Arquivo

Archive for the ‘Matéria’ Category

Festival de Cinema de Cannes – Vencedores

Chega de poemas pseudo-intelectuais destrutivos e autodestrutivos. Voltemos, felizmente (ou não), a falar de Cinema. Saiu ontem (pois é, estou publicando esta matéria com atraso) os vencedores do Festival de Cinema de Cannes, conhecido apenas como Festival de Cannes (que, diga-se de passagem, é mil vezes mais justo e confiável que o Oscar®), onde o prêmio máximo é a Palma de Ouro®. O grande vencedor foi o filme do polêmico Michael Haneke (“Violência Gratuita”), Das Weisse Band (e não me perguntem a tradução literal disso, pois o meu alemão ainda é fraco, ou como dizem naquele idioma: “Mein Deutsch ist noch schwach”), um drama de guerra adaptado em uma vila rural da Alemanha pré-Primeira Guerra Mundial. Vamos aos demais filmes e aos seus respectivos prêmios:

Palma de Ouro
Das Weisse Band, de Michael Haneke

Grande Prêmio
Un Prophète, de Jacques Audiard

Melhor Direção
Brillante Mendoza por Kinatay

Melhor Roteiro
Spring Fever, de Lou Ye

Camera d´Or
Warwick Thornton por Samson and Delilah

Camera d´Or – Menção Especial
Ajami, de Scandar Copti e Yaron Shani

Prêmio do Júri
Fish Tank, de Andrea Arnold
Bakjwi, de Park Chan-Wook

Melhor Atriz
Charlotte Gainsbourg por Anticristo

Melhor Ator

Christoph Waltz por Bastardos Inglórios

Palma de Ouro – Melhor Curta
Arena, de João Salaviza

Menções Especiais – Curtas
The Six Dolar Fifty Man, de Mark Albiston e Louis Sutherland

Un Certain Regard – Prêmio Principal
Kynodontas, de Yorgos Lanthimos

Un Certain Regard – Prêmio do Júri
Police, Adjective, de Corneliu Porumboiu

Un Certain Regard – Prêmio Especial
No One Knows About Persian Cats, de Bahman Ghobadi, e Father of My Children, de Mia Hansen-Love

Cinefondation
1º lugar: Baba, de Zuzana Kirchnerova-Spidlova
2º lugar: Goodbye, de Song Fang
3º lugar: Diploma, de Yaelle Kayam, e Don´t Step Out of the House, de Jo Sung-hee

Prêmio Especial pelo Conjunto da Obra
Alain Resnais

Fonte: Cinema em Cena

"Meu" Oscar® 2009

março 25, 2009 2 comentários
Passou-se um mês desde a cerimônia do Oscar® 2009 e decidi “brincar” um pouquinho de “Meu Oscar®”. Como vem a ser tal brincadeira? Primeiramente, imagine-me como dono do mundo. Onde você vê claramente edificações, passe a ver destroços e ruínas, sob uma gargalhada “luciferiana” oriunda de um psicopata ultra-niilista que acabara de conquistar o poder supremo da raça humana e está decidido a exterminá-la de uma vez por todas. Imagine um mundo devastado sob minha batuta. Imaginou? Agora imagine como seria a cerimônia do Oscar® sob a minha batuta. Imaginou? Pois imaginou errado. Veja como seria logo mais abaixo (obs.: não deixe de ler as várias observações contidas no final do texto).

PS: Espero que gostem da montagem acima que o Seu Tóinho do boteco da esquina fez para mim, pois caso eu domine o mundo, ele será o meu tesoureiro, e não seria muito inteligente ridicularizar a foto feita pelo tesoureiro do Imperador da Terra.

Melhor Montagem:

* Chris Dickens por Quem Quer Ser um Milionário?

* Lee Smith por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Ayhan Ergürse, Bora Gökşingöl e Nuri Bilge Ceylan por Três Macacos

* Daniel Rezende por Tropa de Elite

* Joel Cox e Gary Roach por A Troca

Melhor Atriz Coadjuvante:

* Viola Davis por Dúvida

* Rosemarie DeWitt por O Casamento de Rachel

* Francis McDermond por Queime Depois de Ler

* Penelope Cruz por Vicky Cristina Barcelona

* Tilda Swinton por O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Ator Coadjuvante:

* Heath Ledger por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Carlo Del Sorbo por Gomorra

* Milhem Cortaz por Tropa de Elite

* Brad Pitt por Queime Depois de Ler

* John Malkovich por A Troca

Melhor Atriz:

* Anne Hathaway por O Casamento de Rachel

* Meryl Streep por Dúvida

* Kate Winslet por O Leitor

* Scarlett Johansson por Vicky Cristina Barcelona

* Angelina Jolie por A Troca

Melhor Ator:

* Wagner Moura por Tropa de Elite

* Mickey Rourke por O Lutador

* Frank Langella por Frost/Nixon

* John Malkovich por Queime Depois de Ler

* Sean Penn por Milk – A Voz da Igualdade

Melhor Roteiro Adaptado:

* Jonathan Nolan e Christopher Nolan por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso e Roberto Saviano por Gomorra

* David Hare por O Leitor

* Peter Morgan por Frost/Nixon

* John Patrick Shanley por Dúvida

Melhor Roteiro Original:

* Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha por Tropa de Elite

* Ebru Ceylan, Nuri Bilge Ceylan e Ercan Kesal por Três Macacos

* Andrew Stanton por Wall-E

* J. Michael Straczynski por A Troca

* Woody Allen por Vicky Cristina Barcelona

Melhor Diretor:

* Danny Boyle por Quem Quer Ser um Milionário?

* Nuri Bilge Ceylan por Três Macacos

* Darren Aronofsky por O Lutador

* David Fincher por O Curioso Caso de Benjamin Button

* Christopher Nolan por Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhor Filme:

* Tropa de Elite

* Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Três Macacos

* Wall-E

* A Troca

Obs. 1: Por mais cruel e ditador que eu seja, não segui os tradicionalismos da Academia e selecionei TODOS os filmes que estrearam nos Estados Unidos no ano de 2008 (e que eu tive a oportunidade de assistir, naturalmente). O que inclui, é claro, o nosso subestimado “Tropa de Elite”, que fora equivocadamente chamado de fascista lá fora, o que o difamou a ponto de nem chegar perto do Oscar que, inquestionavelmente, merecia levar para casa (principalmente em um ano tão pífio para o Cinema como foi este).

Osb. 2: Falando em filmes estrangeiros lançados comercialmente nos EUA em 2008, não sei se o terror espanhol “[REC]” foi lançado por lá no ano passado, mas caso tenha sido, considere-o em terceiro lugar em Melhor Direção, em quarto lugar em Melhor Atriz e em quinto lugar em Melhor Montagem (ou Edição, caso prefira).

Obs. 3: A propósito, já que mencionei acima as possíveis colocações de “[REC]” (caso o mesmo pudesse ser selecionado) em cada categoria, gostaria de mencionar que selecionei os filmes de acordo com a minha ordem de preferência, ou seja, em Melhor Montagem, por exemplo, o Oscar® ficaria com “Quem Quer Ser um Milionário?” (como realmente aconteceu fora do “mundo” deste altista megalomaníaco que vos escreve), o 2° lugar ficaria com “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e o 3°, 4° e 5° ficariam, respectivamente, com “Três Macacos”, “Tropa de Elite” e “A Troca”.

Obs. 4: Está sentindo falta das categorias Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte, Melhores Efeitos Visuais e etc…? Pois é, mas o bem da verdade é que assumo que fui preguiçoso e não queria queimar os poucos neurônios que me restam, portanto, selecionei apenas as categorias que mais me atraem.

Obs. 5: Quer dizer que se formos seguir a lógica do parágrafo acima, podemos concluir que Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Animação não me atraem? De forma alguma, em um mundo manipulado por mim, todos os filmes seriam iguais e mereceriam concorrer a Melhor Filme, sejam eles estrangeiros ou não (tanto que três dentre os cinco indicados não são necessariamente filmes estadunidenses e/ou com personagens em carne e osso), quebrando-se definitivamente paradigmas como as categorias: Melhor Animação e Filme Estrangeiro.

Obs. 6: Antes que alguém me questione, eu respondo. Não assisti a filmes como “Che – O Argentino”, “Che – A Guerrilha”, Nova York, “Sinedoche” e muitas outras produções que estrearam no circuito estadunidense em 2008. Assim sendo, não os considerei nesta “premiação”. É claro que, caso os assista posteriormente e conclua que tais obras são dignas de figurar em tal relação, alterarei a mesma e a postarei aqui no Cine-Phylum.

Obs. 7: Como seria a cerimônia? Bem, os prêmios seriam entregues sem “viadagem” (sem ofensas aos homessexuais) e sem “embramação”. Colocaria Scarlett Johansson e Keira Knightley nuas juntas anunciando os vencedores (sem fírulas, conforme já disse) e, entre um anunciado e outro, faria com que as moças recitassem uma frase escrita por Friedrich Wilhelm Nieztsche. Isso, é claro, antes de ambas aplicarem uma ligeira sessão de sexo oral recíproco. Gostaram do modo como a apresentação se desenrolaria? Não? Azar o seus, porque quem manda, sou eu, e quem questiona, eu mato!

Voltemos ao mundo real agora (tentando, ao menos)!

Um grande abraço a todos!
Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – Melhores Curtas de Animação

Sei muito bem que o Oscar 2009 já aconteceu há duas semanas e, conforme previ, seria esquecido logo em seguida (afinal de contas, “Quem Quer Ser um Milionário?” está passando nos cinemas neste exato momento e, merecidamente, está sendo pouco comentado), mas prometi a mim mesmo que ia assistir a todas as produções que passaram pela cerimônia deste ano e, em seguida, comenta-las aqui no Cine-Phylum. Hoje optei pela categoria “Melhores Curtas de Animação”. Seguem abaixo os comentários das pequeninas animações e os vídeos completos de cada uma delas (salvo “This Way Up” que só consta no site da BBC).

Oktapodi, de Emud Mokhberi e Thierry Marchand (FRA) – ***** de *****

Comentário: Simplesmente sensacional! A qualidade gráfica é satisfatória, apesar de ficar bem aquém de muitas produções atuais, e em menos de três minutos o curta nos cativa, nos emociona, nos confere tensão e, acima de tudo, nos faz rir. A, literalmente, pequena odisséia da lula lutando para salvar a sua companheira de aquário é magistral. Nos cativamos quando vemos ambos dançando no aquário, nos emocionamos quando notamos a tristeza da protagonista do filme ao ver a sua parceira sendo levada, ficamos tensos quando vemos a fuga destas e rimos durante a curtíssima projeção inteira, embalados pela fantástica trilha-sonora. O final é imprevisível e divertido. Excelente curta.

Oktapodi – Filme Completo:

Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.

This Way Up, de Alan Smith e Adam Foulkes (ING) – ***** de *****

Antes do comentário sobre “This Way Up”, farei um “mea culpa”: peço mil desculpas ao leitor pelo erro crasso que cometi há pouco. Acontece que o “This Way Up” que eu havia assistido no Youtube e postado aqui era, nada mais nada menos, que o trailer da animação que concorreu ao prêmio da Academia. Pois é, eu sei, foi uma idiotice muito grande de minha parte realizar tal confusão e conforme eu mesmo havia dito, o curta era, de fato, curto demais. Contudo, temos que levar em conta algumas coisinhas. Primeiramente: custava a pessoa que postou o vídeo no Youtube ter descrito que o mesmo tratava-se de um trailer? Em segundo lugar, por que cargas d’água um micro filme de apenas oito minutos teria que ter um trailer de um minuto? Seria o mesmo que cortar um pão francês em dez fatias minusculas, pegar uma delas e cortar um pedaço ainda mais minúsculo e oferecer para que o consumidor pudesse provar se o pão está bom ou não (perdão pela analogia ridícula). Em último lugar, custava a BBC liberar o vídeo inteiro para o Youtube? Creio que ela nada teria a perder, muito pelo contrário, “This Way Up” teria sido muito mais divulgado e, quem sabe, faria sucesso o bastante a ponto de conseguir financiar um longa metragem tomando por base a mesma estória. Enfim, vamos ao comentário.

Comentário: Visivelmente inspirados por Tim Burton, Alan Smith e Adam Foulkes criam uma animação magistral com o melhor que pode se esperar do humor negro. O curta narra a bizarra estória de dois agentes funerários, pai e filho, que tem de atrevessar um longo caminho para pegar o caixão de uma falecida senhora e levá-lo ao cemitério. A animação é extremamente bem-feita, lembrando muito a parte gráfica do curta “Presto”, que será comentado mais abaixo. A direção também é excelente e tem o maior cuidado ao mostrar todos os mínimos detalhes inerentes ao funcionamento cômico da animação (vide o modo eficaz como a câmera acompanha o longo caminho que resultará em um grande estrago causado apenas por uma pétala de lírio – hilário), mas o que mais conta pontos para o resultado final de “This Way Up” é, inquestionavelmente, as situações bizarras e desastrosas pelas quais os seus protagonistas passam até chegar ao local desejado (e, fracamente, creio que pessoa alguma desejaria ser enterrada por sujeitos tão atrapalhados). O curta peca, no entanto, por se inspirar demais em Tim Burton, importando das obras deste até mesmo os números musicais (só que aqui não temos música, mas sim coreografia), resultando em uma desnecessária, embora bem feita, sequência no inferno.
This Way Up – Trailer:

This Way Up – Filme Completo: Clique Aqui

Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.

