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Max Payne – * de *****

novembro 22, 2008 Deixe um comentário
“Max Payne” era um dos jogos de computador mais populares durante a época em que “Grand Theft Auto – Vice City” liderava os rankings de vendas mundiais, sendo assim, era mais do que óbvio que muito em breve teríamos uma obra cinematográfica baseada no game para PC. Diferentemente das demais obras do gênero, que confesso só não passar longe por motivos profissionais, nutria alguma expectativa de que este longa, dirigido por John Moore, fosse, ao menos, um interessante filme de entretenimento. Ledo engano. Além de chato, arrastado e cansativo (confesso que fiz um grande esforço para não cair no sono durante a sessão), “Max Payne”, seguindo a contra-mão do jogo que lhe inspirou, não se mostra nem um pouco inovador, muito pelo contrário, é plágio descarado de muitas outras obras cinematográficas produzidas entre os anos 80 e 90, conforme o leitor poderá constatar na crítica infra.


Ficha Técnica:

Título Original: Max Payne.
Gênero: Policial.
Ano de Lançamento: 2008.
Nacionalidade: EUA.
Tempo de Duração: 100 minutos.
Diretor: John Moore.
Roteirista: Beau Thorne.
Elenco: Mark Wahlberg (Max Payne), Mila Kunix (Mona Sax), Beau Bridges (BB Hensley), Ludacris (Jim Bravura), Chris O’Donnell (Jason Colvin), Donal Logue (Alex Balder), Amaury Nolasco (Jack Lupino), Kate Burton (Nicole Horne), Olga Kurylenko (Natasha), Rothaford Gray (Joe Salle), Joel Gordon (Owen Green), Jamie Hector (Lincoln DeNeuf), Andrew Friedman (Trevor), Marianthi Evans (Michelle Payne), Nelly Furtado (Christa Balder) e outros.

Sinopse: Max Payne (Mark Wahlberg) é um policial que, após ter a família assassinada, se infiltra em uma quadrilha de marginais viciados em uma nova droga criada pelo exército estadunidense a fim de vingar a morte de seus entes. Contudo, Payne acaba sendo culpado injustamente pela morte de seu parceiro e passa a ser perseguido por criminosos e policiais.

Max Payne – Trailer:

Crítica:

O mais novo filme dirigido por John Moore é, na realidade, uma salada cinematográfica. Prepare-a da seguinte maneira: misture muitas fatias de “Desejo de Matar” (se a batida estória de vingança já era realmente batida nos tempos da série protagonizada por Charles Bronson, quiçá nos dias atuais), algumas folhas de “Constantine” (efeitos visuais com direito a anjos negros, construções em chamas (que nos remetem à lembrança do inferno) e muito mais, sem contar o final “redentor” do protagonista (“___ Agora sim eu creio em anjos!”), é claro), duzentos gramas fatiados de “Os Infiltrados” (leia a sinopse e saberá o porquê), cinqüenta gramas de “A Identidade Bourne” (repare na seqüência inicial do longa, que conta com Mark Wahlberg afundando na água), muito, mas muito mesmo, “Rambo 2: A Missão” (afinal de contas, o protagonista se mostra capaz de matar, sozinho, dezenas de pessoas armadas até os dentes) ralado, e pronto, teremos “Max Payne”. Ops, mas espere aí, não está faltando algo? Um ingrediente especial ou um toque do próprio cozinheiro? Acontece que o cozinheiro aqui, tal como a sua equipe de auxiliares, não faz nada além de inserir ingredientes já utilizados infinitas vezes por outros profissionais da área.

E se o filme em questão nada mais é do que uma descarada mistureba dos aspectos das obras mencionadas no parágrafo anterior, o mínimo que podemos esperar deste é que ao menos funcione corretamente como entretenimento, não é? Pois é, mas o problema mor está justamente aí, nem como mera diversão “Max Payne” funciona. Qual o maior defeito que uma produção cinematográfica que visa apenas divertir o seu público alvo pode possuir? Se revelar um filme chato e não conseguir diverti-lo, correto? Exato, e a obra protagonizada por Mark Wahlberg falha gravemente neste quesito, uma vez que a mesma conta com uma ação levemente eficaz, mas muito má distribuída ao longo de sua projeção.

