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Archive for the ‘Oscar 2009’ Category

"Meu" Oscar® 2009

março 25, 2009 2 comentários
Passou-se um mês desde a cerimônia do Oscar® 2009 e decidi “brincar” um pouquinho de “Meu Oscar®”. Como vem a ser tal brincadeira? Primeiramente, imagine-me como dono do mundo. Onde você vê claramente edificações, passe a ver destroços e ruínas, sob uma gargalhada “luciferiana” oriunda de um psicopata ultra-niilista que acabara de conquistar o poder supremo da raça humana e está decidido a exterminá-la de uma vez por todas. Imagine um mundo devastado sob minha batuta. Imaginou? Agora imagine como seria a cerimônia do Oscar® sob a minha batuta. Imaginou? Pois imaginou errado. Veja como seria logo mais abaixo (obs.: não deixe de ler as várias observações contidas no final do texto).

PS: Espero que gostem da montagem acima que o Seu Tóinho do boteco da esquina fez para mim, pois caso eu domine o mundo, ele será o meu tesoureiro, e não seria muito inteligente ridicularizar a foto feita pelo tesoureiro do Imperador da Terra.

Melhor Montagem:

* Chris Dickens por Quem Quer Ser um Milionário?

* Lee Smith por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Ayhan Ergürse, Bora Gökşingöl e Nuri Bilge Ceylan por Três Macacos

* Daniel Rezende por Tropa de Elite

* Joel Cox e Gary Roach por A Troca

Melhor Atriz Coadjuvante:

* Viola Davis por Dúvida

* Rosemarie DeWitt por O Casamento de Rachel

* Francis McDermond por Queime Depois de Ler

* Penelope Cruz por Vicky Cristina Barcelona

* Tilda Swinton por O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Ator Coadjuvante:

* Heath Ledger por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Carlo Del Sorbo por Gomorra

* Milhem Cortaz por Tropa de Elite

* Brad Pitt por Queime Depois de Ler

* John Malkovich por A Troca

Melhor Atriz:

* Anne Hathaway por O Casamento de Rachel

* Meryl Streep por Dúvida

* Kate Winslet por O Leitor

* Scarlett Johansson por Vicky Cristina Barcelona

* Angelina Jolie por A Troca

Melhor Ator:

* Wagner Moura por Tropa de Elite

* Mickey Rourke por O Lutador

* Frank Langella por Frost/Nixon

* John Malkovich por Queime Depois de Ler

* Sean Penn por Milk – A Voz da Igualdade

Melhor Roteiro Adaptado:

* Jonathan Nolan e Christopher Nolan por Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Maurizio Braucci, Ugo Chiti, Gianni di Gregorio, Matteo Garrone, Massimo Gaudioso e Roberto Saviano por Gomorra

* David Hare por O Leitor

* Peter Morgan por Frost/Nixon

* John Patrick Shanley por Dúvida

Melhor Roteiro Original:

* Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha por Tropa de Elite

* Ebru Ceylan, Nuri Bilge Ceylan e Ercan Kesal por Três Macacos

* Andrew Stanton por Wall-E

* J. Michael Straczynski por A Troca

* Woody Allen por Vicky Cristina Barcelona

Melhor Diretor:

* Danny Boyle por Quem Quer Ser um Milionário?

* Nuri Bilge Ceylan por Três Macacos

* Darren Aronofsky por O Lutador

* David Fincher por O Curioso Caso de Benjamin Button

* Christopher Nolan por Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhor Filme:

* Tropa de Elite

* Batman – O Cavaleiro das Trevas

* Três Macacos

* Wall-E

* A Troca

Obs. 1: Por mais cruel e ditador que eu seja, não segui os tradicionalismos da Academia e selecionei TODOS os filmes que estrearam nos Estados Unidos no ano de 2008 (e que eu tive a oportunidade de assistir, naturalmente). O que inclui, é claro, o nosso subestimado “Tropa de Elite”, que fora equivocadamente chamado de fascista lá fora, o que o difamou a ponto de nem chegar perto do Oscar que, inquestionavelmente, merecia levar para casa (principalmente em um ano tão pífio para o Cinema como foi este).

Osb. 2: Falando em filmes estrangeiros lançados comercialmente nos EUA em 2008, não sei se o terror espanhol “[REC]” foi lançado por lá no ano passado, mas caso tenha sido, considere-o em terceiro lugar em Melhor Direção, em quarto lugar em Melhor Atriz e em quinto lugar em Melhor Montagem (ou Edição, caso prefira).