Lavatory – Lovestory, de Konstantin Bronzit (RUS) – ***** de *****

Comentário: À primeira vista, aparenta ser um trabalho mais audacioso que os dois filmes supra. Não no que diz respeito à qualidade gráfica, que opta por vários contornos propositadamente sem cor, mas sim no que diz respeito à direção. Quando vemos um homem adentrando o banheiro, a câmera realiza um rápido “close in” e o segue até chegarmos à protagonista da estória. Notamos que ela é uma pessoa triste, vazia, e que sente falta de um grande amor. A estória dela nos cativa, mas demoramos um pouco para nos envolvermos com a mesma. O curta se revela longo demais (“Curta”? “Longo”? Pois é, da série: “antíteses da vida”). Se “This Way Up” precisava de uns minutos a mais para nos cativar definitivamente, “Lavatory – Lovestory” precisa de uns minutos a menos para fazê-lo. No mais é um filme emocionante, engraçadinho (sinônimo de “espirituoso” e não de “jocoso”), muito interessante, e com uma trilha-sonora das mais envolventes. A personagem se revela muito interessante em virtude de sua profissão (alguém já imaginou ver uma “bilheteira de sanitários masculinos” no Cinema, ainda que por alguns poucos minutos?) e o desfecho, apesar de previsível, é ótimo.

Lavatory – Lovestory – Filme Completo:

Avaliação Final: 8,8 na escala de 10,0.

Presto, de Doug Sweetland (EUA) – ***** de *****

Comentário: “Presto” era, para muitos (inclusive para mim), considerado o grande favorito para vencer este prêmio. Mas o longa da Disney-Pixar contava com um pequeno “probleminha”: sua trama não conta com uma grande mensagem nas entrelinhas, assim como acontece com “La Maison em Petits Cubes”, “Lavatory – Lovestory” e “Oktapodi”. Já assisti a “Presto” uma vez e já comentei sobre o mesmo utilizando a pré-crítica do longa “Wall-E” para tal, mas não custa nada fazê-lo novamente aqui. Na ocasião disse que o mesmo era um curta “…cuja criatividade, simplicidade e sagacidade das piadinhas embutidas no roteiro, nos remete aos bons tempos de “Tom & Jerry”, “Pica-Pau” e é claro, “Mickey & Donald”…”. Hoje só tenho a ratificar o que disse outrora e, apesar de o filme não ter uma trama muito bem elaborada em seu contexto, revela-se muito fecundo no que diz respeito à criação das situações que envolvem os dois protagonistas. O curta se revela ainda mais interessante quando nos damos conta de que o confronto entre o coelho e o ilusionista, apesar de extremamente direto, ocorre há uma certa distância, o que exige dos roteiristas ainda mais criatividade. E eles dão conta do recado? Claro que sim. Comprove você mesmo assistindo ao vídeo abaixo.

Presto – Filme Completo:

Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.

La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato (FRA) – ***** de *****

Comentários: Enfim, o pequeno grande vencedor da noite. Era o segundo favorito, e acabou passando a perna no excelente curta da Disney-Pixar. Mereceu? Sim. O filme demora um pouco para nos cativar e o seu visual pós-impressionista com uma temática surrealista não faz muito sentido durante os primeiros minutos. Contudo, o curta nos surpreende e ganha ritmo a partir do momento em que o protagonista mergulha na água e vai atrás de seu velho e estimado cachimbo. É aí que o visual triste e depressivo do filme, unido à música igualmente triste e depressiva, passa a fazer sentido. Nos vemos diante de um mundo que sofrera um desastre ambiental e ficara imergido nas águas de um oceano. Os habitantes se veem então obrigados a construir um cubículo em cima das casas onde moram, e conforme o nível do mar vai aumentando, mais cubículos vão sendo construídos, o que dá à produção o excelente título de “A Casa dos Pequenos Cubos”. Mas como já havia dito, o filme, aparentemente, trata da estória de um homem velho que mergulha no oceano para procurar um cachimbo perdido. A trama parece ser simples, mas está longe disso. Conforme o protagonista vai mergulhando por entre os cubículos, sua vida vai sendo narrada de modo episodicamente invertido, até chegarmos à infância do mesmo, quando a paisagem predominante era constituída por belas árvores e pastos cobertos com grama bem verde. O curta se revela então um alerta quanto à poluição e o aquecimento global terrestre, algo que pode vir a destruir tudo o que temos de mais belo: a natureza que nos cerca. Um filme introspectivo e belo. O melhor dos cinco, logo, mereceu o Oscar, de fato.

La Maison en Petits Cubes – Parte 1:

La Maison en Petits Cubes – Parte 2:

Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.

Conclusão: Todos os curtas de animação mereceram concorrer, e a vitória de “La Maison en Petits Cubes” foi bastante justa. Em minha lista, o segundo lugar ficaria com “Oktapodi”, e “Presto” ocuparia a terceira posição, seguido de “This Way Up”, em quarto lugar e “Lavatory – Lovestory”, em último (e que último lugar de luxo, não? Afinal de contas, o curta russo é excelente, apesar de ser o menos forte dentre todos). No mais, a Academia revelou ser muito mais congruente nesta categoria que na de Melhor Filme, por exemplo, uma vez que mostrou ser muito mais seletiva e democrática (filmes de vários lugares do mundo concorreram) aqui.

Framboesa de Ouro 2009 – Comentários Sobre a "Premiação" (Gargalhadas)

fevereiro 25, 2009 Deixe um comentário
Conforme prometido, farei um breve comentário sobre os “vencedores” do Framboesa de Ouro 2009, mas já adianto que infelizmente, ou melhor, felizmente, não assisti à grande maioria destas porcarias que encontram-se abaixo. Vamos lá? Sim, mas antes, vejam uma foto do (nada) “cobiçado” prêmio:

Pior Filme:

O Guru do Amor

Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões

Fim dos Tempos

The Hottie and the Nottie

Em Nome do Rei

Dentre os indicados assisti apenas a “Super-Heróis – A Liga da Injustiça” e “Fim dos Tempos”. O segundo, um filme apenas razoável. Creio que o ódio despejado em cima do mesmo deve-se à decepção que ele causou nas pessoas por se tratar de um filme de M. Night Shyamalan, consagrado diretor de “O Sexto Sentido”, cuja carreira vem desabando por água abaixo nos últimos anos. “Super-Heróis…” tive o desprazer de assistir e defini-lo definitivamente como o pior filme produzido em 2009, dentre os quais assisti. Não perdi meu tempo com “O Guru de Amor”, mas se ele conseguiu a façanha de ser pior que o filme de Jason Friedberg e Aaron Seltzer, Marco Schnabel, Mike Myers (meu ódio mortal por ele surgiu logo de cara em “Quanto Mais Idiota Melhor” e aumentou ainda mais com o ridículo “Austin Powers”) e Graham Grody merecem, na melhor das hipóteses, ser condenados à forca (e não estou exagerando, muito menos falando jocosamente).

Pior Ator:

Mike Myers, O Guru do Amor

Larry the Cable Guy, Witless Protection

Eddie Murphy, O Grande Dave

Al Pacino, 88 Minutos e As Duas Faces da Lei

Mark Wahlberg, Fim dos Tempos e Max Payne

Creio que Al Pacino tenha sido indicado apenas pelas decepções que vem causando na crítica e nos fãs (eu, inclusive, sou um deles). Particularmente, gostei bastante de seu trabalho em “As Duas Faces da Lei” (e o fato de o filme ser medíocre nada tem a ver com ele) e não conferi a sua atuação em “88 Minutos”. Mark Wahlberg achei que se saiu incrivelmente bem em “Fim dos Tempos”, mas sua atuação no ridículo “Max Payne” (e onde estava esta m… fora do Framboesa de Ouro de Pior Filme?) não é apenas digna de ser indicada aqui, como também digna de faturar o prêmio. Os demais atores não vi, e nem quero, mas fico particularmente feliz por Mike Myers ter sido avacalhado (apesar de que preferia mesmo é vê-lo pendurado com uma corda no pescoço, e novamente não estou sendo exagerado e/ou jocoso).

Pior Atriz:

Paris Hilton, The Hottie and the Nottie

Jessica Alba, O Guru do Amor e O Olho do Mal

O elenco de Mulheres…O Sexo Forte (Annette Bening, Meg Ryan, Jada Pinkett-Smith, Debra Messing e Eva Mendes)

Cameron Diaz, Jogo de Amor em Las Vegas

Kate Hudson, Um Amor de Tesouro e Amigos, Amigos, Mulheres à Parte

Não assisti a “Mulheres… O Sexo Forte”, mas dói ver Annette Bening se dando tão mal a ponto de concorrer um prêmio que está tão aquém de seu verdadeiro talento. Quanto a Meg Ryan, Jada Pinkett-Smith, Debra Messing e Eva Mendes, pro inferno com todas elas (em especial Mendes, aliás, por que os críticos estadunidenses não acabam de vez com ela?). Ia assistir a “Jogo de Amor em Las Vegas”, mas na época tomei a sábia decisão de conferir um outro filme que estava passando no cinema. De qualquer forma, Cameron Diaz estava fazendo por merecer para receber uma indicação destas, uma vez que a sua carreira ia de mal a pior (se é que alguma vez ela esteve por cima). Kate Hudson não se saiu tão mal em “Amigos, Amigos…” a ponto de merecer ser indicada. Creio que tenha sido o seu trabalho em “Um Amor de Tesouro” (que não assisti, mas já li muitas criticas negativas, ridicularizando inclusive ela) que lhe rendeu a indicação. Não conferi os trabalhos de Jessica Alba, e aqui sim posso dizer: infelizmente. Não, de jeito algum a acho uma boa atriz, muito pelo contrário, julgo-a a pior de sua geração, mas sejamos francos, com uma bunda linda daquelas, quem não fica morrendo de vontade de ir ao cinema só para vê-la, mesmo que o trabalho dela como atriz seja digno de uma nota zero (sim, eu sei que sou assexuado, mas tem como resistir Jessica Alba?)? Paris Hilton, por sua vez, é, talvez, mais bela que a própria Alba, bem como o seu suculento par de seios (e só de me lembrar do pornô amador que ela fez com o namorado “Uma Noite em Paris”, já me enche a boca de água), mas como atriz é uma desgraça (o mesmo digo de Jessica Alba). Seu trabalho em “A Casa da Cera” foi terrível o bastante para jurar para mim mesmo que jamais voltaria assistir a um outro filme em que o nome dela apareça entre os créditos (a não ser, é claro, que a patricinha babaca faça um outro pornô, aí a coisa muda de figura).

Pior Ator Coadjuvante:

Pierce Brosnan, Mamma Mia!

Uwe Boll (como ele mesmo), Postal

Ben Kingsley, O Guru do Amor, The Wackness e War, Inc.

Burt Reynolds, Deal e Em Nome do Rei

Verne Troyer, O Guru do Amor e Postal

Adivinhem. Sim, não assisti a nenhum dos indicados. Contudo, muito me entristece em ver Bem Kingsley concorrendo a um “prêmio” ao lado de Uwe Boll. Me entristece ainda mais saber que um ator que já realizou fantásticos trabalhos em filmes como “Gandhi” e “A Lista de Schindler” tenha ido tão baixo. E quanto a Pierce Brosnan? Anos atrás, quando estava no auge de meu fanatismo pelo personagem 007, Brosnan era o meu queridinho na época. Adorava o ator, que tinha um charme fora do comum (tanto que ironizei dizendo que o recomendaria para substituir Hugh Jackman, que também é charmoso, no cargo de apresentador do Oscar deste ano). Entretanto, confesso que o charme que Brosnan conferia a seu James Bond, faltava no que diz respeito a “timming” cômico, algo inerente à composição do agente secreto mais famoso do Cinema. Talvez este tenha sido o que lhe faltou em “Mamma Mia!” (não assisti ao filme, logo, não estou nem deduzindo, estou “chutando” mesmo): “timming cômico. Quanto a Uwe Boll, creio que o mesmo já deveria ter sido exonerado da face da Terra e Verne Troyer… bem, quem é Verne Troyer? Ele era jogador de basquete (com certeza não), cantor de rap, ou coisa do tipo? Ah sim, é aquele ator anão que muitos utilizam a sua altura como alvo de piadinhas estereotipadas. Tá ok então, pode botar ele aqui. Burt Reynolds? Não fede nem cheira. Na verdade, mais fede do que cheira. Será que Brosnan merecia mesmo ter “vencido” o prêmio? Bem, isso eu só saberei assistindo ao trabalho de todos os indicados, e com toda a certeza absoluta não me dedicarei a tal perda de tempo. Mas quem sabe eu assista a “Mamma Mia!” levando-se em conta de que gosto do ABBA.

Pior Atriz Coadjuvante:

Paris Hilton, por Repo: The Genetic Opera

Carmem Electra, por Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões

Kim Kardashian, por Super-Hérois – A Liga da Injustiça

Jenny McCarthy, Witless Protection

Leelee Sobieski, 88 Minutos e Em Nome do Rei

Quem disse para Paris Hilton que ela é atriz? Ser estonteantemente linda e gostosa, ou melhor, nem gostosa é, é deliciosa, suculenta, mas enfim… beleza não é pré-requisito para boa atuação. O filme? Não, não assisti, mas só não digo que Hilton deveria ser enforcada caso a sua atuação tenha sido ainda pior que as de Carmem Electra e Kim Kardashian, pois acho-a linda demais para tal desperdício. Além do que, ela tem um talento muito forte diante das câmeras. Duvidam? Então assistam a “Uma Noite em Paris” e prestem atenção no modo como a moça fela o seu ex-namorado. Que talento ela tem, não? A propósito, Paris, por que não desiste de vez de ser atriz de verdade e não volta a fazer filmes como “Uma Noite em Paris”? Corra atrás de seu verdadeiro talento garota, e nos deixe morrendo de inveja de seus parceiros. Quanto a Jenny McCarthy e Leelee Sobieski não pude conferir o trabalho de ambas, e nem ao menos acho os nomes familiar, logo, tô pouco me linchando pra elas. Tanto Carmen Electra quanto Kim Kardashian se saíram muito mal em “Super-Heróis…” e o prêmio estaria muito bem “representado” nas mãos de qualquer uma delas. Creio que as moças deveriam, assim como Hilton, desistir da carreira de atriz e partirem para o cinema pornô que certamente saberia avaliar bem os belos corpos das moças. A propósito, Electra já partiu para o mercado dos pornôs, e Kardashian, está esperando o quê? Corpo para tal ela tem (mais do que a própria Electra), e até sobra (e se duvidam, cliquem aqui e comprovem. UAU!!! Que peitão, que bunda MA-RA-VI-LHO-SA!!! E o que dizer desta foto aqui então?!? Que mulata!!! Nessa época de carnaval vai bem uma dessas, e como vai!!!).

