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Sessão Nostalgia – parte 2 : "A Primeira Noite de um Homem" (1967)

fevereiro 27, 2009 Deixe um comentário
O ano era 2006,ou o final de 2006.Lembra daquela lista que a AFI fez em 1997 elegendo os cem melhores filmes norte americanos?Bem,”A Primeira Noite de um Homem” estava em sétimo lugar,e sem assistir o filme,Ricardo falava mal dele,não apenas mal,mas muito mal,ridicularizava,era inaceitável uma comediazinha romantica ocupar tal posição (oh época que se seguia as listas hein?).

Dizem que filmes bons em TV aberta passa apenas de madrugada,e em dezembro de 2006 passava na Globo,eu preferi virar para o canto e dormir,mesmo estando e férias.Em janeiro de 2007 acabei alugando o filme,apenas para quase completar de ver o TOP 10 da AFI (ainda faltava Lawrence da Arábia).Bem,digo aqui que nunca em minha vida eu estive tão enganado a respeito de um filme como estive em “A Primeira Noite de um Homem”

Em 1967 o filme de Nichols provava de uma vez por todas que comédia romântica não é sinônimo de filmes banais e que assusntos como adultério,envolvimento com pessoas mais jovens e busca pela liberdade poderia ser colocado com um humor afiado e não crítico,e ainda fazendo rir…bem antes de Meg Ryan banalizar as comédias românticas com suas porcarias,Nichols faz um oposto de seu filme anterior “Quem tem Medo de Virginia Woolf?” e cria um ambiente leve,porém Nichols também faz igual ao seu filme anterior e arranca ótimas atuações do elencoBenjamin é um persongame singular,talvez o mérito não tenha sido de Dustin Hoffman,em inicio de carreira,que se saira mal nos testes,mas mesmo assim fez o filme,ou talvez tenha sido…mas o persongem tem uma tragetória magnífica durante todo o filme.Indo do garoto sufucado pelos pais e a sociedade,proucupado e ansioso por um futuro incerto,passando pelo jovem que aprendeu a viver de verdade,com a ajuda da inesquecível Senhora Robinson (e suas maravilhosas pernas),ele muda o penteado de cabelo,aprende a fumar,começa uma vida só a diversão,confronta os pais e muda sua rotina e chegando ao louco apaixonado que finalmente acha um objetivo na vida…objetivo com nome e sobrenome: Elaine Robinson.Ao contrário do que se pensaria,Ben é sim um personagem complexo,o desenvolvimento dele acontece de maneira tão sutil que aos menos atento passaria despercebido

“A Primeira Noite de um Homem” conta com algo impressionante,diria uma das 20 melhores direções que o cinema já viu em sua história. Mike Nichols se apresenta como gênio em criar sua estória,ele aplica sua experiência com o teatro adquirida pelos anos de carreira e sua experiência com o cinema adquirida em seu primeiro filme,”Quem tem Medo de Virginia Woolf?” e cria algo original,revolucionário e novo. Os movimentos de câmera são fantásticos,Nichols a posiciona nos lugares mais inusitados e diferentes,pega os ângulos mais inacreditáveis de seus personagens e faz movimentos muito interessantes,e o melhor,nenhum posicionamento de câmera está lá apenas por estar,todos tem sua finalidade diferente,a exemplo de quando Ben vê Senhora Robinson nua no quarto,ele vira a cara,o rosto dela não é mostrado,então em rápidos movimentos mostra partes do corpo dela,como se Ben olhasse se rapidamente se lembrasse do proibido,outra posição é quando Ben está na roupa de mergulho e se percebe ali toda a limitação do persongem,ele não houve e não vi muito mais do que aquilo,apenas obdece (e depois dessa cena ele decide proucurar Senhora Robinson),cena fantástico se da quando Ben vê que perdeu Elaine e a câmera começa a se afastar da Senhora Robinson.Nichols foi magnífico,e engana-se quem acha que ele foi apenas um diretor técnico,o principal responsável por impedir que os personagens caiam em caricaturas foi ele,e quando o roteiro,mesmo com todos os diálogos afiados,ameaça desandar e a personagem mais incrível do filme é esquecida,é Nichols quem segura toda a sua obra prima

Chegamos a personagem mais incrível do filme,seria clichê começar a resenha falando dela,o ícone máximo e uma das melhores coisas que “A Primeira Noite de um Homem” deixou para o cinema,me refiro a uma das maiores personagens,a inesquecível Senhora Robinson.Anne Bancroft e Mike Nichols junto construiram uma das melhores vilãs que o cinema já viu,e diria sem exagero que os pontos mais altos do filme é quando a sensual mulher está presente.É Senhora Robinson sim,ela não tem um primeiro nome e nem faz questão de revelar,a mulher casada que seduz Ben de maneiras incríveis
“Senhora Robinson,está tentando me seduzir?”
“Não tinha pensado nisso”