“Max Payne” já começa mal. Logo no início somos bruscamente apresentados ao protagonista da estória imergindo vagarosamente em um lago de Nova York. Depois, ficamos sabendo que o mesmo almeja buscar vingança contra os responsáveis pela morte de sua família. Em seguida, o roteiro nos introduz a algumas cenas de ação que não cativam em momento algum e, a partir de então, o personagem-título nem ao menos é explorado pelo roteiro. Não sabemos nada mais sobre o mesmo, exceto o desejo deste em se infiltrar na quadrilha e, conforme fora citado há pouco, se vingar dos assassinos de sua esposa e filho (lembrou-se de mais algum filme? Exato, “Mad Max”, como pude deixar de mencioná-lo no primeiro parágrafo?). Agora, sejamos francos, se o roteiro nem ao menos se preocupa em abordar de forma mais ampla o protagonista da estória, como este quer que nos cativemos com o mesmo? A sensação que fica é a de que o filme só se compromete em agradar os fãs do game, uma vez que estes certamente estão muito mais familiarizados com o personagem-título.

Até mesmo Mark Wahlberg, que na grande maioria das vezes realiza uma atuação competente, se mostra insatisfatório devido à visível fragilidade do péssimo roteiro de Beau Thorne que força-o a atuar de maneira extremamente caricata. Wahlberg é o tipo de ator cujo talento consegue realizar a incrível façanha de maquiar ligeiramente o pavoroso roteiro de “Fim dos Tempos”, graças à seu seguro trabalho, mas em “Max Payne” ele não se mostra capaz de salvar nem um pouco o filme, muito pelo contrário, torna a situação ainda mais desastrosa.

Adotando uma carranca mal-humorada durante o tempo todo, o ex-rapper transforma o seu personagem no estereótipo do sujeito amargurado, taciturno, e que segue a batida linhagem do indivíduo “bata primeiro, pergunte depois”. Uma espécie de Charles Bronson da segunda idade (e não é a toa que citei “Desejo de Matar” no primeiro parágrafo desta crítica, afinal de contas, “Max Payne” copiou não somente a estória daquele filme como também os trejeitos do protagonista). As demais atuações também são todas desastrosas.

O quê? Ah sim, eu sei que as pessoas que vão aos cinemas assistir ao longa de John Moore não estão tão preocupadas em avaliar a obra tomando por base características como atuação do elenco, direção, roteiro, entre outras coisas. O que eles querem mesmo é ação e efeitos visuais de primeira. Pois é como já fora previamente citado, as seqüências de ação deste “Max Payne” são levemente eficazes, mas muito má distribuídas pelo roteiro, podendo ser conferidas apenas no terceiro ato da mesma. E mesmo sendo eletrizantes (em especial a seqüência final), não há como deixarmos de notar a artificialidade presente nas mesmas. Pode-se observar tal falta de naturalidade não só através da facilidade com que o personagem-título elimina os seus opositores, contando com pouco ou nenhum auxílio, mas também pelo “sexto sentido” que Payne possui, a ponto de notar a presença de seus opositores até mesmo quando estes encontram-se perfeitamente bem escondidos ou tentam assassinar-lhe de surpresa pelas costas.

Outra grave falha presente em tais seqüências é a praticamente nula periculosidade a qual o protagonista é exposto diante das mesmas. Lembro-me perfeitamente que ao dissertar sobre “Star Wars – Episódio IV – Uma Nova Esperança” informei que a maior qualidade daquele filme era o modo como as suas seqüências de aventura, sobretudo o ataque à Estrela da Morte, se mostravam capazes de criar um clima amplamente tenso no espectador, expondo sempre os heróis do longa a uma altíssima periculosidade. Em “Max Payne” isto nunca ocorre, e quando pensamos que irá ocorrer, simplesmente aparece alguém na hora H e salva o protagonista (criativo, não?). Não bastasse Moore conferir uma fraca direção (ele nada mais faz que manter a câmera ligada enquanto os atores fingem que atuam e os responsáveis pelos efeitos visuais e CGI trabalham) à obra, ele também não se revela capaz de (salvo em alguns momentos) criar quaisquer tensões em seus espectadores.