Pior Dupla:

Paris Hilton & Christine Lakin ou Joel David Moore, The Hottie and the Nottie

Uwe Boll & qualquer ator, câmera ou roteiro

Cameron Diaz & Ashton Kutcher, Jogo de Amor em Las Vegas

Larry the Cable Guy & Jenny McCarthy, Witless Protection

Eddie Murphy dentro de Eddie Murphy, O Grande Dave

Os dizeres “Uwe Boll & qualquer ator, câmera ou roteiro” já demonstram a implicância que a Academia tem para com o “cineasta” (gargalhadas). E não é para menos, Boll é péssimo em tudo o que faz, seja dirigindo, seja escrevendo, seja atuando. Eddie Murphy também é digno de toda a avacalhação que os especialistas na área lhe submeter. A “dupla” Murphy dentro de Murphy, além de ser uma jogada muito inteligente do Framboesa, é digna de “concorrer” ao “prêmio”. Não assisti aos demais filmes, mas vejo que mais uma vez pegaram no pé de Paris Hilton. É o que eu sempre digo: “___ Paris, volte ao pornô!”. A propósito, me preocupo com a garota fazendo pornô, já pensou de desta vez ela não faz um filme natural, como o que fora com o ex-namorado, e se toca que precisará atuar para valer? Imagine a moça tentando simular um orgasmo? Pensando bem, nem quero imaginar, iria ser muito canastrona. Por isso que eu digo: “___ Paris, trepe com qualquer um e não faça questão nenhuma de saber que os seus parceiros estão filmando, muito menos que comercializarão o vídeo ou simplesmente o disponibilizarão na internet (mas não tente impedir o funcionamento do Youtube depois, assim como fez a burra mor Daniela Cicarelli.”.

Pior Remake, Continuação, Pré-Continuação ou Imitação:

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

O Dia em Que a Terra Parou

Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões

Speed Racer

Star Wars: The Clone Wars

Injusta a “vitória” de “Indiana Jones…”. Creio que o único argumento plausível para tal é que o quarto filme da saga decepcionou os fãs, mas se o analisarmos individualmente, “… O Reino da Caveira de Cristal” se revela um bom filme. E bom filme, por bom filme, “Quem Quer Ser um Milionário?” também é apenas um bom filme e ainda assim ganhou 8 Oscar, inclusive os principais da noite. Quanto aos demais, acredito que só “O Dia em Que a Terra Parou”, “Super Heróis…” e “Espartalhões” mereçam “concorrer”. Ah sim, levando-se em conta a falta de “concorrentes”, “Speed Racer”, que também é um filme medíocre, merece ser indicado. Quem merece vencer? “Super-Heróis – A Liga da Injustiça” e “Espartalhões”, for sure. Notaram algo diferente nesta categoria? Pois é, pela primeira e única vez neste ano assisti a todos os filmes indicados a uma determinada categoria do Framboesa de Ouro!!!!! Aêêêêêêêêêêêê!!!!! Rojões!!!!! Lamentável, no entanto, que o filme menos ruim (que nem ruim é) tenha “vencido”.

Pior Diretor:

Uwe Boll, Em Nome do Rei, Postal e Tunnel Rats

Jason Friedberg & Aaron Seltzer, Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões

Tom Putnan, The Hottie and the Nottie

Marco Schnabel, O Guru do Amor

M. Night Shyamalan, Fim dos Tempos

A direção de Shyamalan em “Fim dos Tempos” está longe de ser, verdadeiramente, ruim. Está mais longe ainda de ser boa, mas ruim, garanto que não é. Digamos que seja apenas medíocre. O mesmo não acontece com a direção de Jason Friedberg & Aaron Seltzer por Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões. Ah, a direção de ambos realmente era digna de um “prêmio” desta categoria. Mas se ainda assim, Uwe Boll conseguiu ser pior de fato (não assisti aos filmes dirigidos por ele), forca nele!

Pior Roteiro:

O Guru do Amor, Mike Myers e Graham Grody

Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões, Jason Friedberg & Aaron Seltzer

Fim dos Tempos, M. Night Shyamalan

The Hottie and the Nottie, Heidi Ferrer

Em Nome do Rei, Douglas Taylor

É como eu disse, se Mike Myers e Graham Grody conseguiram criar algo mais execrável que “Super-Heróis – A Liga da Injustiça” eles são, no mínimo, merecedores de ser pendurados por uma bela de uma corda no pescoço. O roteiro de Shyamalan para “Fim dos Tempos” também não é nada tão horrível quanto está sendo anunciado. É claro que a idéia do filme é exageradamente besta, mas contém alguns resquícios de originalidade. E originalidade no Cinema contemporâneo, sobretudo nos filmes de terror, é uma característica que deve ser sempre muito idolatrada. Não assisti aos demais filmes.

Pior Carreira no Cinema:

Uwe Boll

Qual o maior inimigo da Crítica Cinematográfica (e me refiro aos profissionais da área)? Michael Bay? Não. Jason Friedberg & Aaron Seltzer? Melhorou, mais ainda não. Rob Schneider? Está esquentando, mas ainda não chegamos lá. Uwe Boll? Na mosca! Boll é responsável por muitas adaptações de jogos de vídeo game para o Cinema, bem como “Alone in the Dark”, “House of the Dead” e “BloodRayne”. Contudo, pasmem, nem os cinéfilos, que possuem, em sua maioria, um gosto mais apurado, nem os fãs de videogame que, em sua maioria, não passam de um bando de nerds que aceitam qualquer porcaria que vem (sem circunflexo?) pela frente, gostam dos filmes de Boll. Ou seja, Boll não tem competência para agradar ninguém, nem quem vê o Cinema como Arte, nem quem vê o Cinema como mera distração. O que dizer então de um fracassado como este? Só uma coisa: forcaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!

Um forte abraço a todos (salvo nos “vencedores” do Framboesa de Ouro 2009, agora, nas “vencedoras”, um forte abraço e muiiiiiiito mais!!!)!!!

Daniel Esteves de Barros – Editor do “Cine-Phylum”.

Oscar 2009 – Comentários Sobre a Premiação

fevereiro 23, 2009 Deixe um comentário
Matarei três coelhos com uma cajadada só aqui neste post: publicarei a lista com os vencedores (‘negritados’) e indicados de cada categoria, contabilizarei meus acertos e erros com relação às previsões que realizei, e comentarei as injustiças cometidas (bem como os acertos, é lógico) pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Vamos lá?


Melhor Filme:
Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
O Leitor
1º acerto meu.

Comentários: há tempos eu dizia que a vitória deste filme seria uma das vitórias mais previsíveis da história do Oscar. “Quem Quer Ser um Milionário?” estava faturando todos os principais prêmios do ano e muito dificilmente deixaria de vencer o Oscar. Francamente, considero o longa filmado na Índia um tanto o quanto superestimado e, nem em meus sonhos mais bizarros, imaginaria ele vencendo oito estatuetas. Mas há o lado bom nisso tudo: a quebra de preconceitos da Academia. Quem, há dez anos atrás, iria imaginar a entidade dando total importância a uma produção rodada em um país completamente subdesenvolvido, rodeado pela pobreza? Quem, há dez anos atrás, iria imaginar que um filme com um elenco completamente desconhecido venceria tantos prêmios? Injusto ou não, merecido ou não, previsível ou não, ao menos a vitória de “… Milionário?” teve a sua importância no que diz respeito à quebra de paradigmas.

Melhor Ator:
Sean Penn – Milk – A Voz da Igualdade
Richard Jenkins – The Visitor
Frank Langella – Frost/Nixon
Brad Pitt – O Curioso Caso de Benjamin Button
Mickey Rourke – O Lutador

1° erro meu.
Comentários: a Academia vem sendo cada vez menos preconceituosa (a ponto de dar o prêmio a um ator que interpreta um homossexual), mas cada vez menos tolerante também. Rourke realizou um trabalho irretocável aqui e incorporou um ex-lutador famoso de maneira impecável, mas ainda assim os votantes não esqueceram da seguinte frase: “___ Seu passado o condena, Rourke!”. Sempre tido como canastrão, o ator ainda não conquistou os votantes a ponto de merecer um prêmio, segundo os membros da Academia. Torcia para ele, senão, para Frank Langella que encarnou Richard Nixon com uma perfeição e naturalidade fora do comum, mas enfim, deu Sean Penn. Injusto? Não, gostei muitíssimo de Sean Penn em “Milk – A Voz da Igualdade”, mas não julgo o trabalho dele digno de tanto merecimento. Não por ele, que repito: fez um ótimo trabalho encarnando Harvey Milk, mas por Rourke e Langella que, de fato, estavam melhor. Pitt e Jenkins também “mandaram” muito bem, mas ficaram longe de merecer faturar este importante prêmio.

Melhor Atriz:
Kate Winslet – O Leitor
Anne Hathaway – O Casamento de Rachel
Angelina Jolie – A Troca
Melissa Leo – Rio Congelado
Meryl Streep – Dúvida

2° acerto meu.

Comentários: a vitória de Kate Winslet foi mais política do que merecimento. Há muito tempo que a celebridade merecia faturar um prêmio e na ansiedade de livrar-se de uma vez por todas de comentários da natureza de: “___ Por que Winslet nunca venceu um Oscar?”, os membros da Academia logo deram o prêmio à eterna Rose do superestimado “Titanic” e livraram-se deste fardo. Winslet fez uma grande atuação em “O Leitor”, não se tenha dúvidas, mas francamente, creio que não conseguiu bater Meryl Streep, Angelina Jolie (tava gostosona no Oscar, hein?) e, principalmente, Anne Hathaway. De uma forma ou de outra, não creio que a sua vitória fora necessariamente injusta, só acredito que o prêmio estaria melhor nas mãos de outras concorrentes. Melissa Leo fez um bom trabalho no ótimo “Rio Congelado”, mas estava longe de merecer esta indicação.
Melhor Ator Coadjuvante:

Heath Ledger – Batman – O Cavaleiro das Trevas
Josh Brolin – Milk – A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr. – Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman – Dúvida
Michael Shannon – Foi Apenas Um Sonho

3° acerto meu.
Se alguém duvidasse que Ledger venceria este prêmio, desculpe-me a sinceridade, mas deve parar de “brincar de adivinhar” o Oscar. Barbada, só isso. Mereceu? É claro que sim, foi um Oscar póstumo mais do que merecido, pois o trabalho dele é a segunda maior qualidade de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. A primeira? O personagem de Ledger, é claro. Enfim, não há muito o que comentar, em uma categoria onde o trabalho de todos os indicados foi, no mínimo, muito bom, Ledger se destacou por ser o único a conseguir “roubar” o filme todo para si mesmo.
Melhor Atriz Coadjuvante:

Penelope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Amy Adams – Dúvida
Viola Davis – Dúvida
Taraji P. Henson – O Curioso Caso de Benjamin Button
Marisa Tomei – O Lutador
4° acerto meu.
Comentários: a Academia não iria resistir à tentação de dar, ao menos, um Oscar a “Vicky Cristina Barcelona” (que deveria ter concorrido a Melhor Filme também). Muito menos iria resistir à tentação de dar, ao menos, um Oscar a Penélope Cruz e livrar-se de uma vez por todas dos mesmíssimos comentários que as pessoas faziam acerca de Kate Winslet: “___ Por que Cruz nunca venceu um Oscar?”. Sem contar, é claro, na oportunidade de ver o casal de “Vicky Cristina Barcelona” (Javier Barden e Penélope Cruz) juntos no palco. Um Oscar bastante previsível, quase tão certo quanto a vitória de Ledger. Cruz mereceu? Confesso que preferi o trabalho de Viola Davis em “Dúvida”, mas ainda assim não diria que a sua vitória foi necessariamente injusta. As demais atrizes também encarnaram muito bem os seus respectivos papéis.

Melhor Diretor:
Danny Boyle – Quem Quer ser um Milionário?
David Fincher – O Curioso Caso de Benjamin Button
Ron Howard – Frost/Nixon
Gus Van Sant – Milk – A Voz da Igualdade
Stephen Daldry – O Leitor
5° acerto meu.

Comentários: juro que considero “Quem Quer Ser um Milionário?” um filme apenas “na média”, mas se tem algo que me atraiu bastante nesta superestimada produção foi a direção de Danny Boyle. Revolucionária, certeira, inovadora, criativa. Com todos estes adjetivos, somados ao fato de eu a ter considerado a melhor direção de 2008, será que resta alguma dúvida de que considerei a premiação justíssima? Gostei muito das outras atuações, mas não indicaria Howard e Daldry. Van Sant talvez eu indicasse e Fincher certamente marcaria presença aqui.
Melhor Roteiro Original:

Dustin Lance Black – Milk – A Voz da Igualdade
Courtney Hunt – Rio Congelado
Mike Leigh – Simplesmente Feliz
Martin McDonagh – Na Mira do Chefe
Andrew Stanton – WALL•E

6° acerto meu.

Comentários: “Na Mira do Chefe” ganhou o Bafta? Sim, ganhou. Ganhou outros prêmios importantíssimos? Sim, ganhou. Mas o que é isso tudo perante ao fato de “Milk – A Voz da Igualdade” ter sido indicado a Melhor Filme e “Na Mira do Chefe” não? Apesar de não ser tão previsível quanto outras categorias, a vitória de “Milk…” era mais provável que a vitória de seus demais concorrentes. Foi justa? Sob hipótese alguma. Oras, onde já se viu um roteiro que conta com uma narrativa tão ‘manjada’ e episódica vencer este prêmio? Francamente, julgo o roteiro de “Milk…” o segundo mais fraco dentre os indicados, “perdendo” apenas para “Simplesmente Feliz”, que é péssimo e repugnante. Quanto aos demais, acredito que somente “Wall-E” e “Rio Congelado” (e podem xingar a vontade que eu, com toda a falta de democracia que me é inerente, excluo o comentário, ou então faço outro xingando de volta com palavras muito mais pesadas, assim como fiz com o imbecil que se atreveu a discordar de mim em “Homem de Ferro”) tenham merecido a indicação.

