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Archive for the ‘Guerra’ Category

Glória Feita de Sangue – ***** de *****

Já fazia muito tempo, muito tempo mesmo, que eu não escrevia sobre um filme do mestre Stanley Kubrick (o maior ícone da história do Cinema, a meu ver) aqui no Cine-Phylum (a última vez foi quando comentei sobre o excelentíssimo “Barry Lyndon”), logo, decidi que era hora de voltar a faze-lo. Iria optar por escrever sobre “2001 – Uma Odisséia no Espaço” ou “Laranja Mecânica”, mas a verdade é que o meu fanatismo por ambos os filmes é tão gigantesco que conclui ser impossível exprimir a minha opinião em menos de 3.000 palavras de texto. Decidi então que o correto seria escrever sobre uma das poucas obras do diretor a que ainda não havia assistido. Meu dedo apontou para este “Glória Feita de Sangue” que, já de cara, revelou-se o meu terceiro ‘Kubrick’ predileto, conforme poderemos ver na crítica logo mais abaixo.

Ficha Técnica:

Título Original: Paths of Glory.

Gênero: Guerra.
Tempo de Duração: 87 minutos.

Ano de Lançamento: 1957.

País de Origem: Estados Unidos da América.

Direção: Stanley Kubrick.

Roteiro: Stanley Kubrick, Jim Thompson e Calder Willingham, baseado em livro de Humphrey Cobb.

Elenco: Kirk Douglas (Coronel Dax), Ralph Meeker (Phillip Paris), Adolphe Menjou (General George Broulard), George Macready (General Paul Mireau), Bert Freed (Sargento Boulanger), Kem Dibbs (Recruta Lejeune), Timothy Carey (Recruta Maurice Ferol), Wayne Morris (Tenente Roget), Richard Anderson (Major Saint-Auban), Joe Turkel (Recruta Pierre Arnaud), Peter Capell (Juiz da Corte Marcial) e Emile Meyer (Padre Dupree).

Sinopse: Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, Mireau (George Meeker), um general francês, ordena um ataque suicida e como nem todos os seus soldados puderam se lançar ao ataque ele exige que sua artilharia ataque as próprias trincheiras. Mas não é obedecido neste pedido absurdo, então resolve pedir o julgamento e a execução de todo o regimento por se comportar covardemente no campo de batalha e assim justificar o fracasso de sua estratégia militar. Depois concorda que sejam cem soldados e finalmente é decido que três soldados serão escolhidos para servirem de exemplo, mas o coronel Dax (Kirk Douglas) não concorda e decide interceder de todas as formas para tentar suspender esta insana decisão.


Fonte Sinopse: Adoro Cinema.


Paths of Glory – Trailer:


Crítica:


Qual é o real valor da glória? Pode ser tido como palatável o sacrifício de inúmeros homens em nome da glória de um só? Quantas vidas justificam a aquisição de uma estrela condecorativa? Até onde a vaidade de um único homem pode ir para conseguir marcar o seu nome na história de uma nação? É pertinente que, para tal, o mesmo se veja no direito de incumbir um grupo de militares a realizar uma missão que, na melhor das hipóteses, irá resultar na perda de mais da metade do batalhão?


Indagações como as supracitadas cruzam as nossas mentes a todo o instante enquanto assistimos à primeira parte de “Glória Feita de Sangue”, o sexto filme de Stanley Kubrick e o terceiro de sua carreira a ter o respaldo e o prestígio da crítica internacional. Até onde a ganância de um homem pode ir? Quantos patriarcas devem deixar as suas famílias desamparadas a fim de sustentar a vaidade de uma minoria? Qual é o limite da glória (se é que existe algum limite para a mesma)?


