensação de que está havendo ali um verdadeiro choque entre duas culturas amplamente diferentes, mas que, com o passar do tempo, não só o roteiro, como a sutil direção de Kurosawa e as engajadas atuações por parte de todo o elenco, fazem com que o público, assim como os guerreiros e os camponeses, se acostume com a confraternização que passa a se estabelecer entre ambos os lados.

E já que a palavra “sutileza” fora mencionada no parágrafo acima, não há como assistir ao longa em questão e não notar tal característica presente em quase todas as suas cenas. Kurosawa prova que é realmente um gênio e une diversos aspectos do longa tornando-o completamente sutil e agradável de ser assistido. Como resistir, por exemplo, ao cuidado com que a direção de Arte nos transporta ao Japão Feudal? Ou ao modo como os figurinos incrementam ainda mais as características daquela época ao espectador? E, principalmente, ao trabalho cuidadoso que a edição sonora do filme realiza aqui, quando, sempre que conveniente, emite sons de água em movimento a fim de nos passar a tranqüilidade característica do vilarejo em períodos amistosos.

Mencionando novamente a direção de Kurosawa, só que, desta vez, destinando este parágrafo inteiro a fim de melhor descrevê-la, é dele o maior mérito deste grande épico do Cinema oriental ter tido toda a repercussão que teve mundo afora. O cineasta realiza aqui um trabalho irretocável e revolucionário. Além de utilizar freqüentemente os seus característicos verticals travellings com o intento de conferir maior visibilidade aos espectadores, Kurosawa mostra saber usar uma determinada imagem perfeitamente bem a fim de ilustrar um problema que os personagens do filme estão enfrentando. Vide a cena onde um camponês entra em desespero logo após ser saqueado e, para ilustrar o sentimento do aldeão de um modo realmente satisfatório, o diretor realiza um enquadramento onde exibe apenas a mão direita do lavrador coletando os pouquíssimos grãos de arroz que lhe restaram, esparramados pelo local. As batalhas que, por si só, já entrariam na história do Cinema, ganham ainda mais força e realismo sob a batuta do gênio japonês que cria ângulos fantásticos para poder acompanhá-las de modo dinâmico e convincente.

Considerado pela grande maioria dos cinéfilos e dos profissionais da área o mais completo filme oriental de todos os tempos, “Os Sete Samurais” vai, na realidade, muito além disso. O longa magistralmente dirigido por Kurosawa se revela uma experiência inigualável e única na vida de quem o assiste (e por mais que o seu remake estadunidense “Sete Homens e Um Destino” seja ótimo, ele jamais se equipara a este longa em questão), além de ser uma sessão inquestionavelmente obrigatória a todo o indivíduo que almeja ter um conhecimento, no mínimo, aceitável sobre o Cinema asiático e, por que não dizer, mundial.

Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.

Filmes assistidos em Setembro e na primeira quinzena de Outubro

outubro 22, 2008 Deixe um comentário

Creio que não seja nem ao menos necessário dizer ao leitor o quão atrasadas estão as publicações deste blog, não é mesmo? Mas vejo-me na obrigação mais do que moral de pedir desculpas a quem acompanha com regularidade este espaço na web pelo longo intervalo que passei sem publicar absolutamente nada por aqui. A justificativa? A mesma de sempre, falta de tempo.

Destarte, estou aproveitando o meu primeiro fôlego nestes últimos dois meses para dar uma satisfação ao leitor e realizar a publicação mensal das resenhas dos filmes assistidos por mim neste período de tempo.

Outra coisa que eu almejava comentar, dava como certa a possibilidade de abandonar este servidor e passar a utilizar o do UOL que oferece um espaço destinado à propagandas capaz de serem convertidas em dinheiro ao proprietário do blog. Fiz minha proposta ao portal Universo On-Line e a mesma fora aceita, contudo, achei a interface do website pouco dinâmica e prática, diferentemente da interface oferecida pelo Blogspot do portal Google que é simplesmente fenomenal.

Por estas e outras, negociarei com o Google a possibilidade deste financiar o Cine-Phylum e, caso entremos em acordo, desistirei da idéia de migrar para o UOL.