Melhor Roteiro Adaptado:

Quem Quer ser um Milionário?, Simon Beaufoy
O Curioso Caso de Benjamin Button, Eric Roth e Robin Swicord
Dúvida, John Patrick Shanley
Frost/Nixon, Peter Morgan
O Leitor, David Hare

7° acerto meu.

Comentários: creio que raramente um vencedor de Melhor Filme perderia o prêmio de Melhor Roteiro, seja Original ou Adaptado. A vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” nessa categoria era mais do que óbvia. Mereceu? Não. Tanto “Dúvida”, quanto “Frost/Nixon”, quanto, principalmente, “O Leitor” eram bem melhores neste quesito. E “… Benjamin Button”? Já disse mil vezes e torno a repetir, o filme roteirizado por Eric Roth e Robin Swicord é fortíssimo do ponto de vista visual, mas se tem algo que o atrapalha completamente, é o seu fraco roteiro. Não merecia nem ao menos estar concorrendo aqui.

Melhor Filme Estrangeiro:

Departures
Der Baader Meinhof Komplex
The Class
Revanche
Waltz with Bashir

2° erro meu.
Comentários: Oscar também é política (e refiro-me à política no contexto global da palavra), logo, era quase certo que a guerra no Oriente Médio iria atrapalhar o filme israelense, e eu “dormi” no ponto ao não deduzir isso. De toda a forma, um filme que estava ganhando bastante respeito nesta categoria era “The Class”, e sabe-se lá o porquê a Academia optou pelo filme japonês, cujo simples fato de ser indicado já pareceu ser um zebra das grandes. Um prêmio estranho, a única grande surpresa da noite. Foi justo? Admito humildemente que não assisti a nenhum dos indicados, logo, mantenho-me calado aqui.

Melhor Animação:

WALL•E
Bolt – Supercão
Kung Fu Panda

8° acerto meu.

Comentários: “Bolt – Supercão” foi o último filme a que assisti antes da cerimônia e me apaixonei pelo mesmo. Adorei a saga do cãozinho, apesar de suas visíveis falhas. “Kung Fu Panda” assisti pela primeira vez em julho do ano passado, se não me falha a memória, e confesso não ter gostado muito do filme. “Wall-E”, por sua vez, além de contar com um personagem carismático e com uma beleza gráfica incomparável, nos traz uma estória bastante crítica no que diz respeito ao excesso de consumismo do ser humano neste mundo capitalista. Soma-se tudo isto ao apego que a Academia tem pela Pixar, agora Disney-Pixar, e aos outros Oscar a que “Wall-E” foi indicado, incluindo o importantíssimo prêmio de Melhor Roteiro Original, e pronto, não há Annie Awards que mude a cabeça dos votantes.

Melhor Fotografia:
Quem Quer Ser um Milionário?, Anthony Dod Mantle
A Troca, Tom Stern
O Curioso Caso de Benjamin Button, Claudio Miranda
Batman – O Cavaleiro das Trevas, Wally Pfister
O Leitor, Chris Menges e Roger Deakins
9° acerto meu.
Comentários: a Fotografia de “Quem Quer Ser um Milionário?” era, sem dúvidas, a mais ousada e revolucionária de todas (aliás, por que conferir uma parte técnica tão revolucionária a um filme tão convencional em sua parte artística?), o que não quer dizer que fosse, realmente, a melhor. Mencionei em meu texto sobre “… Benjamin Button” que a fotografia de Cláudio Mirando era uma das mais “limpas” que eu já havia visto desde “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”, logo, torci bastante para que ela vencesse. Dentre os demais indicados, todos mereceram a indicação, apesar de “O Leitor” ter utilizado a sua fotografia para dar ênfase demais às cenas de sexo do filme.
Melhor Direção de Arte:

O Curioso Caso de Benjamin Button
A Troca
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho
10° acerto meu.

Comentários: uma coisa era certa: se os membros cedessem Melhor Fotografia à “… Milionário” atribuiriam Melhor Direção de Arte ao seu maior concorrente. Por que? Porque além de o filme estrelado por Brad Pitt ser de uma beleza visual fantástica, e isso inclui até mesmo os cenários do longa, duvido muito que a Academia gostaria de vê-lo sair de mãos abanando da cerimônia, principalmente após ter deixado claro que adorou a parte visual do filme. Prêmio merecido? Sem dúvidas, afinal de contas, é muito difícil recriar várias décadas em um único filme.
Melhor Figurino:

A Duquesa
Austrália
O Curioso Caso de Benjamin Button
Milk – A Voz da Igualdade
Foi Apenas um Sonho
11° acerto meu.
Comentários: queria muito ter o assistido antes da cerimônia e por pouco não fiz. Uma pena, sabia que iria vencer esta categoria e gostaria de poder comentar se merecia ou não. Particularmente, torcia para “… Benjamin Button” pelos mesmos motivos que torci em Melhor Direção de Arte, mas não há como negar que a Academia tende, cada vez mais, tende a conferir este prêmio a épicos sobre romances fúteis, como é o caso de “A Duquesa” neste ano e foi o caso de “Elizabeth – A Era de Ouro” no ano passado.

Melhor Documentário:
Man on Wire
The Betrayal (Nerakhoon)
Encounters at the End of the World
The Garden
Trouble the Water
12° acerto meu.
Comentários: o filme ingles era uma barbada ainda maior do que a vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” em Melhor Filme. “Man on Wire” vinha vencendo os principais prêmios que precediam o Oscar, logo, era de se esperar que saísse com a estatueta na mão. Merecido? Não sei, não assisti a nenhum documentário.
Melhor Documentário em Curta-Metragem:
Smile Pinki
The Final Inch
The Conscience of Nhem En
The Witness – From the Balcony of Room 306
3° erro meu.
Comentários: se “Departures” foi a grande surpresa da noite, este “Smile Pinki” foi a pequena surpresa da mesma. Tomando por base os boatos que tinha ouvido até então, decidi apostar em “The Conscience of Nhem En”, com uma grande impressão de que “The Witness – From the Balcony of Room 306” poderia vencer também. No entanto, nem um, nem outro, a Academia surpreendeu (algo que fez muito pouco durante a noite de ontem) e conferiu a estatueta ao desconhecidíssimo “Smile Pinki”. Não assisti a nenhum dos indicados.

Melhor Montagem:
Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade

13° acerto meu.
Comentários: é realmente a Melhor Montagem e a Academia tem dado, cada vez mais, preferências a filmes que contem com Edição que os tornem dinâmicos e ágeis. Isso aconteceu com “O Ultimato Bourne” no ano passado e não poderia ser diferente com “… Milionário?”. Prêmio mais do que merecido. Dos demais candidatos, não indicaria “Milk…” cuja edição é pavorosa, e nem “Frost/Nixon” que fez um bom trabalho nesta categoria e só.

Melhor Maquiagem:

O Curioso Caso de Benjamin Button, Greg Cannom
Batman – O Cavaleiro das Trevas, John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan
Hellboy II – O Exército Dourado, Mike Elizalde e Thom Floutz
14° acerto meu.

Comentários: é raro vermos a Academia esnobar um filme nesta categoria quando a mesma se torna inerente à sua estória. Imaginou como seria “… Benjamin Button” sem transformar Pitt, um sujeito de meia-idade, em uma uva-passa e ir rejuvenescendo-o cada vez mais, até transforma-lo em um garoto de seus quinze anos? Certamente os votantes levaram isso em conta e conferiram ao filme o merecido prêmio. Quanto aos demais, mereceram a indicação, mas estão longe de chegar aos pés de “… Benjamin Button” nesta categoria.
Melhor Trilha Sonora:

Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Um Ato de Liberdade
Milk – A Voz da Igualdade
WALL-E

15° acerto meu.
Comentários: é uma trilha-sonora exótica, bem diferente das demais, e isso chamou a atenção da Academia, que parece estar querendo inovar ultimamente (o problema é que está inovando erroneamente, mas ainda assim, não há como negar que está, de fato, inovando). Particularmente, não achei a trilha sonora de “… Milionário?” lá muito excepcional, mas também não a achei tão manipuladora quanto às trilhas de “… Benjamin Button” e “Milk…” (que são belas sim, mas maniqueístas ao extremo). Torci para “Wall-E” que era bem superior às demais (e cadê “Batman – O Cavaleiro das Trevas” nesta categoria? Cadê “O Lutador”?). Não assisti a “Um Ato de Liberdade”, devo faze-lo amanhã, ou depois.

Melhores Efeitos Visuais:

O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
16° acerto meu.
Comentários: assim como a Maquiagem de “… Benjamin Button” é inerente ao desenvolvimento da trama, os Efeitos Visuais do filme também o são, e a Academia adora isso. Logo, vitória merecida para o filme de Eric Roth que não utiliza os Efeitos Visuais para preencher buracos no roteiro, mas sim para tornar a narrativa mais real (se é que há algo de real naquilo).
Melhor Canção Original:

“Jai Ho”, Quem Quer Ser um Milionário?
“Down to Earth”, WALL-E
“O Saya”, Quem Quer Ser um Milionário?

4° erro meu.
Comentários: errei de teimoso, merecia apanhar na bunda. Sabia que “Jai Ho” tinha mais chances, mas ainda assim quis acreditar em “Down to Earth”. Os motivos da vitória de “… Milionário?” em Canção Original são os mesmos motivos do mesmo filme em Trilha Sonora: a Academia está buscando o novo e o exótico. Mereceu? Não, em contrapartida à cativante canção de “Wall-E”, “Jai Ho” é um monte de batuques insuportáveis de serem ouvido. E mais uma vez eu pergunto: cadê “O Lutador” nessa categoria?

Melhor Curta de Animação:

La Maison en Petits Cubes
Lavatory – Lovestory
Oktapodi
Presto
This Way Up

5° erro meu.

Comentários: outro erro que cometo por causa de minha teimosia, e desta vez mereço apanhar na bunda mais uma vez, só que de reio. Amei tanto a animação “Presto” que nem quis saber das chances que esta tinha ou não. Ignorei o fato de que, mesmo sendo favorita, “Presto” estava perdendo muita força é “La Maison em Petits Cubes” estava ganhando cada vez mais fôlego. A Academia deve-o ter premiado pois o curta conta com uma mensagem ambiental e tudo mais, os membros da entidade adoram isso.

Melhor Curta-Metragem:
Spielzeugland (Toyland)
Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
6° erro meu.
Comentários: outra grande pequena surpresa da noite. Desta vez quem merece apanhar na bunda, e de reio, são os votantes. Muito comentava-se sobre o favoritismo de “New Boy”, mas ainda apontavam “The Pig” e “Auf der Strecke” como possíveis vencedores. Venceu o menos provável “Spielzeugland”. Bem, ao menos em algumas categorias a Academia tinha que ser imprevisível, não? Optou pelas categorias menos aclamadas. Qual achei o melhor? Adivinhem só, não assisti a nenhum deles.

Melhor Edição de Som:

Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
Quem Quer se um Milionário?
WALL-E
O Procurado
7° erro meu.
Comentários: nesta categoria eu tinha que apanhar não apenas nas nádegas como também no resto do corpo e ser apedrejado em seguida. Apostei em “… Milionário?”, mas comentei que tinha uma voz baixa em meu ouvido dizendo: “___ Daniel, seu burro, aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Pois é, levei em conta a vitória de “… Milionário?” no Bafta por Melhor Mixagem de Som e achei que a Academia fosse adotar a opinião dos ingleses para ambas as categorias de som.

Melhor Mixagem de Som:

Quem Quer ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
WALL-E
O Procurado

17° acerto meu.
Comentários: pois bem, se a minha lógica em relação ao Bafta falhou em Edição de Som, ao menos ela serviu infalivelmente em Melhor Mixagem de Som. “… Milionário?” é o mais fraco dentre os demais indicados a essa categoria, mas sabe-se lá o porquê venceu? Tem coisas que nem Freud explica (e o que tem a ver Psicanálise com Cinema?).

Vencedores e total de prêmios:

Quem Quer Ser um Milionário? – 8 Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roterio Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Mixagem de Som).
O Curioso Caso de Benjamin Button – 3 Oscar (Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhores Efeitos Visuais).
Milk – A Voz da Igualdade – 2 Oscar (Melhor Ator e Melhor Roteiro Original).
Batman – O Cavaleiro das Trevas – 2 Oscar (Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição de Som).
O Leitor – 1 Oscar (Melhor Atriz).
Vicky Cristina Barcelona – 1 Oscar (Melhor Atriz Coadjuvante).
Departures – 1 Oscar (Melhor Filme Estrangeiro).
Wall-E – 1 Oscar (Melhor Animação).
A Duquesa – 1 Oscar (Melhor Figurino).
Man on Wire – 1 Oscar (Melhor Documentário).
Spielzeugland (Toyland) – 1 Oscar (Melhor Curta-Metragem).
Smile Pinki – 1 Oscar (Melhor Documentário em Curta-Metragem).
La Maison en Petits Cubes – 1 Oscar (Melhor Curta de Animação).

Total de palpites acertados – 17 (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Documentário, Melhor Animação, Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Trilha Sonora, Melhor Mixagem de Som, Melhores Efeitos Visuais).

Total de palpites errados – 7 (Melhor Ator, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Curta, Melhor Curta de Animação, Melhor Documentário em Curta-Metragem, Melhor Canção Original e Melhor Edição de Som).

Percentual de acertos: 70,8%.

Percentual de erros: 29,2%.