Os melhores diálogos estão com ela e ela responsável pelas duas mudanças que acontece na vida do nosso protagonista,é ela que mostra um mundo mais sexo e drogas,ela o seduz em cenas hilárias e diálogos inesqueciveis,como na primeira vez de Ben
“- Você não está esquecendo de nada?”
“-Eu queria falar que estou gostando de tudo isso e…”
“-Ben,eu me referia ao número do quarto”
Ben entra no quarto e o arruma de maneira discreta.Ela entra e acende a luz,e quando ele a beija,ela solta uma baforada de fumaça…cenas assim constroem o humor de “A Primeira Noite de um Homem” e fazem da Senhora Robinson um ícone do cinema.A mulher que fuma um cigarro atras do outro: liberdade!!!E se Benjamim tem a segunda mudança em sua vida,onde decide levar a sério o relacionamento com a filha da Senhora Robinson,ela se mostra “bem desagradável” e é muda novamente a vida dele. Ela é na verdade a estrela do filme

Tão protagonista quanto a Senhora Robinson são as músicas cativantes que tocam ao longo do filme,dando um toque especial para o mesmo.”A Primeira Noite de um Homem” não marcou apenas o cinema,mas como também minha vida,é fabuloso,engraçado,foge do simplório e criou verdadeiros ícones e referências,um filme obrigatório

Crítica – A Primeira Noite de um Homem

dezembro 31, 2007 2 comentários

Comédias Românticas definitivamente não me atraem. Trata-se de um gênero recheado de piadinhas forçadas e de estereótipos. É a típica “estorinha” (no sentido mais pejorativo o possível da palavra) onde a mocinha ama o mocinho que está envolvido com a vilã “duas caras”, mas no final a vilã é “desmascarada” e mocinho e mocinha vivem felizes para sempre. Uma comédia romântica extremamente diferente destas é esta “A Primeira Noite de um Homem” que, apesar de se aprofundar demais em um romance que não tem tanta importância para o resultado final do filme e de iniciar de maneira muito rápida e artificial o romance que realmente importa, conta com um estudo bem amplo de seus personagens, que são para lá de interessantes, além do excelente senso de humor que possui. Um filme que ficou aquém de minhas expectativas, mas ainda assim, uma obra de Arte.

Título Original: The Graduate
Gênero: Comédia Romântica
Tempo de Duração: 105 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1967
Estúdio: Embassy Pictures Corporation
Distribuição: Embassy Pictures Corporation
Direção: Mike Nichols
Roteiro: Calder Willingham e Buck Henry, baseado em livro de Charles Webb
Produção: Mike Nichols e Lawrence Turman
Música: Dave Grusin e Paul Simon
Direção de Fotografia: Robert Surtees
Desenho de Produção: Richard Sylbert
Figurino: Patricia Zipprodt
Edição: Sam O’Steen
Elenco: Dustin Hoffman (Benjamin Braddock), Katharine Ross (Elaine Robinson), Anne Bancroft (Sra. Robinson), William Daniels (Sr. Braddock), Murray Hamilton (Sr. Hamilton), Elizabeth Wilson (Sra. Braddock), Brian Avery (Carl Smith), Walter Brooke (Sr. McGuire), Norman Fell (Sr. McCleery), Alice Ghostley (Sra. Singleman) e Richard Dreyfuss (Hóspede do hotel).

Sinopse: Após se formar na faculdade, Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) retorna para casa. Indeciso quanto ao seu futuro, ele acaba sendo seduzido por uma amiga de meia-idade (Anne Bancroft) de seus pais. Mas na verdade ele está interessado é na filha (Katharine Ross) dela.

The Graduate Trailer

Crítica:

Logo após sair de um avião que acabara de pousar, o lento e desinteressante trajeto realizado por um rapaz através de uma esteira automática é acompanhado pelas magníficas câmeras de “Mike Nichols”. Durante este trajeto, absolutamente nada acontece, a não ser algumas pessoas que passam ao lado do indivíduo cabisbaixo, inexpressivo e cheio de incertezas, sem nem ao menos notarem o sujeito. Aparentemente a cena não tem praticamente nada de interessante, a não ser é claro, a música “The Sound of Silence” e a perfeita direção de “Nichols” conforme já fôra citado. Contudo, é com o passar do tempo que o espectador conclui que tal cena retrata, na realidade, a vida medíocre e insossa do protagonista. Um rapaz cuja existência se resumiu a estudar, consumir bens materiais que não lhe trouxeram nenhuma satisfação pessoal, receber proteção exacerbada por parte dos pais e é claro, conviver em um mundo onde pessoas entram e saem de sua vida, deixando um inconfortável vazio na mesma. São cenas como esta que transformam “A Primeira Noite de um Homem” em uma comédia romântica incrivelmente superior às demais produzidas atualmente. Apesar de não ser um filme perfeito, como é considerado por muitos, o longa brilhantemente dirigido por “Nichols” (uma das melhores e mais revolucionárias direções de todos os tempos, diga-se) apresenta críticas a vários estereótipos encontrados nos anos 60. Temos aqui a retratação de uma sociedade hipócrita onde maridos não dão atenção às esposas por pensarem apenas em negócios, mulheres solitárias que decidem trair seus esposos com a primeira pessoa inocente que aparecer em sua frente e, principalmente, jovens que passam a vida toda sendo pajeados materialmente pelos pais e são lançados ao mercado de trabalho sem ter certeza de nada do que querem. Infelizmente o longa se estende excessivamente ao retratar o inusitado romance do protagonista com a famosíssima Sra. Robinson (Bancroft, sedutora) e inicia de maneira muito artificial o romance entre Ben (Hoffman, perfeito) e Elaine (Ross, linda e meiga).

Avaliação Final: 9,0 na escala de 10,0.