Os efeitos visuais também deixam muito a desejar, funcionando apenas quando “resolvem” criar explosões e simular edifícios pegando fogo. No mais, se revelam cópias fiéis dos efeitos do ótimo “Constantine”, principalmente no que diz respeito a aparição de anjos negros.

Mas nem tudo são falhas no filme. Além das raras seqüências de ação que realmente valem a pena ser conferidas e dos poucos efeitos visuais que funcionam bem, “Max Payne” conta com uma fotografia magistralmente escura que, casada com uma direção de arte responsável pela construção de uma Nova York sombria e tomada pelo crime e pelas drogas, cria um clima gótico mais do que apropriado ao longa, uma vez que, após perder a família, o policial infiltrado no submundo da delinqüência passa a olhar o mundo de maneira depressiva e pessimista.

Visualmente belo, mas visivelmente falho como entretenimento e, principalmente, Arte. Esta frase resume bem “Max Payne”, um filme que se atreveu a plagiar sem quaisquer indícios de escrúpulos aspectos de diversas obras cinematográficas.

Avaliação Final: 3,0 na escala 10,0.

Crítica – Fim dos Tempos

junho 30, 2008 2 comentários

Um dos motivos que mais me despertou curiosidade em assistir a este “Fim dos Tempos” foi a polêmica alastrada em torno do mesmo. Não, a polêmica não gira necessariamente em torno de qualquer questão interna abordada pelo filme, mas sim em torno das críticas e opiniões populares levantadas em cima do mesmo. Odiado pela maioria e amado por uma minoria, “Fim dos Tempos” acabou despertando o interesse em mim graças a essa divisão de opiniões. O problema é que, ao terminar de assistir à obra de Shyamalan, acabei ficando em cima do muro, mas não por receio de dar uma opinião positiva ou negativa e sim pelo simples fato de o filme ser simplesmente medíocre (e não falo no sentido pejorativo da palavra) e nada mais. Pedindo desculpas adiantadas ao leitor pelo péssimo trocadilho que irei realizar agora, digo que todas as polêmicas levantadas em cima de “Fim dos Tempos” acabam fazendo muita ventania por nada.

Ficha Técnica:
Título Original: The Happening
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 91 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.fimdostempos-ofilme.com.br
Estúdio: 20th Century Fox Film Corporation / Barry Mendel Productions / Spyglass Entertainment / Blinding Edge Pictures / UTV Motion Pictures
Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: M. Night Shyamalan
Roteiro: M. Night Shyamalan
Produção: Barry Mendel, Sam Mercer e M. Night Shyamalan
Música: James Newton Howard
Fotografia: Tak Fujimoto
Desenho de Produção: Jeannine Claudia Oppewall
Direção de Arte: Anthony Dunne
Figurino: Betsy Heimann
Edição: Conrad Buff IV
Efeitos Especiais: Industrial Light and Magic / CafeFX / The Third Floor / Quantum Creation FX
Elenco: Mark Wahlberg (Elliot Moore), Zooey Deschanel (Alma Moore), John Leguizamo (Julian), Ashlyn Sanchez (Jess), Betty Buckley (Sra. Jones), Spencer Breslin (Josh), Jeremy Strong (Recruta Auster), Alan Ruck (Diretor), M. Night Shyamalan (Joey), Robert Lenzi (Jake), Edward James Hyland (Prof. Kendall Wallace) e Stephen Singer (Dr. Ross).