Comentários finais:

Para um ano que eu mesmo julgava ser tão previsível, até que errei bastante. O percentual de 70,8% de acertos foi uma boa média, mas não posso me gabar muito levando em conta a previsibilidade desta 81ª Edição do mais importante prêmio do Cinema.
Contudo, devemos levar em conta que muitos prêmios foram verdadeiramente surpreendentes, como é o caso de Melhor Curta, Melhor Documentário em Curta-Metragem e, principalmente, Melhor Filme Estrangeiro.
Outros prêmios não foram necessariamente surpreendentes, mas sim difíceis de se deduzir, como é o caso de Melhor Ator, onde todos, inclusive este que vos escreve, apostavam em Mickey Rourke e o prêmio acabou caindo nas mãos de Sean Penn e Melhor Edição de Som, pois por mais barulhento que “Batman – O Cavaleiro das Trevas” seja (algo que o tornava provável vencedor), “Quem Quer Ser um Milionário?” estava ganhando tantos prêmios que imaginei que fosse faturar este também, uma vez que venceu um prêmio parecido no Bafta.
Melhor Curta de Animação e Melhor Canção Original errei de teimoso mesmo. Estava na cara que “Jai-Ho” venceria o segundo prêmio citado, mesmo com toda a adoração em cima de “Down to Earth”, e também era óbvio que “La Maison en Petits Cubes” estava ganhando muito mais força que “Presto” ultimamente, além de trazer uma mensagem ambiental em seu contexto, algo que a Academia adora (uma pergunta retórica agora: “Qual vocês acham que foi um dos motivos que fizeram a entidade gostar tanto de “Wall-E” e dar Melhor Animação a ele, além de indicá-lo a Melhor Roteiro Original?”).
Mas se não acertei tantos filmes quanto gostaria, ao menos pude assistir a quase tantos filmes quanto eu realmente adoraria. É claro que, dentre as produções indicadas a Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário, Melhor Curta-Metragem, Melhor Documentário em Curta-Metragem e Melhor Curta de Animação, encontrei dificuldades terríveis em conferi-las, pois moro no interior de São Paulo e estes filmes raramente chegam aqui, mas no que se refere à parte “mainstream” da premiação consegui conferir todas as produções, salvo “A Duquesa” que concorria a Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte (venceu o primeiro) e “Um Ato de Liberdade” que concorria a Melhor Trilha Sonora.

Bem, encerro aqui os meus comentários sobre o Oscar 2009, mais tarde farei um breve (e este será breve mesmo) comentário sobre o Framboesa de Ouro 2009.

Um grande abraço a todos!
Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – Comentários Sobre a Cerimônia

fevereiro 23, 2009 2 comentários
Não disse que esse Oscar seria o mais chato e previsível dos últimos tempos (na verdade, não estou fazendo uma pergunta retórica, eu realmente não me lembro se disse isso ou não)? Pois é, independentemente de ter dito isso ou não, o Oscar 2009 foi uma cerimônia das mais patéticas de todos os tempos.

Em primeiro lugar, o que dizer da escolha de Hugh Jackman como apresentador? Ok, o ator é charmoso e tudo o mais, mas e daí? Charmoso por charmoso chamassem então o Pierce Brosnan. O quê? Ah, Pierce Brosnan não tem “timming” cômico nenhum? De fato, não tem mesmo, do contrário não teria “vencido” o Framboesa de Ouro de Pior Ator Coadjuvante pela comédia “Mamma Mia” (que não tive, e nem quero ter, a oportunidade de assistir), mas quem disse que Hugh Jackman tem “timming” cômico (esta sim, uma pergunta retórica)?

Porém, a culpa não é toda do ator. Afinal de contas, o roteirista do Oscar (que já está no cargo, sabe-se lá o porquê, há vinte anos), cujo nome já nem me lembro e nem faço lá muita questão de me lembrar, não tem capacidade de criar piadas novas e realmente engraçadas. Veja os números musicais, por exemplo. Boa parte deles se dedicaram a citar, do modo mais artificial o possível, o nome dos indicados a Melhor Filme. É claro que fazer uma música envolvendo os títulos das principais obras da noite não consistiria necessariamente um erro (apesar de soar oportunista de um modo ou de outro) caso o compositor tivesse trabalhado as canções de um modo mais sutil, coisa que ele não faz. Logo, sobra para Jackman tentar emendar os “buracos” deixado pelo fraco roteiro com uma infinidade de piadinhas insossas e números musicais bregas, conforme podemos conferir mais abaixo.

O que dizer então do homenageado da noite? Ao invés de homenagearem Paul Newman, falecido a pouco, homenageiam um dos humoristas que mais me causam repulsas. Refiro-me a Jerry Lewis. Ok, humor é algo muito pessoal, é difícil você encontrar duas pessoas que achem graça na mesma piada. Por exemplo, quando disse ao Radamés (co-editor daqui do Cine-Phylum), enquanto assistia à transmissão, que achava Lewis péssimo ele se revoltou, disse que o cara é um gênio, um ícone, e que ninguém fazia/faz humor pastelão como ele faz (e quanto a Grourcho Marx, Radamés?). Em seguida mencionei: “não vejo graça nele!” e ele emendou sucintamente: “disse bem: VOCÊ não vê graça nele!”. Francamente, não sou só eu. Conheço, ao menos, umas cento e quinze pessoas, além de mim, que não vem (sem circunflexo?) a menor graça nele. Dentre estas pessoas encontram-se, é claro, intelectuais e cinéfilos de verdade.

Lewis era um fracassado, seu humor era patético, ridículo e conseguia a façanha de ser inferior ao de Jim Carrey. Ao menos Carrey consegue ser sem graça sozinho, já Lewis, para ser apenas sem graça, dependia completamente de Dean Martin. Quando separou-se do mesmo, o “comediante” (gargalhadas) deixou de ser apenas sem graça e passou a ser realmente insuportável.

Creio que a cerimônia, ao invés de perder tempo com imbecis e fracassados que fariam um grande favor à humanidade caso tivessem falecido por falta de ar durante o próprio parto, deveria ter homenageado Paul Newman, que nos deixou ano passado e tem uma importância muito maior ao Cinema. Ou já que era para se homenagear um humorista, que tal Jack Lemmon (que não era necessariamente comediante, mas já fez muitas comédias fantásticas como “Quanto Mais Quente Melhor”, “Se Meu Apartamento Falasse” e “Demônio de Mulher”) ou Graham Arthur Chapman (em ambos os casos seriam homenagens póstumas), do Monty Python, que eram muito melhores? O quê? Queriam homenagear um comediante vivo? Ótimo, Woody Allen é uma excelente pedida. Ou melhor ainda, John Cleese, ex-colega de Chapman no Monty Python (e Cleese era o mais engraçado de todos). Ah, mas eles queriam mesmo era homenagear Lewis pelo trabalho humanitário que este fez/faz, não é mesmo? Oras, e o que o Oscar tem a ver com causas humanitárias e filantrópicas? Deixem isso para as igrejas e casas de apoio. O Oscar deveria mesmo é se preocupar com o verdadeiro talento do artista, e não com o que ele faz ou deixa de fazer quando não está diante das câmeras. Enfim, é complicado. Falar sobre comédia é comentar sobre algo muito introspectivo e subjetivo.

E quanto ao grande acontecimento da noite: a entrega do Oscar póstumo a Heath Ledger? Bem, o Oscar foi entregue, os familiares (pais e irmã) do ator subiram no palco, proferiram um discurso clichê, embora sincero (e sejamos francos, algumas vezes não se pode fugir do clichê, e este é um desses casos), receberam o prêmio em nome de Heath, e depois foram-se embora. Simples assim. Pois é, o único momento, digamos, diferente da noite, não teve destaque algum. Comentei isso com uma jovem carioca amiga minha, a Juliana, que já postou algumas vezes por aqui (e dentre outros assuntos que comentamos durante a cerimônia de entrega do Oscar deste ano, este foi um dos poucos relevantes, já que passamos boa parte do tempo discutindo a ‘gostosura’ (ou não) de Jessica Alba, Scarlett Johansson e Rebecca Hall. Papo estranho para se desenvolver entre uma heterossexual e um assexuado, não?) e ela também achou a homenagem a Ledger curta demais. Comentei com o Radamés, ele me lembrou de que o ator já fora homenageado no Oscar do ano passado, mas aí eu pergunto: por que não homenageá-lo novamente, já que, teoricamente, ele recebeu um prêmio importantíssimo este ano? Enfim, o Oscar 2009 foi tão apagado que a cerimônia não soube nem ao menos se aproveitar do que era para ser os seus momentos mais marcantes, como o Oscar póstumo de Ledger e o prêmio de Penélope Cruz, entregue pelo seu parceiro no ótimo”Vicky Cristina Barcelona”, Javier Barden.

Mas a cerimônia deste ano não foi ao todo ridícula. É fato que homenagearam a pessoa errada, nos afogaram com uma “tsunami” de piadas sem graça, nos apresentaram a um anfitrião extremamente insosso e, acima de tudo, revelou-se brega demais com o excesso de números de dança. Contudo, é fato também que a mesma acertou em alguns aspectos. Como não reparar, por exemplo, na agilidade e dinamicidade da mesma? Se há alguns anos atrás a premiação se encerrava apenas às 3:30hs, este ano tivemos 1:30h de antecedência e, quando eram 2:00hs da matina, o Oscar já havia se encerrado. Sempre fui a favor de cerimônias enxutas e, este ano, parece que felizmente cortaram as “gordurinhas” dos Oscar anteriores.

Vale citar também a ótima idéia que tiveram no que diz respeito às categorias de Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz e Melhor Ator: ao anunciar o prêmio de cada uma destas modalidades, colocaram cinco atores/atrizes renomados(as) e fizeram com que cada um(a) deles(as) citasse um breve comentário ilustrando positivamente o trabalho de todos os cinco concorrentes para cada uma das quatro categorias. A idéia teria funcionado magistralmente bem se não fosse um porém: uma terrível gafe cometida por Marion Cotillard ao anunciar o prêmio de “Melhor Atriz”.

Kate Winslet a tempos vinha sendo indicada, mas não levava nada. As pessoas se questionavam: “quando Kate irá levar uma estatueta?”, “quando a Academia reconhecerá o seu trabalho?”. Aí ela faz um ótimo trabalho em “O Leitor” (não que seja digno do Oscar que levou, mas enfim…), recebe todos os principais prêmios que precedem o Oscar e, adivinhem, é lançada como favorita para faturar a sua tão sonhada estatueta. Todos sabiam que ela iria vencer, mas certeza mesmo, só depois de ouvir o seu nome sendo anunciado como ganhadora. E, de fato, ouvimos o nome dela, só que do modo mais indelicado o possível. Oras, há muito tempo esperávamos que a moça vencesse o prêmio, e quando chegou a vez desta vencer, é claro que queríamos ter a sensação de suspense, aquele dramatismo que é sempre empregado antes de mencionar o nome do vencedor. Entretanto, Cotillard simplesmente diz: “…E o Oscar vai para Kate Winslet”. Isso mesmo! Simplesmente diz: “…E o Oscar vai para Kate Winslet” e não faz uma única pausa (muito menos suspense) para tal.

Agora, imagine você, caro leitor, se herdasse uma fortuna de um parente distante e a pessoa incumbida de lhe dar a notícia dissesse abruptamente: “seu tio, que mora em uma região entre a Ucrânia Meridional e os Cafundós do Judas, faleceu, e você herdou toda a fortuna dele, ficando multimilionário!”. Certamente você teria um enfarto, não? Pois é, e não fosse a obviedade da vitória de Winslet, creio que um enfarto seria justamente o que ela teria em virtude da falta de sutileza da anunciação do prêmio.

Mas o pior eu deixo para o final. Se a gafe cometida por Marion Cotillard durante o anúncio da vitória de Winslet já quebrou ligeiramente o suspense da premiação, o que dizer então da falta de lógica com a qual os organizadores da cerimônia sequenciaram a distribuição de seus prêmios? Em primeiro lugar, por que cargas d’água colocou o prêmio de “Melhor Atriz Coadjuvante”, um dos mais importantes da noite, para abrir a cerimônia? Por que colocaram Melhor Ator Coadjuvante tão distante do final, sendo que, para muitas pessoas que estavam assistindo à premiação, o mais interessante da noite seria o Oscar póstumo de Heath Ledger? Por que entregaram “Melhor Roteiro” tão cedo, sendo que este é um prêmio que, praticamente, prevê quem vencerá “Melhor Filme”? E a mesmíssima coisa eu digo de “Melhor Diretor”, por que o colocar antes de “Melhor Ator e Atriz”? Será que foi para tornar a festa ainda mais previsível do que ela já seria por si só (afinal de contas, quem ainda não tinha certeza absoluta de que “Quem Quer Ser um Milionário?” se consagraria o grande vencedor da noite?)? Será que é por que eles adorariam perder a audiência em virtude da previsibilidade que se instaurou na cerimônia mediante a esta lógica desconexa das apresentações de cada premiação em cada categoria?

Enfim, o Oscar de 2009 foi, de fato, o mais carregado de erros dos últimos anos (e por que não dizer, de todos os tempos?) e não deverá mais ser lembrado daqui a algum tempo. A premiação pode até ter realizado a façanha de superestimar um filme independente e transformá-lo em um dos maiores vencedores de todos os tempos, mas ainda assim, a cerimônia foi completamente apagada e será esquecida com o passar de dois ou três anos, bem como “Quem Quer Ser um Milionário?”, o maior homenageado da noite, cujo título pessoa alguma ouvirá falar com o passar do tempo.

Diferentemente de 2008, a cerimônia de 2009 foi digna de ser eliminada de nossa memória.

Ah, sei que é extremamente fútil, mas assim mesmo gostaria de atribuir uma nota à cerimônia (e refiro-me à festa em si, não aos vencedores da mesma):

Avaliação Final: 3,0 na escala de 10,0.

Framboesa de Ouro 2009 – Vencedores

fevereiro 22, 2009 Deixe um comentário

Havia esquecido de publicar aqui a lista do “prêmio” máximo conferido aos fracassados e imbecis da sétima Arte. Enfim, faço-o agora, e amanhã (ou depois) comento a “premiação”.

Obs.: os “vencedores” encontram-se ‘negritados’, os demais foram apenas indicados mas não tiveram a dúbia honra de ser “premiados”.