Obs. 3: A propósito, já que mencionei acima as possíveis colocações de “[REC]” (caso o mesmo pudesse ser selecionado) em cada categoria, gostaria de mencionar que selecionei os filmes de acordo com a minha ordem de preferência, ou seja, em Melhor Montagem, por exemplo, o Oscar® ficaria com “Quem Quer Ser um Milionário?” (como realmente aconteceu fora do “mundo” deste altista megalomaníaco que vos escreve), o 2° lugar ficaria com “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e o 3°, 4° e 5° ficariam, respectivamente, com “Três Macacos”, “Tropa de Elite” e “A Troca”.

Obs. 4: Está sentindo falta das categorias Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Direção de Arte, Melhores Efeitos Visuais e etc…? Pois é, mas o bem da verdade é que assumo que fui preguiçoso e não queria queimar os poucos neurônios que me restam, portanto, selecionei apenas as categorias que mais me atraem.

Obs. 5: Quer dizer que se formos seguir a lógica do parágrafo acima, podemos concluir que Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Animação não me atraem? De forma alguma, em um mundo manipulado por mim, todos os filmes seriam iguais e mereceriam concorrer a Melhor Filme, sejam eles estrangeiros ou não (tanto que três dentre os cinco indicados não são necessariamente filmes estadunidenses e/ou com personagens em carne e osso), quebrando-se definitivamente paradigmas como as categorias: Melhor Animação e Filme Estrangeiro.

Obs. 6: Antes que alguém me questione, eu respondo. Não assisti a filmes como “Che – O Argentino”, “Che – A Guerrilha”, Nova York, “Sinedoche” e muitas outras produções que estrearam no circuito estadunidense em 2008. Assim sendo, não os considerei nesta “premiação”. É claro que, caso os assista posteriormente e conclua que tais obras são dignas de figurar em tal relação, alterarei a mesma e a postarei aqui no Cine-Phylum.

Obs. 7: Como seria a cerimônia? Bem, os prêmios seriam entregues sem “viadagem” (sem ofensas aos homessexuais) e sem “embramação”. Colocaria Scarlett Johansson e Keira Knightley nuas juntas anunciando os vencedores (sem fírulas, conforme já disse) e, entre um anunciado e outro, faria com que as moças recitassem uma frase escrita por Friedrich Wilhelm Nieztsche. Isso, é claro, antes de ambas aplicarem uma ligeira sessão de sexo oral recíproco. Gostaram do modo como a apresentação se desenrolaria? Não? Azar o seus, porque quem manda, sou eu, e quem questiona, eu mato!

Voltemos ao mundo real agora (tentando, ao menos)!

Um grande abraço a todos!
Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – Comentários Sobre a Premiação

fevereiro 23, 2009 Deixe um comentário
Matarei três coelhos com uma cajadada só aqui neste post: publicarei a lista com os vencedores (‘negritados’) e indicados de cada categoria, contabilizarei meus acertos e erros com relação às previsões que realizei, e comentarei as injustiças cometidas (bem como os acertos, é lógico) pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Vamos lá?


Melhor Filme:
Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
O Leitor
1º acerto meu.

Comentários: há tempos eu dizia que a vitória deste filme seria uma das vitórias mais previsíveis da história do Oscar. “Quem Quer Ser um Milionário?” estava faturando todos os principais prêmios do ano e muito dificilmente deixaria de vencer o Oscar. Francamente, considero o longa filmado na Índia um tanto o quanto superestimado e, nem em meus sonhos mais bizarros, imaginaria ele vencendo oito estatuetas. Mas há o lado bom nisso tudo: a quebra de preconceitos da Academia. Quem, há dez anos atrás, iria imaginar a entidade dando total importância a uma produção rodada em um país completamente subdesenvolvido, rodeado pela pobreza? Quem, há dez anos atrás, iria imaginar que um filme com um elenco completamente desconhecido venceria tantos prêmios? Injusto ou não, merecido ou não, previsível ou não, ao menos a vitória de “… Milionário?” teve a sua importância no que diz respeito à quebra de paradigmas.

