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Milk – A Voz da Igualdade – ** de *****

fevereiro 14, 2009 Deixe um comentário
Certa vez, o crítico de Cinema do jornal “O Estado de São Paulo”, Luiz Carlos Merten, comentou em seu blog que este “Milk – A Voz da Igualdade” seria “…o filme do qual não gostar poderá ser considerado politicamente incorreto…”. Ele tinha razão. Particularmente, nada tenho contra os homossexuais, até mesmo porque sei que boa parte dos leitores do Cine-Phylum adotam o homossexualismo como orientação sexual. No entanto, também não tenho nada lá muito a favor dos homossexuais. Considero o sexo, ou um simples beijo que seja, ações nojentas. Existe um modo mais repugnante de se transmitir bactérias do que um beijo? E quanto ao sexo então? O que pode ser mais asqueroso que isso? Logo, sou extremamente conservador no que diz respeito a sexo e penso que o mesmo não deve ser praticado nem mesmo como fins reprodutivos (afinal de contas, existe algo mais desumano que colocar um ser humano em um mundo tão repugnante quanto este, sendo que o pobre indivíduo nem ao menos pediu para nascer?). E se o sexo entre heterossexuais, que é tido como o método mais tradicional de se reproduzir, já me causa repulsas, o que dizer então do sexo entre homossexuais, onde órgãos que não foram criados para a cópula carnal são utilizados para tais finalidades? Mas o que isso tudo tem a ver com a crítica de “Milk – A Voz da Igualdade”? Não tem nada a ver, vamos ao texto então.

Ficha Técnica:
Título Original: Milk.
Gênero: Drama.
Ano de Lançamento: 2008.
Site Oficial: http://www.milkthemovie.com/
Nacionalidade: Estados Unidos.
Tempo de Duração: 128 minutos.
Direção: Gus Van Sant.
Roteiro: Dustin Lance Black.
Elenco: Sean Penn (Harvey Milk), Emile Hirsch (Cleve Jones), Josh Brolin (Dan White), Diego Luna (Jack Lira), James Franco (Scott Smith), Alison Pill (Anne Kronenberg), Victor Garber (Prefeito George Moscone), Dennis O’Hare (Senador John Briggs), Joseph Cross (Dick Pabish), Stephen Spinella (Rick Stokes), Lucas Grabeel (Danny Nicoletta), Brandon Boyce (Jim Rivaldo), Howard Rosenman (David Goodstein), Kelvin Yu (Michael Wong), Jeff Koons (Art Agnos) e Cleve Jones (Don Amador).

Sinopse: O filme trata da história real do ativista Harvey Milk (Sean Pean), o primeiro político assumidamente gay a se eleger nos Estados Unidos. Contando com uma plataforma e uma equipe bem diferente das convencionais, Milk irá utilizar o seu poder de oratória para lutar pelos direitos dos homossexuais. Para isso, ele terá que lutar fortemente contra o preconceito e o conservadorismo dos demais políticos.

Milk – Trailer:

Crítica:

Gus Van Sant é um diretor que não me atrai muito. O cineasta é, geralmente, o típico artista que adota a filosofia “mamãe quero ser moderninho.”. A partir daí vemos então diversos filmes que se dizem fugir dos conceitos hollywoodianos mais básicos e que tem (caiu o circunflexo nestes casos, não?) a tola pretensão de se denominar revolucionários. Pois, sinceramente, não considero Van Sant tão revolucionário quanto ele mesmo se julga e muitos de seus maneirismos são empregados apenas para lançar ‘modinha’ e nada mais. Caso o leitor deseje realmente conferir obras recentes revolucionárias, aconselho deixar o superestimado cineasta estadunidense de lado e optar pelo dinamarquês Lars Von Trier (que assinou a direção de “Dogville”, “Manderlay”, “Dançando no Escuro” e muitos outros), Thomas Vinterberg e os demais cineastas pertencentes ao movimento Dogma 95 (pesquise algo a respeito, pode ser no Wikipedia mesmo, vale muito a pena).