Pior Filme:
Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões
Fim dos Tempos
The Hottie and the Nottie
Em Nome do Rei
O Guru do Amor

Pior Ator:
Larry the Cable Guy, Witless Protection
Eddie Murphy, O Grande Dave
Mike Myers, O Guru do Amor
Al Pacino, 88 Minutos e As Duas Faces da Lei
Mark Wahlberg, Fim dos Tempos e Max Payne

Pior Atriz:
Jessica Alba, O Guru do Amor e O Olho do Mal
O elenco de Mulheres…O Sexo Forte (Annette Bening, Meg Ryan, Jada Pinkett-Smith, Debra Messing e Eva Mendes)
Cameron Diaz, Jogo de Amor em Las Vegas
Paris Hilton, The Hottie and the Nottie
Kate Hudson, Um Amor de Tesouro e Amigos, Amigos, Mulheres à Parte

Pior Ator Coadjuvante:
Uwe Boll (como ele mesmo), Postal
Pierce Brosnan, Mamma Mia!
Ben Kingsley, O Guru do Amor, The Wackness e War, Inc.
Burt Reynolds, Deal e Em Nome do Rei
Verne Troyer, O Guru do Amor e Postal

Pior Atriz Coadjuvante:
Carmem Electra, por Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões
Paris Hilton, por Repo: The Genetic Opera
Kim Kardashian, por Super-Hérois – A Liga da Injustiça
Jenny McCarthy, Witless Protection
Leelee Sobieski, 88 Minutos e Em Nome do Rei

Pior Dupla:
Uwe Boll & qualquer ator, câmera ou roteiro
Cameron Diaz & Ashton Kutcher, Jogo de Amor em Las Vegas
Paris Hilton & Christine Lakin ou Joel David Moore, The Hottie and the Nottie
Larry the Cable Guy & Jenny McCarthy, Witless Protection
Eddie Murphy dentro de Eddie Murphy, O Grande Dave

Pior Remake, Continuação, Pré-Continuação ou Imitação:
O Dia em Que a Terra Parou
Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Speed Racer
Star Wars: The Clone Wars

Pior Diretor:
Uwe Boll, Em Nome do Rei, Postal e Tunnel Rats
Jason Friedberg & Aaron Seltzer, Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões
Tom Putnan, The Hottie and the Nottie
Marco Schnabel, O Guru do Amor
M. Night Shyamalan, Fim dos Tempos

Pior Roteiro:
Super-Heróis – A Liga da Injustiça e Espartalhões, Jason Friedberg & Aaron Seltzer
Fim dos Tempos, M. Night Shyamalan
The Hottie and the Nottie, Heidi Ferrer
Em Nome do Rei, Douglas Taylor
O Guru do Amor, Mike Myers e Graham Grody

Pior Carreira no Cinema:
Uwe Boll

Número de “prêmios” por filme:
The Hottie and Nottie – 3
O Guru do Amor – 3
Em Nome do Rei – 1
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal – 1

Oscar 2009 – Chutômetro – Parte Final

fevereiro 22, 2009 Deixe um comentário
Minha relação final das apostas para o Oscar 2009 (só citarei os filmes que acredito que vencerão, deixando de lado os que eu acredito que mereceriam vencer e os que tem chances de vencer).

Melhor Filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Direção
Danny Boyle por Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Roteiro Original
Milk – A Voz da Igualdade

Melhor Roteiro Adaptado
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator
Mickey Rourke por O Lutador

Melhor Atriz
Kate Winslet por O Leitor

Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger (óbvio) por Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penolope Cruz

Melhor Animação
Wall-E

Melhor Filme Estrangeiro
Valsa Com Bashir

Melhor Edição
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Fotografia
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Direção de Arte
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Figurino
A Duquesa

Melhor Maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Trilha-Sonora
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Canção-Original
Down to Earth – Wall-E

Melhor Mixagem de Som
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Edição de Som
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhores Efeitos Especiais
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Documentário
Man on Wire

Melhor Curta-Metragem
New Boy

Melhor Documentário em Curta Metragem
The Conscience of Nhem En

Melhor Curta de Animação
Presto
Ou seja, mexi, mexi, e no final, ficou tudo na mesma. Fazer o quê, cara teimoso é isso mesmo.

Um grande abraço a todos e bom Oscar (mesmo que este seja tão previsível e insosso quanto realmente será)!
Daniel Esteves de Barros – Cine-Phylum

Oscar 2009 – "Chutômetro"

fevereiro 13, 2009 1 comentário
Faltam 10 (dez) dias para a cerimônia do Oscar, mas já vou fazer as minhas apostas. Contudo, vale lembrar que ainda não assisti a muitos dos filmes que estão concorrendo às mais diversas categorias este ano e a dose de ‘adivinhomêtro’ que vou proporcionar aqui será gigantesca. Logo, devo informar que, assim que tiver assistido a todos os filmes que participarão da cerimônia de entrega do prêmio mais conhecido da sétima Arte (o que só deverá acontecer algumas horas antes da premiação começar) esta lista poderá estar sujeita à mudanças drásticas. Mas vamos aos chutes… digo… aos palpites?

Melhor Filme:

* O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
* O Leitor
* Quem Quer Ser um Milionário?

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário?
Por que? Ele venceu todos os principais prêmios que precedem o Oscar. Raramente os vencedores de tais festivais não saem com o Oscar de Melhor Filme debaixo do braço. Sem contar, é claro, que “Quem Quer Ser um Milionário?” tem a “cara” do Oscar.

Quem tem chances de vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? O superestimado filme de David Fincher está concorrendo a, não menos do que, 13 prêmios, recorde que só não bate o feito de “Titanic” que concorreu a 14 prêmios em 1998, ficando com os principais deles. Há como negar que um filme que concorre a 13 Oscar tenha grandes chances de levar o prêmio de Melhor Filme para casa?

Quem eu gostaria que vencesse? O Leitor.
Por que? Ainda não assisti a “Frost / Nixon” e “Milk – A Voz da Igualdade” (quanto ao último, devo assisti-lo amanhã), mas o filme dirigido por Stephen Daldry é bem superior aos outros dois e nos traz um tema bastante interessante.

Melhor Direção:

* Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Stephen Daldry (O Leitor)
* David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk – A Voz da Igualdade)

Quem vai vencer? Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? O trabalho de Boyle caiu na graça dos especialistas em Cinema do mundo todo e, assim como o seu filme, faturou os principais prêmios que concorreu. Daldry, Fincher, Van Sant e Howard que me perdoem, mas este ano é de Boyle.

Quem tem chances de vencer? David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Os problemas com “O Curioso Caso de Benjamin Button” nada tem a ver com David Fincher, que fez um ótimo trabalho com a câmera na mão e conferiu muita sensibilidade à obra, caindo, merecidamente, nas graças dos votantes.

Quem eu gostaria que vencesse? Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Só o fato de Danny Boyle ter conseguido me agradar com uma direção videoclipeira (recurso que geralmente detesto) já seria o suficiente, mas não resta dúvidas de que o seu trabalho, além de revolucionário, é fantástico e, disparado, o melhor de 2008.

Melhor Roteiro Original:

Frozen River
Simplesmente Feliz
* Na Mira do Chefe
* Milk – A Voz da Igualdade
* Wall-E

Quem vai vencer? Milk – A Voz da Igualdade
Por que? Este prêmio, na verdade, é uma das poucas incógnitas deste Oscar. “Na Mira do Chefe” tem vencido esta categoria nos mais importantes prêmios, mas, particularmente, duvido que a Academia deixaria de, ao menos, indicar “Na Mira do Chefe” a Melhor Filme caso realmente pretendesse presentear Melhor Roteiro Original a este. Por este motivo voto em “Milk – A Voz da Igualdade”, que está concorrendo a Melhor Filme neste ano.

Quem tem chances de vencer? Na Mira do Chefe
Por que? Conforme citei há pouco, “Na Mira do Chefe” venceu muitos prêmios de peso nesta categoria, sobretudo o Bafta deste ano, logo, tem grandes chances de faturá-lo.

Quem eu gostaria que vencesse? Wall-E
Por que? “Wall-E” é muito mais do que um simples filme que traz como protagonista um robozinho carismático e fofinho. É a melhor animação desde “O Rei Leão” e muito disso se deve ao seu roteiro, que conta com uma estória magnífica e explora muito bem os seus personagens, além de criticar o consumismo exacerbado do ser humano.

Melhor Roteiro Adaptado:

* O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
* O Leitor
* Quem Quer Ser um Milionário?

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário?
Por que? É cada vez mais raro vermos uma produção faturar Melhor Filme sem antes faturar Melhor Roteiro Original ou Adaptado, sobretudo Roteiro Adaptado, uma vez que já faz muito tempo (dois anos, para ser mais exato) que a Academia não confere Melhor Filme ao vencedor de Melhor Roteiro Original.

Quem tem chances de vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? A Academia quase sempre põe dois filmes para disputar acirradamente os principais prêmios da noite. Da mesma forma que em 2006 a briga ficou entre “Crash” e “Brokeback Mountain”, em 2007 entre “Os Infiltrados” e “Pequena Miss Sunshine” e em 2008 entre “Onde os Fracos Não Têm Vez” e “Sangue Negro”, em 2009 ela deve ficar entre “Quem Quer Ser um Milionário?” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Quem eu gostaria que vencesse? O Leitor
Por que? Não assisti a “Frost/Nixon”. Considero fraco o roteiro de “…Benjamin Button”, apenas bom o de “Quem Quer Ser um Milionário?” e adorei o de “Dúvida”, mesmo considerando-o falho em algumas partes. O roteiro de “O Leitor” também não é nenhuma maravilha do Cinema Contemporâneo, mas ainda assim é ótimo e merecia vencer o prêmio.

Melhor Ator:

Richard Jenkis (The Vistor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
* Sean Penn (Milk)
* Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Mickey Rourke (O Lutador)

Quem vai vencer? Mickey Rourke (O Lutador)
Por que? Mickey Rourke sempre foi tido como um ator canastrão, mas recentemente tem-se empenhado muito em seus papéis e conquistou o respeito entre os profissionais da área. Embasando-se nos prêmios que vem recebendo ultimamente nos mais diversos festivais, isso inclui até mesmo o Globo de Ouro e o Bafta, a sua vitória nesta categoria é quase óbvia.

Quem tem chances de vencer? Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button) ou, principalmente, Sean Penn (Milk)
Por que? As chances não são muitas, mas ainda assim eu indicaria aqui tanto Brad Pitt quanto, principalmente, Sean Penn. Ambos, em especial o intérprete do ativista homossexual, tem sido muito elogiados, logo, é bem possível que, no caso de uma zebra, Penn, ou até mesmo Pitt, saiam com a estatueta.

Quem eu gostaria que vencesse? Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Na verdade, não estou torcendo para a vitória de Pitt, acontece que, dentre os indicados, só tive oportunidade de conferir o trabalho do maior símbolo sexual dos anos 1990, logo, não posso torcer por mais nenhum outro, ao menos por enquanto.

Melhor Atriz:


Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
* Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
* Meryl Streep (Dúvida)
* Kate Winslet (O Leitor)

Quem vai vencer? Kate Winslet (O Leitor)
Por que? Ainda mais óbvia que a vitória de Mickey Rourke para Melhor Ator, é a vitória de Kate Winslet para Melhor Atriz. Há muito tempo a Academia vem sendo pressionada para dar um prêmio a Winslet, agora parece ter chegado a hora, principalmente levando-se em conta a sua vitória no Globo de Ouro e no Bafta deste ano.

Quem tem chances de vencer? Meryl Streep (Dúvida) ou, com chances praticamente nulas, Angelina Jolie (A Troca)
Por que? A própria Meryl Streep disse certa vez: “Oscar é 90% política e 10% merecimento”. Particularmente, creio que Streep mereça muito mais o prêmio que Winslet, mas a intérprete da Irmã Aloysius já levou vários troféus deste para casa, ao passo que Winslet, nenhum. E só Deus (se é que ele existe) sabe o quão pressionados os membros da Academia estão sendo para conferir o quanto antes um prêmio a eterna protagonista do superestimado “Titanic”. Quanto à minúscula, quase nula, possibilidade de Jolie levar o Oscar para casa, isto deve-se a um pequeno fator: Oscar é glamour, não reconhecimento de bom trabalho. Logo, o que poderia conferir mais glamour à cerimônia do que o casal mais quente do momento (apesar dos boatos de que Jolie tenha traído Pitt) no palco principal da festa? É claro que, para isso, Pitt deveria vencer por “…Benjamin Button” (o que eu julgo improvável, de certa forma) e Jolie deveria vencer por “A Troca” (o que eu julgo ainda mais improvável, na verdade, praticamente impossível).

Quem eu gostaria que vencesse? Angelina Jolie (A Troca)
Por que? Não conferi os trabalhos de Anne Hathaway e Melissa Leo (erro que corrigirei muito em breve, em menos de uma semana), e dentre Winslet, Streep e Jolie, a terceira é minha favorita. Ao contrário do que muitos especialistas andam dizendo, considerei a atuação da Sra. Brad Pitt fenomenal em “A Troca”. Pena que ela sairá da cerimônia de mãos abanando.

Melhor Ator Coadjuvante:

Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
* Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk)
* Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)

Quem vai vencer? Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? O leitor está afim de apostar todo o dinheiro que tem em alguma coisa que vise retorno. Primeiramente, não aconselho pessoa alguma apostar dinheiro algum em coisa alguma, mas caso o leitor resolva não seguir a minha recomendação, por favor faça algo consciente e aposte na maior certeza deste Oscar, a vitória de Ledger para Melhor Ator Coadjuvante. A Academia adora chamar a atenção para si mesma e o que poderia chamar mais atenção do que conferir um Oscar póstumo a alguém que faleceu recentemente?

Quem tem chances de vencer? Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)
Por que? Para ser sincero, estou colocando Shannon aqui apenas para preencher lacuna, pois este ano não tem para ninguém, Ledger leva sem pensar duas vezes. Pena que ele não esteja aqui para ver, até mesmo porque, se estivesse, talvez nem fosse indicado ao prêmio, não por merecimento (até mesmo porque ele foi, de fato, o melhor ator coadjuvante de 2008), mas por mero preconceito da Academia quanto aos filmes de super-heróis.

