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Archive for the ‘Karen Allen’ Category

Crítica – Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal

Estive pensando em fazer desta pré-crítica de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” uma espécie de editorial sobre algo que me chateou ligeiramente quando assisti a este filme no cinema. Antes de redigir tal editorial, conversei com um amigo meu sobre a pertinência de aprofundar-me em tal assunto ou não e ele comentou: “___ Isso será muito pedantismo de sua parte!”. Pensei uma, duas, três vezes e concluí que, pedantismo ou não, deveria escrever a respeito de uma forma ou de outra. Durante a sessão observei que fui a única pessoa na sala a rir de uma piada que o protagonista faz mencionando o nome do ex-presidente dos Estados Unidos, Dwight Douglas Eisenhower (cujo mandato se iniciou em 1952 e, devido a uma reeleição, se estendeu a 1960), sendo que as demais pessoas ficaram quietas. O problema é que tais pessoas não ficaram quietas por não acharem graça na piada, mas sim pelo fato de nem ao menos saberem quem foi Eisenhower. Pensei comigo: “Hoje pela manhã todos comentavam sobre o jogo da seleção brasileira, mas por que o povo se importa tanto com a seleção brasileira? O que eles ganham com isso?”. E é uma verdadeira lástima que, um povo que se importa tanto com algo tão supérfluo quanto um jogo de futebol não saiba nem ao menos quem foi um dos personagens mais importantes da política estadunidense. Enfim, vamos ao filme, que é o que interessa.

Ficha Técnica:
Título Original: Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
Gênero: Aventura
Tempo de Duração:
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.indianajones.com
Estúdio: Paramount Pictures / Lucasfilm / Santo Domingo Film & Music Video / Amblin Entertainment
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: David Koepp, baseado em estória de George Lucas e Jeff Nathanson e nos personagens criados por George Lucas e Philip Kaufman
Produção: Frank Marshall
Música: John Williams
Fotografia: Janusz Kaminski
Desenho de Produção: Guy Dyas
Direção de Arte: Luke Freeborn, Lawrence A. Hubbs, Mark W. Mansbridge, Lauren E. Polizzi e Troy Sizemore
Figurino: Bernie Pollack e Mary Zophres
Edição: Michael Kahn
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / Gentle Giant Studios
Elenco: Harrison Ford (Indiana Jones), Shia LaBeouf (Mutt Williams), Cate Blanchett (Agente Irina Spalko), Karen Allen (Marion Ravenwood), John Hurt (Prof. Oxley), Ray Winstone (Mac), Jim Broadbent (Dean Stanforth), Ian McDiarmid (Prof. Levi), Igor Jijikine (Dovchenko) e Joel Stoffler (Agente Taylor).

Sinopse: 1957. Indiana Jones (Harrison Ford) e seu ajudante Mac (Ray Winstone) escapam por pouco de um encontro com agentes soviéticos, em um campo de pouso remoto. Agora Indiana está de volta à sua casa na Universidade Marshall, mas seu amigo e reitor da escola, Dean Stanforth (Jim Broadbent), explica que suas ações recentes o tornaram alvo de suspeita e que o governo está pressionando para que o demita. Ao deixar a cidade Indiana conhece o rebelde jovem Mutt Williams (Shia LaBeouf), que tem uma proposta: caso o ajude em uma missão Indiana pode deparar-se com a caveira de cristal de Akator. Agentes soviéticos também estão em busca do artefato, entre eles a fria e bela Irina Spalko (Cate Blanchett), cujo esquadrão de elite está cruzando o globo atrás da Caveira de Cristal.


Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull – Trailer

Crítica:

Após quase duas décadas de espera os fãs da série “Indiana Jones” têm a oportunidade de ir aos cinemas do mundo todo com um sorriso gigantesco no rosto. E tal sorriso pode ser justificado? Aí é que está, depende.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” parece ter sido um filme feito para os fãs, como se fosse mais uma forma de homenagear a trilogia produzida na década de 80 do que de fazer um filme propriamente dito. Sendo curto e grosso, este quarto episódio da saga dirigida por Steven Spielberg deve agradar apenas às pessoas que puderam acompanhar os outros três filmes antecessores e acabaram, de uma forma ou de outra, se identificando com o protagonista da mesma.

A estória não é das melhores e apesar de ser ligeiramente criativa e bem trabalhada, o roteiro parece não se importar em desenvolvê-la de um modo realmente interessante. A mesma apresenta algumas reviravoltas, traz surpresas interessantes, mas descamba de vez ao inserir uma trama alienígena em seu contexto (alienígenas são bem típicos da nerdice de Spielberg).