Em “Milk – A Voz da Igualdade”, Van Sant felizmente deixa alguns maneirismos de lado e realiza uma direção mais sutil e interessante. Aliás, logo de cara percebemos que o seu trabalho é uma das maiores qualidades do filme. O diretor realiza vários movimentos excelentes, adotando ‘travelings’ e ‘closes’ de um modo bastante conveniente. Mas a grande “sacada” de sua direção está em mesclar constantemente dois tipos de câmeras: uma que parece gravar normalmente, como estamos acostumados a ver no Cinema, e outra que aparenta estar gravando em tempo real. O seu trabalho é bastante eficaz e sua indicação a Melhor Diretor é justa, mas a vitória deve ser de Danny Boyle, se é que há justiça neste mundo.

Outra indicação bastante justa foi a de Sean Penn como Melhor Ator. Longe de adotar o estereotipo do homossexual à lá “Zorra Total”, ou seja, a bicha louca que veste rosa e dá gritinhos histéricos a todo o instante, Penn encarna o seu personagem apenas como um homem afeminado que gosta de outros homens, nada além disso. As caras e bocas utilizadas pelo ator que venceu o Oscar por “Sobre Meninos e Lobos” são muito bem empregadas e transformam o seu personagem em um sujeito muito mais verossímil. A propósito, o roteiro está de parabéns no que diz respeito à abordagem de seu protagonista.

Entretanto, o mesmo roteiro que acerta em cheio na composição de Harvey Milk comete erros gritantes ao “desenhar” os demais personagens. Quando estes não são retratados na base do estereotipo, como é o caso de Cleve Jones (que é muito bem interpretado por Emile Hirsh, mas o jovem ator se vê obrigado a adotar uma atuação extremamente caricata para compô-lo), são pouco desenvolvidos pelo roteiro, como é o caso de Dan White, um indivíduo extremamente interessante, sobretudo pelos seus conflitos com Milk, mas que acaba sendo abordado de modo pouco convincente. Falando nisso, que ótima atuação a de Josh Brolin, não? A segurança que o ator adota em seu trabalho faz de White um grande destaque no filme, e, certamente, a sua indicação a Melhor Ator Coadjuvante foi mais do que merecida (mas é óbvio que ele não merece derrotar o Coringa de Ledger, pois não chega nem aos pés daquele).

O romance entre Harvey Milk e Scott Smith se revela outro ponto fraquíssimo do longa e adivinhem só de quem é a culpa? Novamente do roteiro que explora o relacionamento de ambos de uma maneira nada satisfatória. Ambos se conhecem do nada e quando percebemos já estão na cama trocando beijos e se lambendo o rosto (eca!). Aliás, tirando o fato de ambos serem homossexuais, desejarem ter uma lojinha em São Francisco e gostarem de transar um com o outro, nada mais tem em comum. Logo, o romance entre Milk e Smith surge como algo tão artificial quanto o relacionamento do casal de protagonistas em uma novela das oito (ou será novela das nove? Enfim, é tudo o mesmo lixo).

O que dizer então da falta de sutileza do longa? Durante muitos momentos, juro que me esqueci de que estava diante de um filme que aborda o preconceito contra os homossexuais e passara a testemunhar um filme que realiza uma ode ao homossexualismo. Sim, pois durante vários momentos reparei que o filme se preocupava muito mais em mostrar casais gays se beijando ou se amando completamente nus (com direito a tapinha na bunda e tudo o mais) do que mostrar a luta destes por direitos iguais. Felizmente, isso ocorre apenas durante cerca de 20% da duração da película (o que já é bastante, sejamos francos), pois no mais, o que vemos é uma minoria lutando pelos seus direitos.

O maior defeito do longa reside, no entanto, em sua estrutura narrativa. Nada original, cativante e exacerbadamente episódica e linear, o longa dá nos entender que é apenas um filme sobre o preconceito e nada mais. Vejam só, Milk conhece um grande amor, o mesmo o incentiva a seguir os seus sonhos, ambos passam a ser descriminados, Milk entra na política para conquistar leis e direitos para ele e os demais homossexuais, Milk sofre a sua primeira derrota, tira dela algumas lições, parte para uma próxima tentativa de se eleger, briga com o seu namorado que diz receber pouco afeto dele (que coisa mais “Sessão da Tarde”, não?) e… bom, deixa para lá, não vou ficar mencionando os demais “episódios” do filme sob pena de revelar a trama inteira.