Quem eu gostaria que vencesse? Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? O crítico de Cinema Rubens Ewald Filho disse certa vez que Ledger morreu em virtude ao desgaste físico e emocional que o seu personagem Coringa lhe conferiu. Eu não duvido disso. Há muito tempo não via um ator se dedicar e se entregar tão apaixonadamente ao seu papel em um filme como Ledger fez com Coringa. Uma atuação brilhante, sem ter o que por ou o que tirar. Não só a melhor atuação coadjuvante do ano como, provavelmente, a melhor de toda a década.

Melhor Atriz Coadjuvante:

Amy Adams (Dúvida)
* Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
* Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Marisa Tomei (O Lutador)

Quem vai vencer? Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Por que? A velha estória de sempre, Oscar gosta mesmo é de glamour, não de retribuir um trabalho bem feito. Não, Cruz não atuou mal, muito longe disso, mas os membros da Academia não estão nem aí para isso. O que eles querem mesmo é ver o casal de “Vicky Cristina Barcelona”, Barden/Cruz, juntos no palco. Sim, pois quem irá entregar o prêmio para a eleita Melhor Atriz Coadjuvante deste ano, será o eleito Melhor Ator Coadjuvante do ano passado, ou seja, Javier Barden.

Quem tem chances de vencer? Marisa Tomei (O Lutador)
Por que? Mesmo acreditando que a vitória de Penélope Cruz este ano é quase tão certa quanto a vitória de Heath Ledger, ainda vou apostar uma ficha (uma só) em Marisa Tomei, pois o seu trabalho está sendo muito bem enaltecido pelos profissionais da área.

Quem eu gostaria que vencesse? Viola Davis (Dúvida)
Por que? Adorei o trabalho de Penelope Cruz em “Vicky Cristina Barcelona” e acredito que o Oscar que receberá será muito justo, aliás, digo o mesmo de todas as outras atrizes, pois todas realizaram um trabalho muito acima da média. Contudo, adorei o que Viola Davis desempenhou em “Dúvida”. Em menos de 10 minutos em cena, a atriz afro conferiu uma carga dramática fenomenal ao ótimo filme de John Patrick Shanley. Tanto que o mesmo não seria o mesmo sem ela.

Melhor Edição:

* Kirk Baxter e Angus Wall (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Lee Smith (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Mike Hill e And Hanley (Frost/Nixon)
Elliot Graham (Milk – A Voz da Liberdade)
* Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Assim como é cada vez mais raro vermos uma produção faturar Melhor Filme sem antes faturar Melhor Roteiro, seja Adaptado ou Original, ou Melhor Direção, pode-se dizer a mesma coisa quanto a Melhor Edição. E levando-se em conta que “Quem Quer Ser um Milionário?” provavelmente irá abocanhar Melhor Filme este ano, creio ser praticamente impossível Chris Dickens perder Melhor Edição para qualquer outro colega seu.

Quem tem chances de vencer? Kirk Baxter e Angus Wall (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Apesar de apostar a maior parte de minhas fichas na vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” como Melhor Filme, não descarto a hipótese de “O Curioso Caso de Benjamin Button” surpreender e sair vencedor do Oscar de Melhor Filme na noite de 22 de fevereiro de 2009. Portanto, seguindo a lógica, há uma possibilidade de Kirk Baxter e Angus Wall levarem o prêmio de melhores editores de 2008 para casa, apesar de continuar apostando veementemente em Chris Dickens.

Quem eu gostaria que vencesse? Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Considero o roteiro de “Quem Quer Ser um Milionário?” fraco durante o seu final, mas estimo muito os demais aspectos do longa editado por Chris Dickens. Um dos aspectos que mais me atraiu no filme foi, de fato, a edição do mesmo, que além de bastante original (apesar de ser artificial do ponto de vista dramático) é dinâmica, confere muita agilidade ao longa e alterna entre passado e presente magistralmente bem. “Quem Quer Ser um Milionário?” não é o melhor filme do ano, nem conta com o melhor roteiro adaptado de 2009, mas por outro lado, merece, mais do que qualquer outro filme (e isso inclui até mesmo os que ficaram de fora da disputa), levar Melhor Direção e Melhor Edição.

Melhor Fotografia:

Tom Stern (A Troca)
* Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Wally Pfister (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Chris Menges and Roger Deakins (O Leitor)
* Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? É complicado tentar adivinhar quem vai ganhar o prêmio de Melhor Fotografia, pois os membros da Academia nunca seguem um critério preestabelecido (sem hífen?). Sendo assim, adivinharei tomando pro base os vários prêmios que “Quem Quer Ser um Milionário?” conquistou nessa categoria. Mas admito que não poria muita fé nesse meu palpite.

Quem tem chances de vencer? Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Seria estranho “O Curioso Caso de Benjamin Button” sair de mãos abanando na noite do Oscar. Principalmente se levarmos em conta que, em muitos casos, quando o segundo filme mais popular de uma determinada edição do Oscar perde os prêmios principais da noite, ele sai com o Oscar de Melhor Fotografia como uma espécie de consolação (foi assim com “Sangue Negro” no ano passado). Logo, acredito que Claudia Miranda tem grandes chances de faturar este prêmio, mesmo com o favoritismo do lado de seu maior rival na noite do Oscar, Anthony Dod Mantle.

Quem eu gostaria que vencesse? Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Citei em meu texto sobre “O Curioso Caso de Benjamin Button” que desde “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei” não via uma fotografia tão lindamente limpa quanto a deste filme. O trabalho de Cláudio Miranda engrandece ainda mais as paisagens e a fantástica Direção de Arte do filme. Se tem uma qualidade que impede que “…Benjamin Button” se torne um filme tão medíocre quanto estava fadado a ser, essa qualidade é a sua magistral fotografia.

Melhor Direção de Arte:

* A Troca
* O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
* Foi Apenas um Sonho

Quem vai vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? Como disse ao comentar “Melhor Fotografia”, seria muito estranho vermos o líder de indicações da noite sair com as mãos abanando, logo, há uma grande possibilidade do mesmo ficar com aquele prêmio, que é tido como um dos mais importantes. Entretanto, a possibilidade de “Quem Quer Ser um Milionário?” faturar aquele prêmio se mostra muito maior. Para não deixar o filme roteirizado por Eric Roth de mãos abanando, a Academia talvez confira ao mesmo uma outra estatueta extremamente importante, que é a de Melhor Direção de Arte.

Quem tem chances de vencer? Foi Apenas um Sonho e, com pouquíssimas chances, A Troca
Por que? Não que a direção de Arte de “Foi Apenas um Sonho” chegue aos pés da de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, ou da de “A Troca” e “A Duquesa”, mas duvido muito que a Academia deixaria de premiar o trabalho de um de seus recentes diretores prediletos, Sam Mendes. De tal forma, qual seria o melhor modo de se realizar um pedido de desculpas por não indicar o filme (merecidamente, diga-se, já que a produção é apenas medíocre) às categorias mais nobres? Por este motivo que não me surpreenderia com uma possível vitória de “Foi Apenas um Sonho”, principalmente se “…Benjamin Button” faturar Melhor Fotografia (duvido muito que o mesmo leve Fotografia e Direção de Arte, ou leva um, ou leva o outro, mas um dos dois certamente leva). E quanto “A Troca”? Bem, citei-o pelos mesmíssimos motivos e nas mesmíssimas condições que citei o filme de Mendes, com a diferença de que a Academia, todo o ano, reconhece o trabalho de Clint Eastwood, já o de Sam Mendes não é sempre que tem a oportunidade de reconhecer. Talvez este seja o ano de Mendes, e não o de Eastwood.

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? Ao escrever a minha crítica sobre “O Curioso Caso de Benjamin Button” mencionei logo no início desta que a riqueza de detalhes empregada pela Direção de Arte em uma determinada cena fora um dos fatores que me fizera praticamente adentrar na trama. Aliás, não apenas essa cena, como o filme todo, conta com um trabalho simplesmente fabuloso por parte dos responsáveis pela sua Direção de Arte. No fim das contas, se julgo o longa dirigido por David Fincher falho do ponto de vista dramático, não há como negar que o mesmo é visualmente inesquecível. E neste ponto, tanto a Fotografia quanto a Direção de Arte são os responsáveis pela beleza plástica da obra.

Melhor Figurino:

Catherine Martin (Austrália)
* Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Michael O’Connor (A Duquesa)
Danny Glicker (Milk)
Albert Wolsky (Foi Apenas um Sonho)

Quem vai vencer? Michael O’Connor (A Duquesa)
Por que? “A Duquesa” venceu o Bafta nesta categoria e é bem provável que vença o Oscar também, uma vez que os boatos, ao menos no que diz respeito a Melhor Figurino, são bastante favoráveis ao trabalho de Michael O’ Connor. Vale a pena lembrar também que, ano passado, um épico com pouco sucesso de crítica levou para casa Melhor Figurino, refiro-me a “Elizabeth – A Era de Ouro”. Por que não apostar em “A Duquesa” que, também, é um épico muito criticado negativamente, mas com figurinos majestosos?

Quem tem chances de vencer? Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? O figurino de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, além de definitivamente belo, é uma peça fundamental na narrativa, afinal de contas, a passagem pelas décadas não teria o mesmo impacto não fosse ele. Vale lembrar também que, por muitas vezes, a Academia já atribuiu este prêmio a filmes com figurino bastante diversificado.

Quem eu gostaria que vencesse? Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Como eu disse mais acima, “…Benjamin Button” é um filme visualmente inesquecível. Alguma dúvida de que o figurino dele colaborou imensamente para tal?

Melhor Maquiagem:

* Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Mike Elizalde e Thom Floutz (Hellboy II)

Quem vai vencer? Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Não apenas pelo simples fato da maquiagem ter vencido o Bafta deste ano como também pelo fato da mesma estar diretamente ligada à trama. Afinal de contas, como o “problema” com Benjamin Button poderia soar verossímil (se é que há algo de verossímil nessa estória, mas enfim…) sem uma maquiagem que transformasse Brad Pitt em uma uva-passa ambulante e fosse o rejuvenescendo com o passar dos anos?

Quem tem chances de vencer? John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? Os monstros de “Hellboy II – O Exército Dourado” foram criados com uma perfeição fora do comum, mas não há como negar que a maquiagem criada para o Coringa de Heath Ledger, e até mesmo para o Harvey-Duas-Faces de Aaron E. Eckhart, colaboraram muito mais na construção destes personagens. A propósito, você conseguiu “ver” Heath Ledger por trás daquela “máscara” de Coringa? Você saberia que o ator por trás daquele ser assustador trata-se do australiano que morreu de overdose de medicamentos caso o seu nome não constasse no elenco? Simplesmente fascinante.

Quem eu gostaria que vencesse? Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Pelos mesmíssimos motivos que acredito que ele irá vencer esta categoria, exceto, é claro, pelo fato deste ter faturado o Bafta nesta categoria. Ao contrário dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, não baseio minhas opiniões e gostos pessoais em festivais e premiações.

Melhor Trilha-Sonora Original:

* Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Defiance)
* A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)
Danny Elfman (Milk)
* Thomas Newman (Wall-E)

Quem vai vencer? A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? A velha ladainha de sempre, conquistou importantes prêmios em importante festivais que antecedem o Oscar, conquistou os especialistas da área e, de uma forma ou de outra, transporta o espectador para o local onde a trama se passa.

Quem tem chances de vencer? Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? É uma trilha-sonora extremamente leve e sutil, do jeito que os membros da Academia gostam. Sem contar, é claro, que remete-nos às diversas décadas pelas quais a sua trama vai se desenrolando.

Quem eu gostaria que vencesse? Thomas Newman (Wall-E)
Por que? Serei bem pessoal aqui. Um dos aspectos que mais me cativaram em “Wall-E” diz respeito à sua trilha-sonora excepcional. Cativei-me inteiramente com a mesma e demorou para que esta me saísse da cabeça, logo, não há como votar em outro filme.

Melhor Canção Original:

* Down to Earth (Wall-E)
* Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário?)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Down to Earth (Wall-E)
Por que? A canção de Wall-E, além de animadinha e bonitinha (do jeito que os votantes adoram) foi extremamente enaltecida e, no melhor sentido o possível da palavra, impregna em nossas mentes por vários dias.

Quem tem chances de vencer? Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Ganhou alguns prêmios importantes e é a que mais combina com o filme em questão. Caso “Down to Earth” perca, o que não é impossível, creio que “Jai Ho” assuma o lugar desta.

Quem eu gostaria que vencesse? Down to Earth (Wall-E)
Por que? É como mencionei mais acima, a canção de “Wall-E” é animada e bela, nos transportando para a trama de um modo sensacional, a ponto de martelar (no melhor sentido o possível da palavra) nossas mentes durante vários dias.

Melhor Mixagem de Som:

* O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)
* Quem Quer Ser um Milionário? (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Wall-E (Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt)
* O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário? (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Por que? Confesso que, em um ano onde a premiação máxima do Cinema tende a ser mais previsível do que jamais fora ao longo de sua história, tanto esta categoria, quanto a de Melhor Edição de Som, prometem causar muitos problemas para os metidos a adivinhões (como é o caso deste que vos escreve). A primo, esta é uma categoria onde os filmes barulhentos se destacam. Se tem uma coisa que “Quem Quer Ser um Milionário?” não é, é barulhento o suficiente para levar este troféu para casa. No entanto, vou apostar no Bafta que conferiu o prêmio ao mesmo.

Quem tem chances de vencer? O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)
Por que? Caso a Academia siga a tradição, ou seja, selecione o filme mais barulhento, aposto minhas fichas em “O Procurado”. Há, no entanto, uma voz sussurrando bem baixinho em meu ouvido direito: “___ Aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, Daniel, seu idiota!”, mas seguirei a minha intuição e subestimarei o longa dirigido por Christopher Nolan. A propósito, é impossível decidir qual é mais barulhento, não? “Batman…” ou “O Procurado”? Dúvida cruel.

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Por que? Disse em minha crítica sobre o filme e repito aqui, a competência dos responsáveis pela mixagem de som é algo fora do comum (não disse bem nessas palavras, mas a intenção foi essa). É graças a eles que temos a agradável sensação de ouvir um vento uivando em um hotel na gélida Rússia. É graças a eles que notamos o barulho de xícaras batendo suavemente, dentre outros sons fantásticos que só colaboram para que adentramos à trama. A propósito, aproveito o ensejo para fazer um manifesto: “cadê “O Leitor” nesta categoria?”. Se o filme dirigido por Daldry estivesse concorrendo, o meu voto seria dele e “…Button” cairia para o segundo lugar.