Melhor Ator:
Sean Penn – Milk – A Voz da Igualdade
Richard Jenkins – The Visitor
Frank Langella – Frost/Nixon
Brad Pitt – O Curioso Caso de Benjamin Button
Mickey Rourke – O Lutador

1° erro meu.
Comentários: a Academia vem sendo cada vez menos preconceituosa (a ponto de dar o prêmio a um ator que interpreta um homossexual), mas cada vez menos tolerante também. Rourke realizou um trabalho irretocável aqui e incorporou um ex-lutador famoso de maneira impecável, mas ainda assim os votantes não esqueceram da seguinte frase: “___ Seu passado o condena, Rourke!”. Sempre tido como canastrão, o ator ainda não conquistou os votantes a ponto de merecer um prêmio, segundo os membros da Academia. Torcia para ele, senão, para Frank Langella que encarnou Richard Nixon com uma perfeição e naturalidade fora do comum, mas enfim, deu Sean Penn. Injusto? Não, gostei muitíssimo de Sean Penn em “Milk – A Voz da Igualdade”, mas não julgo o trabalho dele digno de tanto merecimento. Não por ele, que repito: fez um ótimo trabalho encarnando Harvey Milk, mas por Rourke e Langella que, de fato, estavam melhor. Pitt e Jenkins também “mandaram” muito bem, mas ficaram longe de merecer faturar este importante prêmio.

Melhor Atriz:
Kate Winslet – O Leitor
Anne Hathaway – O Casamento de Rachel
Angelina Jolie – A Troca
Melissa Leo – Rio Congelado
Meryl Streep – Dúvida

2° acerto meu.

Comentários: a vitória de Kate Winslet foi mais política do que merecimento. Há muito tempo que a celebridade merecia faturar um prêmio e na ansiedade de livrar-se de uma vez por todas de comentários da natureza de: “___ Por que Winslet nunca venceu um Oscar?”, os membros da Academia logo deram o prêmio à eterna Rose do superestimado “Titanic” e livraram-se deste fardo. Winslet fez uma grande atuação em “O Leitor”, não se tenha dúvidas, mas francamente, creio que não conseguiu bater Meryl Streep, Angelina Jolie (tava gostosona no Oscar, hein?) e, principalmente, Anne Hathaway. De uma forma ou de outra, não creio que a sua vitória fora necessariamente injusta, só acredito que o prêmio estaria melhor nas mãos de outras concorrentes. Melissa Leo fez um bom trabalho no ótimo “Rio Congelado”, mas estava longe de merecer esta indicação.
Melhor Ator Coadjuvante:

Heath Ledger – Batman – O Cavaleiro das Trevas
Josh Brolin – Milk – A Voz da Igualdade
Robert Downey Jr. – Trovão Tropical
Philip Seymour Hoffman – Dúvida
Michael Shannon – Foi Apenas Um Sonho

3° acerto meu.
Se alguém duvidasse que Ledger venceria este prêmio, desculpe-me a sinceridade, mas deve parar de “brincar de adivinhar” o Oscar. Barbada, só isso. Mereceu? É claro que sim, foi um Oscar póstumo mais do que merecido, pois o trabalho dele é a segunda maior qualidade de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. A primeira? O personagem de Ledger, é claro. Enfim, não há muito o que comentar, em uma categoria onde o trabalho de todos os indicados foi, no mínimo, muito bom, Ledger se destacou por ser o único a conseguir “roubar” o filme todo para si mesmo.
Melhor Atriz Coadjuvante:

Penelope Cruz – Vicky Cristina Barcelona
Amy Adams – Dúvida
Viola Davis – Dúvida
Taraji P. Henson – O Curioso Caso de Benjamin Button
Marisa Tomei – O Lutador
4° acerto meu.
Comentários: a Academia não iria resistir à tentação de dar, ao menos, um Oscar a “Vicky Cristina Barcelona” (que deveria ter concorrido a Melhor Filme também). Muito menos iria resistir à tentação de dar, ao menos, um Oscar a Penélope Cruz e livrar-se de uma vez por todas dos mesmíssimos comentários que as pessoas faziam acerca de Kate Winslet: “___ Por que Cruz nunca venceu um Oscar?”. Sem contar, é claro, na oportunidade de ver o casal de “Vicky Cristina Barcelona” (Javier Barden e Penélope Cruz) juntos no palco. Um Oscar bastante previsível, quase tão certo quanto a vitória de Ledger. Cruz mereceu? Confesso que preferi o trabalho de Viola Davis em “Dúvida”, mas ainda assim não diria que a sua vitória foi necessariamente injusta. As demais atrizes também encarnaram muito bem os seus respectivos papéis.

Melhor Diretor:
Danny Boyle – Quem Quer ser um Milionário?
David Fincher – O Curioso Caso de Benjamin Button
Ron Howard – Frost/Nixon
Gus Van Sant – Milk – A Voz da Igualdade
Stephen Daldry – O Leitor
5° acerto meu.