Resumidamente, “Milk – A Voz da Igualdade” é um filme que conta com uma das melhores direções que o superestimado Gus Van Sant realizou durante toda a sua superestimada carreira. O diretor mostra muita competência neste seu mais novo trabalho e nos brinda com muitos ‘travellings’ e ‘closes’. Sean Penn realiza uma excelente atuação como protagonista da trama e Josh Brolin se mostra extremamente “firme” no papel que lhe foi atribuído. Os demais atores também se saem muito bem, mas é uma pena que seus personagens sejam pouco, ou mal, explorados pelo roteiro. Roteiro este que investe em um romance pouco convincente e apela para uma estrutura narrativa muito convencional e episódica a fim de narrar a vida de seu personagem principal. Não fosse o tema do homossexualismo, o longa certamente seria exibido na “Sessão da Tarde” daqui uns quatro anos. Uma pena, pois a batalha de Milk pela igualdade até que foi interessante, mas merecia ter sido retratada de um modo muito mais artístico do que fora retratada aqui.

Obs.: Há muito tempo não via um candidato tão fraco disputando o Oscar de Melhor Filme. Caso vença, o que eu acho pouco provável, “Milk – A Voz da Igualdade” será, automaticamente, uma das obras cinematográficas mais superestimadas de todos os tempos.
Avaliação Final: 5,0 na escala de 10,0.

Crítica – Speed Racer

Estes dias estive pensando na possibilidade de aumentar meus textos de 25 para aproximadamente 35 linhas, podendo atingir um limite de até 40 linhas. Sinceramente, estava considerando minhas críticas muito curtas e nem sempre era capaz de redigir todas as minhas opiniões em um texto tão pequeno quanto os que escrevia outrora. Por este motivo, decidi estendê-los de uma maneira que não ficassem nem extensos e nem breves demais. Se a experiência dará certo, não sei dizer, só sei que farei o possível para tornar minhas análises ainda mais aprofundadas. Quanto ao filme “Speed Racer”, só tenho a dizer que não me satisfez nem um pouco, muito pelo contrário. No entanto, ao menos desta vez farei o possível para não utilizar os diversos clichês que o mesmo possui como base para os comentários negativos que tecerei contra o mesmo.


Ficha Técnica:
Título Original: Speed Racer
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 135 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.speedracerofilme.com.br
Estúdio: Warner Bros. Pictures / Anarchos Productions / Village Roadshow Pictures / Silver Pictures
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Andy Wachowski e Larry Wachowski
Roteiro: Andy Wachowski e Larry Wachowski, baseado em série de TV criada por Tatsuo Yoshida
Produção: Grant Hill, Joel Silver, Andy Wachowski e Larry Wachowski
Música: Michael Giacchino
Fotografia: David Tattersall
Desenho de Produção: Owen Paterson
Direção de Arte: Hugh Bateup, Marco Bittner Rosser, Stephan O. Gessler, Sebastian T. Krawinkel e Anja Müller
Figurino: Kym Barrett
Edição: Roger Barton e Zach Staenberg
Efeitos Especiais: CIS Hollywood / Evil Eye Pictures / CafeFX / BUF / Industrial Light & Magic / Lola Visual Effects / Digital Domain / Proof / Rainmaker Animation & Visual Effects / Gentle Giant Studios / Halon Entertainment / Rising Sun Pictures / Sony Pictures Imageworks

Elenco: Emile Hirsch (Speed Racer), Nicholas Elia (Speed Racer – jovem), Susan Sarandon (Mãe), Melissa Holroyd (Professora de Speed), Christina Ricci (Trixie), Ariel Winter (Trixie – jovem), Scott Porter (Rex), Kick Gurry (Sparky), Christian Oliver (Snake Oiler), John Goodman (Pops), Mark Zak (Blackjack Benelli), Paulie Litt (Gorducho), Matthew Fox (Corredor X), Nayo Wallace (Minx), Roger Allam (Royalton), Cosma Shiva Hagen (Gennie), Ralph Herforth (Cannonball Taylor), Rain (Taejo Togokhan), Hiroyuki Sanada (Sr. Musha) e Richard Roundtree (Ben Burns).