Todavia, o mais curioso desta etapa inicial de “Glória Feita de Sangue” reside na maleabilidade do roteiro em tornar compatível a trama diegética com os nossos respectivos cotidianos. Assim como estamos acostumados a presenciar em nossas vidas profissionais, percebemos que em um batalhão militar há também as costumeiras injustiças cometidas por pessoas que não conseguem distinguir o lado pessoal do lado profissional. Da mesma forma que nos empregos convencionais temos de lidar com bajuladores, colegas falsos e hipócritas, picuinhas, e superiores que prejudicam os seus subordinados pelo simples fato de nutrirem alguma intriga pessoal para com os mesmos, os recrutas de um batalhão parecem enfrentar as mesmíssimas situações, mas com uma grande diferença: aqui, se por algum motivo você não agradar a um superior, a pena máxima não é uma reles demissão, mas sim a morte da maneira mais direta o possível.


E não bastasse o filme abordar tantas questões primordiais, ele ainda consegue a façanha de ir além. Novamente passamos a tecer analogias em cima das experiências vivenciadas por soldados quando nos vemos diante de um tribunal militar. É fato que alguém deve ser julgado e condenado pelo previsível insucesso de uma missão, mas quem? A pessoa que organizou esta missão? Oras, quantas vezes você já viu o seu chefe ser responsabilizado pelo fracasso em uma tarefa? Pois é, a culpa sempre cai sobre o mais fraco e em “Glória Feita de Sangue” a estória não poderia acontecer de outra maneira.


É justamente quando percebemos que três humildes soldados deverão responder pela pena máxima imposta através de corte marcial, que o filme atinge o seu ápice. A obra, que aparentava não conseguir ser melhor do que já estava sendo durante a sua primeira metade, passa a ganhar um tratamento ainda mais primoroso. Não só o Coronel Dax (magistralmente encarnado por um Kirk Douglas frio e desesperançoso) ganha destaque aqui (conforme vinha acontecendo até então), como também os recrutas Lejeune (Kem Dibbs) e Maurice (Timothy Carey, na melhor atuação do filme) e o Sargento Boulanger (Bert Freed).


Acompanhar de perto a angústia dos três condenados é algo ainda mais fascinante do que assistirmos à explosiva batalha travada no início do longa ou testemunharmos às injustiças pelas quais os recrutas passam. À medida que vemos aqueles três pobres homens pagando por um erro que não cometeram, vários sentimentos passam a nos atormentar: bem como a agonia, a injustiça, a compaixão e a pena pelos mesmos, mas ainda assim, nenhum destes sentimentos martela tanto as nossas mentes quanto a indignação que passamos pela hipocrisia e desonestidade que somos obrigados a tomar parte naquela exata ocasião.


Como deixarmos de partilhar também com os sentimentos de Dax, que utiliza-se de todas as atribuições legais o possível para fazer justiça e impedir que os companheiros percam as suas vidas, mas percebe que, quanto mais rápido passa o tempo, menos chances terá de derrotar o sistema interno criado pelo próprio general, que parece ser extremamente desconexo com as regras gerais adotadas no país? A estória avança, Dax entra em profunda angustia ao notar a sua própria incapacidade, os condenados passam a questionar as suas vidas e a existência de Deus, a agonia aumenta cada vez mais e, enquanto o filme não tem o seu definitivo desfecho, nós, espectadores, roemos as unhas de tensão e, após o término da sessão, a perturbação não diminui nem um pouco, muito pelo contrário, só aumenta.


Mas é claro que, por mais angustiante que o roteiro de “Glória Feita de Sangue” seja, o filme não teria obtido o mesmo êxito não fosse o trabalho de Stanley Kubrick. Mais do que meramente empregar várias técnicas de direção a fim de tornar o filme mais rico (e aqui ele adota o uso de travellings, close in, close out e muitos outros elementos que enriquecem ainda mais a experiência cinematográfica), o cineasta (que é tido como um dos maiores da história da sétima Arte e é, disparado, o meu predileto), mesmo fazendo uso de uma direção demasiadamente fria como de praxe, confere à obra toda a sensibilidade necessária para que a mesma funcione corretamente bem.