As seqüências de aventura/ação estão acima da média dos filmes do gênero, mas comparadas aos demais filmes da saga, acabam empalidecendo. É claro que a perseguição automobilística em meio à Floresta Amazônica (e será que alguém poderia informar aos roteiristas que não existem cataratas nesta região do globo terrestre?) é eletrizante, mas não ficará na memória do espectador da mesma forma que outras seqüências da série ficaram. Não temos aqui nada tão marcante quanto uma perseguição em diversos vagões de mina, ou uma perseguição em um caminhão ou até mesmo uma perseguição aérea. O humor do filme também é muito bom, mas é outro quesito que faz muito feio se comparado aos demais episódios da trilogia da década de 80.

Voltando ao roteiro, o mesmo que apresenta uma estória interessante, embora não tão bem desenvolvida, se revela extremamente artificial durante vários de seus momentos, como o forçado romance entre Indiana Jones e Marion Ravenwood (sim, a mocinha do primeiro filme, interpretada pela mesma Karen Allen) que acabam reatando após um longo tempo separados e o grau de parentesco (revelado em meio à trama, de maneira desapropriada e brusca) entre o protagonista e o personagem Mutt Williams (e confesso que achei essa artimanha utilizada pelo roteiro tão artificial quanto a revelação do grau de parentesco entre Luke Skywalker e a princesa Lea no ótimo filme “Star Wars – Episódio VI – O Retorno de Jedi”).

E já que mencionei o personagem Mutt Williams, gostaria de dizer que durante o primeiro ato do filme tal figura é completamente irritante, assim como a composição do ator Shia LaBeouf, mas com o passar do tempo o roteiro vai moldando a estória para que este possa ir se firmando como o protagonista da mesma, mesmo que seja por poucos minutos (e não ficaria muito surpreso se os produtores da franquia lançassem um novo episódio onde o protagonista fosse justamente o personagem de LaBeouf), e o bem da verdade é que o garoto não faz feio, tendo em vista que ele tem melhores condições físicas que Jones para protagonizar certas seqüências de ação.

Finalizando, diria que este “O Reino da Caveira de Cristal” é um bom passatempo analisando-o individualmente, mas como exemplar da série “Indiana Jones” empalidece perante aos seus antecessores.

Avaliação Final: 7,0 na escala de 10,0.

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Crítica – Os Caçadores da Arca Perdida

Ao contrário da grande maioria dos cinéfilos, nunca fui um grande fã da série “Indiana Jones”, nem mesmo durante a minha infância (e olhe que nasci nos anos 80), e mesmo tendo a assistido inúmeras vezes (mais por influência de meu pai do que por vontade própria), jamais consegui me apegar completamente a mesma. Séries como “Guerra Nas Estrelas”, “Superman”, “Batman” (pois é, nunca fui muito fã de HQs, mas em minha infância adorava os filmes destes dois super-heróis em especial) e, principalmente, “007” e “De Volta Para o Futuro” (o terceiro e último episódio desta saga foi o meu filme predileto até eu completar 12 anos em 1.995). Contudo, ao perceber que, como cinéfilo, tinha a obrigação de conferir o quanto antes o quarto episódio da série (“Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”) que acaba de ser lançado nos principais cinemas nacionais, decidi conferir todos os outros três episódios da saga antes de assistir a este mais recente. Ontem, ao conferir o primeiro episódio da saga (“Os Caçadores da Arca Perdida”) pela quarta vez em minha vida, confesso ter tido uma melhor impressão do mesmo do que a que tive quando conferi o mesmo pela terceira vez, há mais de 12 anos atrás, mas ainda assim, continuo achando o longa superestimado, apesar de ótimo.

Ficha Técnica:
Título Original: Raiders Of The Lost Ark
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 115 minutos
Ano de Lançamento (EUA):
1981
Site Oficial: www.indianajones.com
Estúdio: Paramount Pictures / Lucasfilm Ltd.
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Lawrence Kasdan, baseado em estória de George Lucas e Philip Kaufman
Produção: Frank Marshall
Música: John Williams
Direção de Fotografia: Douglas Slocombe
Desenho de Produção: Norman Reynolds
Direção de Arte: Leslie Dilley
Figurino: Deborah Nadoolman
Edição: Michael Kahn
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic
Elenco: Harrison Ford (Indiana Jones), Karen Allen (Marion Ravenwood), Paul Freeman (Rene Belloq), Ronald Lacey (Toht), John Rhys-Davies (Sallah), Alfred Molina (Sapito), Denholm Elliott (Marcus Brody), Wolf Kahler (Dietrich), Don Fellows (Coronel Musgrove), William Hootkins (Major Eaton), Fred Sorenson (Jock) e Anthony Higgins.