Sinopse:


Speed Racer (Emile Hirsch) é um jovem extremamente rápido nas pistas de corrida. Nascido para competir, Speed é agressivo, instintivo e destemido ao volante. O único oponente à sua altura é a lembrança de seu falecido irmão, o lendário Rex Racer, o qual idolatrava. Quando Speed dispensa uma lucrativa e tentadora oferta da empresa Royalton Industries isto deixa o dono da companhia, Royalton (Roger Allam), furioso. Logo Speed faz uma importante descoberta: que os resultados de algumas das corridas mais importantes da temporada são pré-determinadas por um grupo de magnatas impiedoso, que manipula os principais corredores para aumentar seus lucros. Com isso a única maneira de Speed salvar os negócios da família é derrotando Royalton em seu próprio jogo. Para tanto ele recebe a ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada, e se junta ao seu antigo rival, o Corredor X (Matthew Fox), para enfrentar o mortal rally, que tirou a vida de seu irmão tempos atrás.


Speed Racer – Trailer

Crítica:

Lamentavelmente, este “Speed Racer” corre o sério risco de ser a válvula propulsora de uma geração de sujeitos imbecis apaixonados por velocidade, assim como “Velozes e Furiosos” também o foi. Não bastasse isso, o roteiro parvo do filme pode ocasionar também o alvorecer de uma geração deveras patética e adoradora de carros tunados e turbinados. Ou talvez não, talvez o novo longa dos irmãos Wachowsky, felizmente, caia no esquecimento e não sirva de influência assim como o patético “Velozes e Furiosos” serviu.

Conforme mencionei na pré-crítica deste filme, evitarei utilizar os inúmeros clichês e estereótipos que o longa possui como base para avaliá-lo negativamente, até mesmo porque, devido aos inúmeros defeitos que esta bomba possui pode-se avacalhar a mesma tranquilamente sem precisar apelar para a falta de originalidade de seu roteiro.

E falando em roteiro, que aeroporto de frivolidades é isto, não? A estória, além de pouco original, beira o ridículo e, devido às inúmeras e desnecessárias explicações que o filme faz questão de realizar, se torna extremamente confusa, por mais incrível que isso possa parecer. Os diálogos extrapolam as margens do piegas e do melodramático, principalmente na cena onde o protagonista justifica os motivos pelo qual rejeita a proposta comercial do vilão do filme.

Por falar, em protagonista e vilão, é lamentável vermos a maneira artificial como ambos são desenvolvidos pelo roteiro. O “mocinho” é o sujeito que tenta ser bom caráter o tempo todo, mas, incongruentemente, demonstra uma total falta de ética enquanto pilota o seu veículo nas pistas. O “vilão” então é mais artificial ainda, sendo o típico empresário inescrupuloso.

Mas nada supera a facilidade que esta porcaria tem para irritar o espectador, principalmente quando opta por pender para o lado da comédia. Repleto de piadinhas sem graça (sobretudo as protagonizadas pelo irmão caçula de Speed Racer: Gorducho, e pelo macaco Zequinha (quem teria sido o imbecil responsável pela tradução dos nomes dos personagens?), uma das duplas mais idiotas de todos os tempos) e diálogos ainda mais ridículos (“Aquilo era um ninja?” ___ Pergunta uma personagem. O outro responde: “___ Estava mais para um não-já!” (a propósito, é bom os “roteiristas” de “A Praça é Nossa” e “Zorra Total” assistirem a este filme e anotarem todas as “piadas” do mesmo, assim quem sabe eles transformam aqueles programas ridículos em algo ainda mais pavoroso).

Contudo, deve-se reconhecer as qualidades do longa (fazer o quê, não é?). Se o roteiro beira o ridículo (salvo no final quando demonstra resquícios de inteligência) e as atuações não convencem nem um pouco, ao menos temos a parte técnica que, sim, é perfeita. A direção de arte constrói carros para lá de magníficos, a fotografia nos apresenta a cenários mirabolantes (preste atenção na beleza plástica que são as pistas de corrida, algo que parece ter saído de um sonho) e os efeitos visuais dão mais ritmo e emoção às corridas devastadoras (que só não são mais devastadoras ainda devido à direção histérica e artificial dos Wachowsky).

Avaliação Final: 4,0 na escala de 10,0.