Comentários: juro que considero “Quem Quer Ser um Milionário?” um filme apenas “na média”, mas se tem algo que me atraiu bastante nesta superestimada produção foi a direção de Danny Boyle. Revolucionária, certeira, inovadora, criativa. Com todos estes adjetivos, somados ao fato de eu a ter considerado a melhor direção de 2008, será que resta alguma dúvida de que considerei a premiação justíssima? Gostei muito das outras atuações, mas não indicaria Howard e Daldry. Van Sant talvez eu indicasse e Fincher certamente marcaria presença aqui.
Melhor Roteiro Original:

Dustin Lance Black – Milk – A Voz da Igualdade
Courtney Hunt – Rio Congelado
Mike Leigh – Simplesmente Feliz
Martin McDonagh – Na Mira do Chefe
Andrew Stanton – WALL•E

6° acerto meu.

Comentários: “Na Mira do Chefe” ganhou o Bafta? Sim, ganhou. Ganhou outros prêmios importantíssimos? Sim, ganhou. Mas o que é isso tudo perante ao fato de “Milk – A Voz da Igualdade” ter sido indicado a Melhor Filme e “Na Mira do Chefe” não? Apesar de não ser tão previsível quanto outras categorias, a vitória de “Milk…” era mais provável que a vitória de seus demais concorrentes. Foi justa? Sob hipótese alguma. Oras, onde já se viu um roteiro que conta com uma narrativa tão ‘manjada’ e episódica vencer este prêmio? Francamente, julgo o roteiro de “Milk…” o segundo mais fraco dentre os indicados, “perdendo” apenas para “Simplesmente Feliz”, que é péssimo e repugnante. Quanto aos demais, acredito que somente “Wall-E” e “Rio Congelado” (e podem xingar a vontade que eu, com toda a falta de democracia que me é inerente, excluo o comentário, ou então faço outro xingando de volta com palavras muito mais pesadas, assim como fiz com o imbecil que se atreveu a discordar de mim em “Homem de Ferro”) tenham merecido a indicação.

Melhor Roteiro Adaptado:

Quem Quer ser um Milionário?, Simon Beaufoy
O Curioso Caso de Benjamin Button, Eric Roth e Robin Swicord
Dúvida, John Patrick Shanley
Frost/Nixon, Peter Morgan
O Leitor, David Hare

7° acerto meu.

Comentários: creio que raramente um vencedor de Melhor Filme perderia o prêmio de Melhor Roteiro, seja Original ou Adaptado. A vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” nessa categoria era mais do que óbvia. Mereceu? Não. Tanto “Dúvida”, quanto “Frost/Nixon”, quanto, principalmente, “O Leitor” eram bem melhores neste quesito. E “… Benjamin Button”? Já disse mil vezes e torno a repetir, o filme roteirizado por Eric Roth e Robin Swicord é fortíssimo do ponto de vista visual, mas se tem algo que o atrapalha completamente, é o seu fraco roteiro. Não merecia nem ao menos estar concorrendo aqui.

Melhor Filme Estrangeiro:

Departures
Der Baader Meinhof Komplex
The Class
Revanche
Waltz with Bashir

2° erro meu.
Comentários: Oscar também é política (e refiro-me à política no contexto global da palavra), logo, era quase certo que a guerra no Oriente Médio iria atrapalhar o filme israelense, e eu “dormi” no ponto ao não deduzir isso. De toda a forma, um filme que estava ganhando bastante respeito nesta categoria era “The Class”, e sabe-se lá o porquê a Academia optou pelo filme japonês, cujo simples fato de ser indicado já pareceu ser um zebra das grandes. Um prêmio estranho, a única grande surpresa da noite. Foi justo? Admito humildemente que não assisti a nenhum dos indicados, logo, mantenho-me calado aqui.

Melhor Animação:

WALL•E
Bolt – Supercão
Kung Fu Panda

8° acerto meu.

Comentários: “Bolt – Supercão” foi o último filme a que assisti antes da cerimônia e me apaixonei pelo mesmo. Adorei a saga do cãozinho, apesar de suas visíveis falhas. “Kung Fu Panda” assisti pela primeira vez em julho do ano passado, se não me falha a memória, e confesso não ter gostado muito do filme. “Wall-E”, por sua vez, além de contar com um personagem carismático e com uma beleza gráfica incomparável, nos traz uma estória bastante crítica no que diz respeito ao excesso de consumismo do ser humano neste mundo capitalista. Soma-se tudo isto ao apego que a Academia tem pela Pixar, agora Disney-Pixar, e aos outros Oscar a que “Wall-E” foi indicado, incluindo o importantíssimo prêmio de Melhor Roteiro Original, e pronto, não há Annie Awards que mude a cabeça dos votantes.