Sinopse: Após uma série de inexplicáveis suicídios em massa, o professor Elliot Moore (Mark Wahlberg) decide, junto com a esposa Alma Moore (Zooey Deschanel) abandonar a cidade em que reside e partir para o campo, onde crê que estará a salvo de tais acontecimentos. Contudo, é justamente nesta região do globo terrestre que o estranho fenômeno passa a ocorrer com mais intensidade, criando um estado de pânico e calamidade pública, obrigando o casal a fugir para salvar a própria vida.

The Happening – Trailer

Crítica:

Fim dos Tempos” é mais um destes filmes egoístas onde um gigantesco número de pessoas corre sério risco de vida, mas o roteiro insiste em voltar a atenção apenas a um minúsculo grupo de pessoas (no caso, os protagonistas da estória) e cabe a nós, espectadores, torcer para que este pequenino grupo consiga se manter vivo até o desfecho da estória, pouco nos importando o que venha a acontecer com os demais personagens. Em outras palavras, “Fim dos Tempos” (e que titulizinho mais marqueteiro e megalomaníaco este, não?) é um filme que lembra bastante “Guerra dos Mundos”, com a diferença de que aqui os predadores não são alienígenas e sim as plantas.

É isso mesmo que o leitor leu: plantas. Ao invés de seres bizarros ameaçando a humanidade, temos vegetais que, a fim de preservar a própria espécie (já que o ser humano ameaça a natureza constante e diariamente), organizam um complô contra a nossa raça liberando toxinas que inibem os instintos de autodefesa humana fazendo com que todas as pessoas infectadas com a substância lançada pelas plantas cometam suicídio (hã?).

Pois é, a estória extrapola os limites do absurdo, mas ainda assim não há como negar a originalidade da mesma e, por mais inverossímil que o argumento soe, ele tem um pouco (bem pouco, diga-se) de coerência, sendo que a natureza “vinga-se” do Homem com certa freqüência através dos desastres naturais (vide o Furacão Katrina, apenas para citar um exemplo), ainda que não o faça voluntariamente, conforme sugere o filme.

Muito se tem reclamado também de certas cenas do longa como, por exemplo, a seqüência onde um grupo de pessoas foge do vento. Pois onde muitos críticos vêem uma cena ridícula eu vejo uma cena comum, afinal de contas, o que mais poderia se esperar? Que as plantas disparassem tiros de raio laser ou liberassem um gás visível e venenoso? É lógico que se estas quisessem lançar uma toxina contra os seres humanos elas o fariam através do vento, portanto, não notei nada demais na cena, a não ser, é claro, na capacidade que Shyamalan teve para criar uma seqüência ligeiramente tensa (e já digo que era obrigação do diretor indiano ter conferido muito mais tensão ao espectador durante o desenrolar de tal seqüência) sem precisar fazer uso de efeitos especiais mirabolantes ou CGI.

Outro ponto fortíssimo do filme (e provavelmente é a maior qualidade do mesmo) reside na capacidade que este tem de criar um clima claustrofóbico e angustiante sendo que, ironicamente, 85% de sua projeção é realizada em ambientes abertos e, ao contrário da grande maioria de filmes de suspense/horror, “Fim dos Tempos” é realizado quase que inteiramente em locações abertas, fato que condiz plenamente com a sua sinopse.

Mas para que um filme deste gênero seja considerado, no mínimo, bom, é mais do que obrigatório que o mesmo contenha cenas fortes e impactantes, capazes de deixar o espectador tenso. E para deixar o espectador tenso, não basta apenas criar um clima angustiante, deve-se conseguir dar origem a cenas que causem impacto em quem está do outro lado da telona. Infelizmente, “Fim dos Tempos” conta com pouquíssimas cenas desta natureza, tais como o suicídio coletivo no Central Park e a seqüência em que nos deparamos com várias pessoas enforcadas em diversas árvores.

No final das contas, este “Fim dos Tempos” se equipara (mais uma vez peço desculpas pelo trocadilho de mau gosto) àquele vento que bate em seu rosto em uma manhã de agosto. Enquanto você sente a corrente de ar em sua face, obviamente tem ciência desta, depois que passa você simplesmente esquece que a sentiu há pouquíssimos minutos atrás.

Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0.