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Crítica – Na Natureza Selvagem

Completando a minha saga de assistir a filmes cujos protagonistas se revelam altamente subversivos, decidi assistir a este sensacional e recente “Na Natureza Selvagem”. Confesso ser um pouco suspeito para falar de tal filme, pois ele reúne tudo o que mais me chama a atenção em uma obra cinematográfica: um personagem idealista e desregrado a bens mateirias, uma trilha sonora composta e interpretada pelo líder de uma de minhas bandas prediletas (no caso o intérprete é Eddie Vedder, líder da banda Pearl Jam) e ideais niilistas passivos abordados e debatidos de uma maneira raramente vista em Hollywood. Isso sem contar o espírito aventureiro do protagonista, que condiz completamente com a minha personalidade (mesmo sendo sedentário ao extremo, sinto que há um viajante incansável dentro de mim).

Ficha Técnica:
Título Original: Into the Wild
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2007
Site Oficial: http://www.intothewild.com/
Estúdio: Paramount Vantage / Art Linson Productions / River Road Films / Into the Wild
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Sean Penn
Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer
Produção: Art Linson, Sean Penn e William Pohlad
Música: Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder
Fotografia: Eric Gautier
Desenho de Produção: Derek R. Hill
Direção de Arte: Domenic Silvestri
Figurino: Mary Claire Hannan
Edição: Jay Cassidy
Efeitos Especiais: Entity FX
Elenco: Emile Hirsch (Christopher McCandless), Marcia Gay Harden (Billie McCandless), William Hurt (Walt McCandless), Jena Malone (Carine McCandless), Brian Dierker (Rainey), Catherine Keener (Wayne Westerberg), Kristen Stewart (Tracy), Hal Holbrook (Ron Franz), Zach Galifianakis (Kevin), Robin Mathews (Gail Borah), Bryce Walters (Christopher McCandless – 4 anos) e Steven Wiig (Steve Koehler).


Sinopse: Traumatizado com as sérias discussões dos pais por motivos financeiros e completamente indisposto a levar uma vida “normal” como a maioria das pessoas o fazem, Christopher McCandless (Emile Hirsch) abandona toda a vida confortável que possuía e parte em uma viagem rumo ao Alasca, local em que pretende viver o resto de seus dias, longe da civilização e de bens materiais, convivendo unicamente com a natureza selvagem. Baseado em fatos reais.

Into The Wild – Trailer

Into The Wild – Trailer 2


Crítica:

Da mesma forma que considero o magnífico “Clube da Luta” o maior e mais aprofundado estudo sobre o niilismo ativo que o Cinema já produziu, passo a considerar este “Na Natureza Selvagem” o maior e mais aprofundado estudo sobre o niilismo passivo que a sétima Arte já realizou. Baseado na estória real de Christopher McCandless (Emile Hirsch em uma atuação ainda mais impecável que a realizada no ótimo “Alphadog”), o filme conta com um roteiro que se mostra extremamente sublime não só na construção de seu protagonista, como também na construção dos personagens secundários (que são muito numerosos e todos bastante interessantes), na elaboração dos motivos que realmente levaram Chris a cometer tal ato “insano” (se é que se pode alcunhar de insano tal ato) e no desenvolvimento da estória em si, tal como a brilhante decisão de dividi-la em capítulos cujos títulos nos remete à sensação do nascimento e amadurecimento de um novo ser dentro do protagonista. Por exemplo, quando Chris decide dar intróito a este novo estilo de vida que almejou seguir, o capítulo I do filme recebe a alcunha de “Nascimento”, ao passo que, o último capítulo, que é justamente quando o personagem atinge o auge de sua aventura, ou seja, amadurece ao extremo, recebe o título de “Sabedoria”. A estrutura narrativa do filme também é um espetáculo a parte e opta inteligentemente por alternar entre seguir uma seqüência linearmente episódica enquanto narra a estória principal do longa e uma estrutura não-linear quando mostra, através de flashbacks¸ o passado de Chris, realizando um amplo estudo dos motivos que o levou a tomar tais decisões no início de sua vida adulta. A fotografia de “Na Natureza Selvagem” é, disparada, uma das maiores qualidades do longa e é ainda mais engrandecida devido à direção magnífica de Sean Pean. E falando em Pean, o diretor realiza aqui um trabalho digno do Oscar que nem ao menos concorreu, ofertando ao público uma direção ágil, revolucionária e repleta de deeps, horizontals e verticals travelings. O melhor road-movie que já tive a oportunidade de assistir.

Avaliação Final: 10,0 na escala de 10,0.

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