Sinopse: Em 1936, o arqueólogo Indiana Jones (Harrison Ford) é contratado para encontrar a Arca da Aliança, que segundo as escrituras conteria “Os Dez Mandamentos” que Moisés trouxe do Monte Horeb. Mas como a lenda diz que o exército que a possuir será invencível, Indiana Jones terá um adversário de peso na busca pela arca perdida: o próprio Adolf Hitler.


Raiders of the Lost Ark – Trailer

Crítica:

Conforme mencionei na pré-crítica (apenas para frisar, “pré-crítica” é o texto que escrevo no topo de cada artigo que posto, neste caso, por exemplo, a “pré-crítica” está bem acima da figura em que ilustra Jones brigando com o calvo soldado nazista) deste filme, nunca fui um grande fã da série “Indiana Jones”, nem mesmo durante a minha infância. O motivo? Antes de assisti-lo novamente ontem a noite achava difícil dizer, havia algo nos filmes protagonizados por Indiana Jones que simplesmente não me cativavam tanto quanto cativavam os demais fãs.

Quando decidi assistir a toda trilogia pela quarta vez em minha vida, após mais de 12 anos sem conferir nem ao menos uma única cena da mesma, confesso não ter guardado muito entusiasmo para a sessão e com o término da mesma ontem à noite, cheguei à conclusão de que essa minha falta de entusiasmo não era à toa: Indiana Jones, definitivamente, não me cativa de modo algum, mas não há como negar que, ao menos este primeiro episódio, é um ótimo exemplar do Cinema-pipoca.

Durante os seus 115 minutos de projeção, percebi que havia sido introduzido a uma estória interessante, dinâmica, com ótimas seqüências de aventura/ação, reviravoltas convenientemente bem-vindas e uma agradável dose de bom humor, mas mesmo assim senti que faltava algo para considerar este longa uma obra-prima. Conforme havia previamente mencionado, em minha infância não sabia dizer o que realmente me fazia falta neste filme, mas agora posso fazê-lo com muito mais segurança e sem medo de errar: o maior problema com a saga “Indiana Jones” é o próprio Indiana Jones.

Não, em momento algum disse que o personagem é desinteressante ou que a atuação de Harrison Ford atrapalha o desenvolvimento do protagonista, muito pelo contrário, Ford emprega ao personagem uma expressividade e um carisma fora do comum, apesar de sua voz ser mono tônica demais durante certos momentos da película onde precisaria se empregar outros tons de voz (como, por exemplo, a seqüência em que ele comenta com um amigo que uma pessoa a qual estimava muito (cujo nome não revelarei por razões óbvias) havia morrido, cena esta onde o ator deveria ter empregado um tom de voz bem mais melancólico e depressivo do que o que fôra por ele empregado). O que almejei dizer com tal afirmação é que o roteiro nos apresenta ao personagem de uma maneira muito brusca (assim como a grande maioria dos filmes de Spielberg o fazem).

O longa mal tem início e já vemos Jones em ação, no entanto, nada sabemos de seu passado, nada sabemos dos motivos pelo qual escolheu aquele estilo de vida, nada sabemos do cidadão Indy Jones Jr. A única coisa que sabemos é que estamos diante de um pacato professor de arqueologia (infelizmente, este lado “pacato” do protagonista é explorado de maneira deveras supérflua pelo roteiro) que põe seus conhecimentos em prática quando necessário (e cá entre nós, como o roteiro explica o fato de um professor universitário poder ausentar-se das aulas durante tanto tempo enquanto mergulha de cabeça em uma aventura cujo prazo de duração é indefinido?).

Mas mesmo contando com um protagonista que deveria ter sido desenvolvido com muito mais carinho pelo roteiro, “Os Caçadores da Arca Perdida” acaba se revelando um excelente passatempo, sua trilha-sonora é fantástica e a edição é extremamente competente, conferindo muito ritmo a um filme que, como poucos, se mostra capaz de segurar o espectador do início ao fim, sem aborrecer o mesmo.

Avaliação Final: 8,0 na escala de 10,0.

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