Repare na maneira como Kubrick opta por filmar o julgamento dos recrutas, por exemplo. O diretor cria um plano de modo com que a sala aparente ser enorme e silenciosa, aumentando ainda mais a amargura que a cena, por si só, já nos transmitiria. O modo como Stanley retrata as possíveis últimas horas de vida dos recrutas também é fenomenal e extremamente introspectiva. Francamente, creio que nem mesmo Kurosawa em “Rashomon”, Lumet em “12 Homens e Uma Sentença” e Bergman em “O Sétimo Selo” e “Gritos & Sussurros” se mostraram capazes de fazer um estudo tão depressivo da angustia pré-morte (ou da concreta possibilidade desta) quanto Kubrick o fez neste filme.


Glória Feita de Sangue” é, além de um dos melhores dramas de guerra já feitos, uma obra-prima atemporal e introspectiva que certamente figura entre os mais importantes filmes já feitos para o Cinema.


Duas décadas e meia mais tarde, Stanley Kubrick voltaria a flertar com o gênero guerra no clássico “Nascido Para Matar”, mas não restam dúvidas de que o peso dramático inserido naquele filme não chega aos pés desta obra-prima magistral lançada comercialmente em 1.957.


Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.

Operação Valquíria – *** de *****

Primeiramente, gostaria de parabenizar a Prefeitura Municipal de Jahu (cidade onde resido) pela política cultural adotada recentemente: a de disponibilizar entrada franca em seu Cine Municipal. Se por um lado o povo jauense não tem acesso imediato à grande maioria dos filmes que estréiam nos grandes centros, por outro lado pode adquirir cultura gratuitamente.
Em segundo lugar, pretendia assistir a “Operação Valquíria” antes, mas me vi impossibilitado de o fazer na ocasião, me vendo na obrigação de conferí-lo apenas quando o mesmo fosse lançado em DVD. Felizmente o longa estrelado por Tom Cruise entrou no circuito do Cinema Municipal Jauense ainda hoje e me vi capaz de assistí-lo antes mesmo de ser lançado em vídeo.
O quê? Ah sim, o filme… bem, é assistível, mas deixa a desejar.
Não me estenderei muito e serei bastante objetivo, até mesmo porque já existem inúmeras críticas do mesmo e a minha opinião é gritantemente parecida com a da grande maioria dos demais críticos brasileiros, logo, não acrescentaria muita coisa ao filme.

De qualquer forma, gostaria de deixar registrada a minha opinião aqui:

Como thriller, “Operação Valquíria” funciona muito bem, ainda que aparente mais ser uma releitura de “Missão Impossível” (no que diz respeito ao segundo ato da obra) adaptada aos tempos da Segunda Grande Guerra do que qualquer outra coisa. O filme se mostra bastante tenso e, por mais que siga o mesmo caminho que muitas obras do gênero também seguem, não deixa de ser bastante interessante e cativante.
Como objeto de estudo histórico, “Operação Valquíria” comete terríveis falhas. A estória foi visivelmente deturpada a fim de criar um gancho dramático maior, estabelecendo assim um flerte mais, digamos, cativante com o espectador, mas a tentativa de elevar o Coronel Claus Von Stauffenberg ao status de herói é execrável. O longa ainda faz questão de ocultar o anti-semitismo característico do personagem de Tom Cruise, que também foi um dos grandes responsáveis pela invasão da Polônia.
Não bastasse isso, o longa é também artisticamente falho. Os motivos que levam o protagonista a iniciar uma campanha anti-Hitler não convencem em momento algum. O grande responsável por isso é Bryan Singer que, na utilização de uma direção excessivamente fria, não se vê capaz de conferir ao protagonista um desenvolvimento sensível, capaz de nos cativar com a sua causa logo de início.
A péssima atuação de Tom Cruise também se mostra um ponto fraquíssimo para o resultado final da obra.
Suas qualidades ficam por conta mesmo da original e interessante premissa e da proposta inicial, que é parcialmente cumprida (na tentativa de realizar um ótimo thriller com importantes pinceladas históricas, Singer acaba realizando apenas um ótimo thriller, e nada mais).