Sem mais delongas, seguem abaixo as nano-críticas dos longas por mim assistidos no mês de setembro e na primeira quinzena do mês de outubro.

01 – Hellboy II – O Exército Dourado (2008). Nota: 7,5.


Tendo como maior argumento a seu favor os motivos pelos quais o seu principal antagonista é impulsionado, “Hellboy II – O Exército Dourado” acaba falhando ao não desenvolver de uma forma mais ampla e complexa o vilão da estória, extraindo assim uma atuação involuntariamente caricata por parte de Luke Goss. Em contrapartida, os demais personagens do filme são explorados de um modo deveras satisfatório, em especial no que diz respeito à dinâmica efervescida entre eles, e todos os demais atores rendem atuações convincentes. A direção de Guilhermo del Toro é satisfatória, principalmente quando utiliza a soberba direção de arte de Peter Francis a fim de dar vida a criaturas e locais verdadeiramente fantásticos (e neste caso, a palavra “fantásticos” assume caráter ambíguo), mas o diretor falha ao não conseguir criar ângulos realmente cativantes com a sua câmera, algo que poderia dar mais vivacidade às cenas de ação inseridas no longa. E falando em tais seqüências de ação, é uma pena que as mesmas, apesar de serem muitíssimo bem distribuídas ao longo da projeção, não consigam cativar tanto durante os dois primeiros atos, uma vez que raramente põem em risco à vida do protagonista.

Clique aqui para ver a crítica completa no Papo Cinema

02 – O Nevoeiro (2008). Nota: 8,0.

As qualidades deste longa jamais se resumem ao ótimo trabalho do cineasta francês responsável por “Um Sonho de Liberdade”. Ao passo em que a trama se desenrola, o mesmo roteiro, que no início parecia não criar o clima tenso necessário com o propósito de cativar o espectador, nos insere em situações cada vez mais inquietantes. Outro acerto grandessíssimo de Darabont (e agora, refiro-me ao mesmo como roteirista, e não diretor) é a maneira como este decidiu abordar cada personagem. Se a estória por si só, já não é das melhores, ao menos os personagens que a compõem se mostram interessantes o bastante.

Clique aqui para ver a crítica completa no Papo Cinema

03 – A Lista de Schindler (1993). Nota: 10,0.

“A Lista de Schindler” é um filme praticamente perfeito (exceto em seu primeiro ato, parte em que o longa tem muito pouco ritmo, mas os outros dois atos são tão perfeitos que a falta de ritmo contida no primeiro acaba sendo inteiramente perdoada), onde todos os realizadores parecem ter se esforçado ao máximo a fim de obter um magnífico resultado final, que é justamente o que acaba acontecendo. A direção de Spielberg é detalhista e não contém quaisquer apelos que seja, as atuações do elenco não poderiam ser melhores, o roteiro de Zaillian foi perfeitamente bem adaptado do livro, a trilha-sonora de Williams está entre as melhores e mais tristes da história do Cinema e a fotografia em preto e branco de Kaminski realça ainda mais a melancolia que a película almeja nos passar.

Clique aqui para ver a crítica completa no Papo Cinema

04 – Yojimbo, o Guarda-Costas (1961). Nota: 9,0.

A direção de Akira Kurosawa, como sempre, está perfeita. É incrível vermos como o diretor é capaz de criar ângulos excepcionais com a sua câmera e mais impressionante ainda é podermos notar a maneira eficiente com que ele “casa” diversos aspectos do longa, fazendo com que todos andem em perfeita harmonia. Ou melhor, todos não, quase todos.

Clique aqui para ver a crítica completa no Papo Cinema

05 – Os Sete Samurais (1954). Nota: 10,0.

Considerado pela grande maioria dos cinéfilos e dos profissionais da área o mais completo filme oriental de todos os tempos, “Os Sete Samurais” vai, na realidade, muito além disso. O longa magistralmente dirigido por Kurosawa se revela uma experiência inigualável e única na vida de quem o assiste (e por mais que o seu remake estadunidense “Sete Homens e Um Destino” seja ótimo, ele jamais se equipara a este longa em questão), além de ser uma sessão inquestionavelmente obrigatória a todo o indivíduo que almeja ter um conhecimento, no mínimo, aceitável sobre o Cinema asiático e, por que não dizer, mundial.