Melhor Edição de Som:

* Richard King (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
* Frank Eulner e Christopher Boyes (Homem de Ferro)
* Tom Sayers (Quem Quer Ser um Milionário?)
* Ben Burtt e Matthew Wood (Wall-E)
* Wylie Stateman (O Procurado)

Quem vai vencer? Tom Sayers (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Pelos mesmíssimos motivos que votei neste mesmo filme em Melhor Mixagem de Som.

Quem tem chances de vencer? Todos
Por que? Não. Não estou escapando pela tangente. Acontece que todos os filmes, seja “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, seja “Homem de Ferro”, seja “Wall-E”, seja “O Procurado”, tem chances astronômicas de levar o troféu para casa, até mesmo porque todos são barulhentos o bastante para tal. Ou talvez eu devesse dar ouvidos à mesmíssima voz sussurrando bem baixinho em meu mesmíssimo ouvido direito os mesmíssimos dizeres: “___ Aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, Daniel, seu idiota!”. Quem sabe eu não escute este conselho divino (será?), não é mesmo? Ou melhor não, melhor eu não seguir as vozes do Além que escuto, pois o que ouço geralmente são pedidos para matar alguém… brincadeirinha. É, eu sei que não teve graça, não há necessidade de esfregar na cara, ok?

Quem eu gostaria que vencesse? Richard King (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? Explosões, tiroteios, socos, chutes e pancadarias em geral. Tudo sendo reforçado por um trabalho de inigualável qualidade por parte de Richard King. Não há como eu torcer para outro, há?

Melhores Efeitos Especiais:

* O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Batman – O Cavaleiro das Trevas, (Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin)
* Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)

Quem vai vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Por que? Quanto mais os Efeitos Especiais se mostrem inerentes à trama, ou seja, fujam daquele mero propósito de transformar o filme em um show piro tecnológico, mais a Academia se cativa com os mesmos e mais chances eles tem de faturar este prêmio. A trama de “…Benjamin Button” jamais funcionaria (até mesmo porque não tem força dramática o bastante para isso) sem a colaboração dos efeitos visuais do filme, logo, é mais do que óbvio que o filme estrelado por Brad Pitt irá vencer o prêmio.

Quem tem chances de vencer? Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)
Por que? A mesma voz surge pela terceira vez e pede para que eu não subestime “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Mas aí eu me defendo pela terceira vez e com mais certeza do que nunca, “Batman…” levará para casa um prêmio muito mais importante, o de Melhor Ator Coadjuvante. Sendo assim, porque a Academia iria fazer uma média com o filme de Nolan, se ela pode fazer a mesmíssima coisa com o filme estrelado por Robert Downey Jr. e, caso não o faça agora, jamais terá a oportunidade de premiar este filme que foi muito aclamado pela crítica (menos por mim, que o odiei e até criei polêmica aqui no Cine-Phylum por conta disso).

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Por que? Há algo que desprezo com todas as forças nas produções hollywoodianas atuais: o uso excessivo de efeitos especiais a fim de suprir a falta de qualidade dos demais aspectos de um filme. “…Benjamin Button”, no entanto, prima por nos mostrar como o uso de efeitos especiais pode, e deve, ser feito de um modo consciente e que colabore com o andamento da trama, além, é claro, de contar com uma qualidade bem acima da média. Se o Brad Pitt bem velho ou o mesmo Brad Pitt bem jovem soa tão verossímil quanto o Brad Pitt quarentão que conhecemos agora, isto não se deve apenas à maquiagem, ou, até mesmo, ao figurino do filme. Deve-se também aos efeitos especiais que sobrepõe o rosto de Pitt em corpos diferentes. Tudo de um modo extremamente natural e que foge completamente da artificialidade. Meu voto, como não poderia deixar de ser, fica com “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Melhor Animação:

Bolt – Supercão
* Kung Fu Panda
* Wall-E

Quem vai vencer? Wall-E
Por que? Eu sei que “Kung Fu Panda” venceu o Annie Awards. Também sei que este prêmio serve de indicador para o Oscar. Também sei que raramente um filme que o vence sofre uma derrota no Oscar de Melhor Animação. Contudo, sei, e sugiro ao leitor que também saiba, que em raros os casos o Oscar confere o prêmio de Melhor Animação a um filme que concorra apenas nesta categoria. “Wall-E”, por sua vez, está concorrendo a Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Canção Original, Melhor Trilha-Sonora Original e, vejam só, Melhor Roteiro Original. “Kung Fu Panda” está concorrendo a Melhor Roteiro Original? Está concorrendo a qualquer outro prêmio que seja? Foi indicado pela crítica especializada mundial como melhor filme de 2008? Pois bem, o prêmio fica, merecidamente, com Wall-E e ponto final.

Quem tem chances de vencer? Kung Fu Panda
Por que? Ok, vamos considerar então a hipótese de o vencedor do Annie Awards significar muito mais para a Academia do que a animação que está concorrendo a outros cinco prêmios na noite, dentre os quais, um dos mais importantes, Melhor Roteiro Original. Numa dessas, “Wall-E” perde, “Kung Fu Panda” ganha, e eu passo o resto de meu Carnaval internado em uma U.T.I. ou em um manicômio, louco de raiva.

Quem eu gostaria que vencesse? Wall-E
Por que? Por um acaso já disse que sou fã incondicional de “Wall-E”. Caso a resposta seja não (por favor, leitor, faça de conta que a resposta é não e mantenha este pobre indivíduo mais feliz), basta procurar, aqui no Cine-Phylum mesmo, a minha crítica sobre o filme da Disney/Pixar. Ou então basta saber que o elegi um dos melhores filmes de 2008. Caso queira saber também a minha opinião sobre “Kung Fu Panda”, procure o texto que escrevi sobre o mesmo aqui no Cine-Phylum, ou simplesmente saiba que o coloquei em uma posição nada confortável em minha lista dos piores filmes de 2008. Caso queira saber a minha opinião sobre “Bolt…” …ops, esse eu não assisti, mas ainda assim duvido que ele supere “Wall-E”.

Ainda faltam Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário, Melhor Curta-Metragem, Melhor Documentário em Curta Metragem e Melhor Curta de Animação, mas confesso não ter tido acesso a estes tipos de filme neste último ano, logo, não posso opinar sobre os mesmos. Mas se ainda assim o leitor quiser que eu ‘chute’ estas categorias para, posteriormente, poder vir até este espaço virtual e caçoar de minha cara afirmando que errei veementemente em meus palpites, estarei postando-os mais abaixo, baseando-me mais em boatos do que quaisquer outros argumentos que sejam:

Melhor Filme Estrangeiro: Valsa Com Bashir (Israel).

Melhor Documentário: Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn.

Melhor Curta-Metragem: New Boy.

Melhor Documentário em Curta Metragem: The Conscience of Nhem En.

Melhor Curta de Animação: Presto.

Enfim, esta foi a minha (gigantesca, eu assumo) relação das obras que penso que sairão vencedoras, ou que terão grandes chances de saírem vencedores, ou que deveriam sair vencedoras (caso houvesse justiça no mundo, o que, de fato, não há) da cerimônia da 81ª edição do Oscar.
Gostaria de dizer apenas duas coisas para concluir: 1°) Isto é apenas uma mera diversão e não tem intenção, nem pretensão, alguma de fazer com que pessoas apostem, seja lá o que for, embasados na lista supracitada e 2°) Levando-se em conta que ainda não assisti a muitíssimos filmes que estão concorrendo aos mais diversificados prêmios deste ano, esta lista estará sujeita à mudanças constantes a qualquer instante, na medida em que eu for conferindo os filmes indicados.

Muitíssimo obrigado a todos,

Um forte abraço,

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – Indignações – Parte 1

janeiro 24, 2009 Deixe um comentário
Sei que vivo reclamando da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (a propósito, como um bom niilista, misantropo e depressivo, é normal que eu reclame de tudo, do contrário não seria niilista, misantropo e depressivo, muito menos Crítico de Cinema), mas desta vez minhas queixas são mais do que válidas. Quando será que aquele bando de velhotes rabugentos (ainda mais rabugentos do que este velho jovem de vinte e cinco anos de idade que vos escreve) irá perder o preconceito? Aliás, que preconceito viria a ser este? Francamente, não vejo lógica alguma no preconceito destes imbecis. Ops… perdão… minha ira é tamanha que nem informei aos leitores a qual espécie de preconceito estou me referindo. Está bem então, descrevê-lo-ei no parágrafo abaixo.

Estava me referindo à insuperável descriminação que a Academia tem em premiar filmes de fantasia, tais como “O Cavaleiro das Trevas” e “Wall-E”. Sei que nenhum dos dois são, necessariamente, filmes fantásticos (no sentido literal da palavra), mas os gêneros animações e histórias em quadrinho, de uma forma ou de outra, estão interligados à categoria cinematográfica que consagrou obras-primas como “O Mágico de Oz” e “O Senhor dos Anéis”. Agora, sejamos francos, o que é mais ‘sério’ (uso esta palavra pois a Academia sempre finge utilizá-la ao selecionar os candidatos ao Oscar): um filme de fantasia ou um filme fantasioso? Um filme de fantasia, como o próprio nome diz, encontra-se diretamente ligado a um mundo fantástico, ou seja, a um mundo que não tem pretensões algumas em estabelecer quaisquer elos diretos com a realidade, ou quando tem, o faz através de metáforas. Um filme fantasioso, por sua vez, se atreve a utilizar o nosso mundo e forçar-nos a escorregar goela abaixo uma salada nada digestiva acrescentando aspectos implausíveis de serem absorvidos em um contexto real em um mundo exacerbadamente plausível de se absorver em um contexto real.

Por este motivo, talvez, eu não seja lá um grande fã de filmes de horror, pois os mesmos fogem veementemente da razão. No entanto, na condição de Crítico de Cinema devo eliminar certos preconceitos e analisar tais filmes objetivamente. Agora, uma coisa é você analisar um filme profissionalmente e deixar o lado pessoal de lado, outra coisa é você superestimar uma obra que foge visivelmente dos limites do verossímil e atribuir um prêmio à mesma. Uma coisa é você adorar um filme que se assume como fantástico e reconhecer que o mesmo merece um prêmio do naipe do Oscar (o bem da verdade é que não sei se esta estatueta ridícula representa lá grande coisa para o Cinema, mas enfim…), que é o caso de “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”, outra coisa é você fazer o mesmo com um filme que nem sempre se assume como fantástico, mas carrega em seu roteiro aspectos para lá de fantasiosos (como é o caso de “O Curioso Caso de Benjamin Button”).

Tendo em vista tudo isso, só podemos concluir que o preconceito dos imbecis que representam a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (não me admira saber que boa parte dos membros que a compõe são judeus e conservadores) não tem fundamento algum e é contraditório. Se recusam a premiarem um filme de histórias em quadrinhos e uma animação por julgarem que tais obras não são suficientemente ‘sérias’, mas atribuem 13 (pois é, 13!!!) indicações a um filme cuja origem de toda a fantasia embutida em seu frágil roteiro nem ao menos é explicada.

É, indubitavelmente, uma pena tomarmos ciência de que tais preconceitos são provenientes de uma entidade que deu a entender ter se redimido completamente no ano passado, quando atribuiu o prêmio principal a um filme ‘moderninho’ demais para os seus padrões pré-estabelecidos. Refiro-me ao excelente “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Lembro-me de que na ocasião comentei que, se por um lado a vitória de tal obra sobre “Sangue Negro” não era justa, por outro lado representava um paradigma quebrado pelos votantes conservadores que, inesperadamente, atribuíram o troféu principal daquela noite a um longa que fugia completamente dos conceitos mais básicos da premiação. Infelizmente tais preconceitos voltaram a vigorar agora, de maneira bem mais ampla, ao vermos “O Curioso Caso de Benjamin Button” ser superestimado. Um filme que conseguiu a façanha de ser ainda mais ‘redondinho’ que “Forrest Gump – O Contador de Histórias” conseguiu também enganar a maior parte dos votantes. Lástima, pro inferno com essa Academia preconceituosa de merda (virou moda por aqui, não é? Mas o baixo calão que estou adotando ao Cine-Phylum só espelha o baixo calão adotado pela indústria cinematográfica contemporânea).

Mas há algo que me conforta nessa estória toda. Apesar de estar passando por uma das experiências mais trágicas de minha vida como cinéfilo, é incrivelmente confortante notarmos como Críticos de Cinema do mundo todo estão criticando a Academia. A propósito, há muito tempo, desde que aquela merda (de novo!) chamada “Titanic” abocanhou mais de uma dúzia de indicações, que não via um amontoado tão grande de Críticos descerem a lenha tão violentamente na Academia. Me conforta ainda mais saber que, na premiação da OFCS (Online Films Critics Society, ou seja, Sociedade de Críticos de Filmes (ao “pé da letra, pois a concepção” “Cinema” viria mais a calhar que “Filmes”) da Internet) o vencedor foi o excelente “Wall-E” que, sejamos francos, é muito mais digno de tal prêmio que o superestimado longa de Eric Roth.

Enfim, encerro esta primeira parte sobre minhas indignações para com o Oscar 2009 aqui, creio que no próximo final de semana eu deva comentar mais alguma coisa.

Obs. 1: Em virtude dos ataques que realizei a “O Curioso Caso de Benjamin Button” enquanto escrevia este texto, decidi tomar uma atitude que nunca havia tomado antes, alterar a nota que havia dado para o filme em questão. Comecei a notar que até mesmo eu estava o superestimando e mudei a avaliação final do filme de 7,5 para 6,5; de 4 estrelas para 3 estrelas.

Obs. 2: Na próxima parte sobre as minhas indignações para com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, atacarei mais abertamente a superestimação em cima do filme de Roth e Fincher, uma vez que nesta primeira parte dediquei-me mais a criticar os preconceitos da entidade responsável pela premiação.

Abraço (sem rancor no coração) a todos!!!

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.