Avaliação Final: 6,0 na escala de 10,0.

Valsa Com Bashir – **** de *****

março 5, 2009 2 comentários
Outro filme do Oscar que não tinha tido tempo de assistir até então. Contudo, “Valsa com Bashir” faz parte do ciclo de filmes “undergrounds” que passaram pelo Teatro Kodak, contudo, este continha algo em especial: era uma animação que vinha como a grande favorita para a conquista do Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A derrota do mesmo foi o acontecimento mais inesperado da noite. Muitos (inclusive o Radamés (que vez ou outra posta alguma coisa por aqui) e eu) apontaram a crise no Oriente Médio como a principal agravante, outros já apontaram o fato do filme “The Class” estar ganhando muito ritmo e, na disputa de votos com “…Bashir”, ambos acabaram abrindo espaço para “Departures” faturar o prêmio. Há quem diga também que o preconceito da Academia para com os gêneros: animação e documentários, prevaleceu, e por isso o filme israelense ficou de mãos abanando. Enfim, não assisti aos demais filmes que concorriam a essa categoria, mas digo sem medo de errar foi um ótimo filme e se revelou melhor do que a grande maioria dos filmes que concorreram a quaisquer outras categorias no Oscar.

Crítica:

Muito provavelmente a “carta na manga” de “Valsa Com Bashir” seja o fato desta ser uma produção israelense que critica a própria política israelense. Quando acompanhamos o noticiário, por mais imparcial que este tente ser, sempre assistimos a matérias que apontem o povo do Estado de Israel como os “mocinhos” da estória. Eles são judeus e por isso são perseguidos, por isso são esnobados pelos países árabes, por isso estão sempre envolvidos em conflito bélicos. Isso é o que muitas pessoas pensam sobre Israel: eles também estão errados, mas os outros, ah, os outros estão muito mais. Tanto é que a própria Terra do Tio Sam, juntamente com outros países ocidentais e organizações como a Freedom House, oferecem apoio direto a Israel. Tendo em vista tudo o que mencionei no parágrafo acima, não restam dúvidas de que assistir a uma produção que vá de encontro às opiniões da grande maioria da população mundial é, na pior das hipóteses, interessante, não? Melhor ainda é ver que esta mesma produção é proveniente do berço de tais discussões. Aí, o filme torna-se imperdível. E é isso mesmo o que “…Bashir” é, um filme imperdível.

Polêmica, cruel e realista, a animação deve ser conferida por todos, sobretudo atualmente, onde o Oriente Médio passa por uma complicadíssima crise diplomática. Só isso já faria com que “…Bashir” valesse uma bela de uma espiada. A direção de Ari Folman, por sua vez, consegue reduzir ainda mais os empecilhos entre o espectador e o valor do ingresso. Cada centavo gasto para assistir ao longa israelense é válido, e não apenas pelos motivos que supracitei, mas também pelo modo como o diretor “brinca” com a câmera. Logo na sequência de abertura do filme, vemos o mesmo realizar “close outs” de uma cidade suja. Em seguida, dezenas de cachorros saem de uma rua congruente à que a câmera está posicionada e começam a correr acompanhando a mesma, que filma magistralmente as expressões raivosas dos animais. A cena é muito bem dirigida e Folman já de cara nos dá uma amostra do que viria fazer mais para a frente.

A cena se encerra, descobrimos que tudo aquilo era, na verdade, um sonho do protagonista. Em seguida nos é revelado que o mesmo era um ex-combatente do exército israelense e, a fim de curar este trauma, procura um amigo, que também já servira às forças armadas de Israel e agora é cineasta (e, por sinal, este amigo é o próprio diretor e roteirista do filme: Ari Folman). O amigo aconselha que o protagonista Ron Ben-Yishai procure algumas outras pessoas que combateram ao seu lado e peça os relatos das mesmas, a fim de esclarecer mais a sua memória, uma vez que, inexplicavelmente, Yishai esqueceu-se de muitas lembranças que tinha da guerra.