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06 – Violência Gratuita (2008). Nota: 8,0.

Além de realizar soberbamente uma abordagem filosófica e sociológica sobre a violência, Haneke se mostrou capaz de criar um suspense verdadeiramente tenso, inovador e original. Sua direção é soberba e conta com ângulos excepcionais e o elenco se mostra fantástico e extremamente entrosado. O longa só falha no que diz respeito à falta de propósito de sua existência, uma vez que, em 1997, o mesmo Michael Haneke roteirizou e dirigiu um filme com o mesmo nome, a mesma estória, os mesmos personagens, enfim, um filme exatamente igual a este, quadro a quadro, diálogo a diálogo, centímetro a centímetro. Seria isso uma empreitada realizada com o intento de fazer com que o público estadunidense vá aos cinemas assistir a sua obra-prima falada na língua da terra do Tio Sam, uma vez que, de tão ociosa e preguiçosa que aquela raça é, eles raramente assistiriam ao longa original pelo simples fato deste ser legendado? Pode apostar que sim.

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07 – Super-Heróis – A Liga da Injustiça (2005). Nota: 0,0.

Perda de tempo (e dinheiro, diga-se) é tudo o que você obterá assistindo a esta bomba em larga escala. Contando com um roteiro que consegue a façanha de despejar em seus espectadores uma piada sem graça a cada três segundos, “Super-Heróis – A Liga da Injustiça” (por um acaso já comentei que este é o pior título que os tradutores nacionais já adotaram a uma obra cinematográfica estrangeira?) se revela um forte candidato a faturar os principais prêmios da próxima edição do Framboesa de Ouro, especialmente no que diz respeito a pior roteiro.

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08 – As Duas Faces da Lei (2007). Nota: 4,0.

Frustrante. Esta palavra define bem a sensação que se tem ao terminar de assistir a este “As Duas Faces da Lei” no cinema. Toda a expectativa gerada em volta do retorno da dupla Pacino e De Niro (eles atuaram juntos pela primeira vez no thriller “Fogo Contra Fogo”, há 13 anos, desde então, jamais voltaram a repetir a dose) fora por água abaixo, gerando um filme constituído por uma sinopse bastante interessante, mas trabalhada de maneira extremamente artificial pelo roteiro (que conta com o final mais forçado dos últimos tempos), que acaba se salvando ligeiramente graças às atuações de seus protagonistas e à direção de Jon Avnet que, embora se revele extremamente irregular durante o desenrolar da trama, confere bastante ritmo ao longa durante o seu primeiro ato.

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09 – Busca Implacável (2008). Nota: 6,0.

Busca Implacável” é o típico filme que certamente não irá acrescentar nada de especial em sua vida, e você provavelmente irá se esquecer deste minutos após o término da sessão, mas não há como negar que o mesmo se revela um bom passatempo e, em muitos casos, só isso já basta.”

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10 – Vôo Noturno (2005). Nota: 7,5.

Cillian Murphy encarna um psicopata com total maestria e a sua atuação se mostra consistente, forte e cativante o bastante para segurar o público até o desfecho da trama. É justamente de seu trabalho que emana a maior qualidade de “Vôo Noturno”. Rachel MacAdams também se sai muito bem encarnando a protagonista e vítima da estória e o enredo consegue conferir uma tensão bastante regular no espectador. Entretanto, o longa falha gravemente nos quesitos efeitos visuais e trilha-sonora. Os primeiros, se mostram apenas razoáveis quando deveriam ter sido melhor trabalhados a fim de atribuir um tom de verossimilhança mais acentuado à trama e a segunda decepciona ao realizar a batida tentativa de assustar o espectador utilizando acordes pesados toda vez que os vilões apresentam perigo. O roteiro também falha algumas vezes quando passa a depender de certas coincidências para funcionar. No mais, “Vôo Noturno” se revela um ótimo e, é claro, tenso passatempo.