O filme então torna-se deveras atraente e passa a alternar entre passado e presente. Conforme Yishai vai entrevistando os seus ex-colegas, ele vai reconstruindo em sua mente aquele período terrível de sua vida. Algumas subtramas extremamente interessantes vão sendo relatadas, como a cena em que o sobrevivente de um conflito no Líbano se vê obrigado a nadar vários quilômetros para escapar com vida, ou a própria sequência que dá título ao filme, quando um personagem pega uma metralhadora e começa a disparar tiros para todos os lados, rodopiando em ângulos de trezentos e sessenta graus, dando a impressão de estar dançando uma valsa bem em frente a um gigantesco pôster de Bashir Gemayel (mais adiante realizarei um breve comentário sobre o mesmo). Outra sequência que merece ser comentada neste parágrafo é uma perto do início, quando soldados, dentro de tanques de guerra, passam a disparar tiros para todos os lados, mesmo não havendo inimigos para serem atingidos. Eis que um sujeito questiona “___ Por que você não está atirando? Comece a atirar!” e o outro pergunta: “___ Atirar em quem?”, “___ Não sei, apenas atire!”, responde o interlocutor. É a neurose das guerras tomando conta de seus participantes ativos.

E quanto a Bashir Gemayel? Quem seria ele? O filme peca por não explorar mais o personagem que lhe deu o título, bem como peca por não explorar os fatores que levaram Israel a interferir na Guerra Civil Libanesa. Bashir foi um dos mais renomados e importantes comandantes das Falanges Libanesas (e isso podemos constatar em uma das poucas cenas do filme que realmente exploram-no, quando um soldado israelense diz: “___ Ele representava para eles (os Falangistas) o quê David Bowie representava para mim”). Se elegeu presidente do Líbano em 1.982 (um ano antes de meu nascimento), apoiado pelo Estado de Israel, mas fora morto em um atentado terrorista palestino antes mesmo de assumir o cargo. O resultado? Um massacre total por parte do exército israelense, com o auxílio dos Falangistas (até então liderados por Bashir Gemayel) em cima dos palestinos. Aproximadamente 3.500 pessoas faleceram, sendo a maioria, como não poderia deixar de ser, pessoas inocentes. O longa, por sua vez, consegue captar toda a crueldade presente naquele massacre, e não há como negar que este revela-se o clímax do mesmo.

É estranho, no entanto, que o filme encontre as suas maiores falhas logo em sua segunda metade, que é justamente quando encontra os seus maiores acertos. Se é nessa parte do longa que podemos conferir o supracitado massacre e uma entrevista para lá de polêmica onde um dos entrevistados afirmam que Ariel Sharon tinha ciência do massacre e não se incomodou muito com o mesmo, é nela também que o filme imerge de vez em uma estrutura inteiramente documental. O que eu tenho contra documentários? Nada, pelo contrário, os adoro, mas em “… Bashir” a jogada definitivamente não funciona. Em primeiro lugar, do ponto de vista técnico a animação se mostra muito falha nas cenas em que exibem os personagens falando. A movimentação labial destes é extremamente artificial e não convencem. Em segundo lugar, analisando agora do ponto de vista artístico, a carga dramática do filme cai um pouco a partir do momento em que adota a estrutura documental. Um documentário tende sempre a ser bastante realista e, em uma animação, este grau de realismo não consegue ser atingido em sua plenitude. Faltam expressões por parte dos entrevistados que realmente nos cativem, nos convençam de que eles sentem pelo o que realmente aconteceu.

De qualquer forma, “…Bashir” é um ótimo filme (melhor do que 90% das produções lançadas comercialmente em 2008), mas longe de ser intocável como muitos dizem.

Avaliação Final: 8,5 na escala de 10,0.