Não foi redigida a crítica deste longa.

Crítica – Os Sete Samurais

fevereiro 24, 2008 Deixe um comentário

Como a cultura oriental é interessante…Não concordam que nós,aqui no ocidente deveriamos ter mais contato com o cinema que vem do outro lado do mundo?Figurinos e danças exóticas aos nossos olhos,o oriente sempre me encantou,em 1954 um homem chamado Akira Kurasawa fez o cinema se encantar com ele,um diretor que influenciou lendas como Steven Spielberg,George Lucas,Francis Ford Coppola ou Martin Scorsese,mostrou o brilho do oriente e fez o seu cinema se chocar com o cinema ocidental.Resultado?”Os Sete Samurais”.Um filme que permance em sua cabeça por anos a fio,enche seus olhos e não vão estranhar se também arrebatar seu coração

Crítica:

Durante o Japão no período feudal,uma vila indefesa é constantemente atacada por bandidos,que roubam toda a sua comida e acabam com todas as plantações que os pobres moradores passaram tempos plantando.A decisão era clara:aquilo não poderia continuar e em reuniões acharam a solução:contratar um excepcional samurai para defendê-los de outros ataques,o pagamento era só estadia e comida,mas o trabalho veio de bom agrado.Com um argumento desse a obra prima de Akira Kurosawa se inicia em uma majestosa estória que vai encantar qualquer pessoa pelos próximos 206 minutos de duração.A estória principal vai sendo desenvolvida de forma brilhante,e muitas cenas vão sendo marcadas em nossa cabeça,como a seleção dos outros seis samurais que vão ajudar o grande samurai Kambei(assim como uma espécie de ovelha desgarrada entre eles,que constantemente rouba a cena),a dificuldade que eles têm de preparar uma vila inteira para lutar conta os bandidos e tentam transformar a vila em uma só.Era preciso união antes de tudo,como a vila toda tenta esconder suas mulheres com medo de uma possível sedução por parte dos samurais(e como eles as encontram),os constantes ataques fracassdos dos bandidos e vamos acompanhando isso até chegar ao grande clímax na fatídica seqüência na chuva.
O épico criado é dos melhores.A estória é intensa,criando várias discussões filosoficas e imagens brilhantes,Kurosawa faz cenas incríveis,filma bem as paisagens naturais e mostra a grande beleza daquele seu país,o mais interessantes são sua revoluções para o cinema:cenas de paisagens rurais entram em contrastes com cenas violentas,os figurinos exóticos dão um toque charmoso,fazendo de tal filme um espetáculo aos olhos humanos
E espetáculo maior vem para nossa mente,o que levaria sete samurais a aceitar um trabalho com um pagamento tão baixo?Necessidade ou questões filosoficas?Haveriam ainda justiceiros no mundo disposto a ajudar?E o mais interessante vem em seguida.40 grandes ladrões com arma das mais modernas,tentam em várias investidas atacar a vila,mas bastam apenas sete samurais para vencê-los.O que está em questão ali é muito mais do que força e quantidade.São estratégias e acima de tudo a união que os guerreiros devem ter.E união vem refleitda em quando Kambei chinga um de seus samurais por ser vangloriar após ter matado vários ladrões depois de um ataque:aquilo não era uma vitória,eles não deveriam achar que eram imbatíveis após ter vencido uma batalha (e esse é o principal contraste que diferencia a obra de Kurosawa com os wastern americanos)
Engana-se quem ache que “Os Sete Samurais”,apesar de todos os debates filosóficos abordados de forma sutil, se trata de um filme complexo,assisti-lo é como uma conversa informal com um amigo,a segurança que os protagonistas passam e o clima de amizade entre eles refletem em uma sensação agradável,chegamos a sofrer quando algum deles corre o risco de morrer.
“Os Sete Samurais” é uma obra que deve ser vista de novo e de novo,em 1960 criou-se o western “Sete Homens e um Destino”, uma versão americana de “Os Sete Samurais”. Não vale a pena. A obra de Kurosawa é única e deve ser vista como tal.

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