Melhor Fotografia:
Quem Quer Ser um Milionário?, Anthony Dod Mantle
A Troca, Tom Stern
O Curioso Caso de Benjamin Button, Claudio Miranda
Batman – O Cavaleiro das Trevas, Wally Pfister
O Leitor, Chris Menges e Roger Deakins
9° acerto meu.
Comentários: a Fotografia de “Quem Quer Ser um Milionário?” era, sem dúvidas, a mais ousada e revolucionária de todas (aliás, por que conferir uma parte técnica tão revolucionária a um filme tão convencional em sua parte artística?), o que não quer dizer que fosse, realmente, a melhor. Mencionei em meu texto sobre “… Benjamin Button” que a fotografia de Cláudio Mirando era uma das mais “limpas” que eu já havia visto desde “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”, logo, torci bastante para que ela vencesse. Dentre os demais indicados, todos mereceram a indicação, apesar de “O Leitor” ter utilizado a sua fotografia para dar ênfase demais às cenas de sexo do filme.
Melhor Direção de Arte:

O Curioso Caso de Benjamin Button
A Troca
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho
10° acerto meu.

Comentários: uma coisa era certa: se os membros cedessem Melhor Fotografia à “… Milionário” atribuiriam Melhor Direção de Arte ao seu maior concorrente. Por que? Porque além de o filme estrelado por Brad Pitt ser de uma beleza visual fantástica, e isso inclui até mesmo os cenários do longa, duvido muito que a Academia gostaria de vê-lo sair de mãos abanando da cerimônia, principalmente após ter deixado claro que adorou a parte visual do filme. Prêmio merecido? Sem dúvidas, afinal de contas, é muito difícil recriar várias décadas em um único filme.
Melhor Figurino:

A Duquesa
Austrália
O Curioso Caso de Benjamin Button
Milk – A Voz da Igualdade
Foi Apenas um Sonho
11° acerto meu.
Comentários: queria muito ter o assistido antes da cerimônia e por pouco não fiz. Uma pena, sabia que iria vencer esta categoria e gostaria de poder comentar se merecia ou não. Particularmente, torcia para “… Benjamin Button” pelos mesmos motivos que torci em Melhor Direção de Arte, mas não há como negar que a Academia tende, cada vez mais, tende a conferir este prêmio a épicos sobre romances fúteis, como é o caso de “A Duquesa” neste ano e foi o caso de “Elizabeth – A Era de Ouro” no ano passado.

Melhor Documentário:
Man on Wire
The Betrayal (Nerakhoon)
Encounters at the End of the World
The Garden
Trouble the Water
12° acerto meu.
Comentários: o filme ingles era uma barbada ainda maior do que a vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” em Melhor Filme. “Man on Wire” vinha vencendo os principais prêmios que precediam o Oscar, logo, era de se esperar que saísse com a estatueta na mão. Merecido? Não sei, não assisti a nenhum documentário.
Melhor Documentário em Curta-Metragem:
Smile Pinki
The Final Inch
The Conscience of Nhem En
The Witness – From the Balcony of Room 306
3° erro meu.
Comentários: se “Departures” foi a grande surpresa da noite, este “Smile Pinki” foi a pequena surpresa da mesma. Tomando por base os boatos que tinha ouvido até então, decidi apostar em “The Conscience of Nhem En”, com uma grande impressão de que “The Witness – From the Balcony of Room 306” poderia vencer também. No entanto, nem um, nem outro, a Academia surpreendeu (algo que fez muito pouco durante a noite de ontem) e conferiu a estatueta ao desconhecidíssimo “Smile Pinki”. Não assisti a nenhum dos indicados.

Melhor Montagem:
Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade

13° acerto meu.
Comentários: é realmente a Melhor Montagem e a Academia tem dado, cada vez mais, preferências a filmes que contem com Edição que os tornem dinâmicos e ágeis. Isso aconteceu com “O Ultimato Bourne” no ano passado e não poderia ser diferente com “… Milionário?”. Prêmio mais do que merecido. Dos demais candidatos, não indicaria “Milk…” cuja edição é pavorosa, e nem “Frost/Nixon” que fez um bom trabalho nesta categoria e só.

Melhor Maquiagem:

O Curioso Caso de Benjamin Button, Greg Cannom
Batman – O Cavaleiro das Trevas, John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan
Hellboy II – O Exército Dourado, Mike Elizalde e Thom Floutz
14° acerto meu.

Comentários: é raro vermos a Academia esnobar um filme nesta categoria quando a mesma se torna inerente à sua estória. Imaginou como seria “… Benjamin Button” sem transformar Pitt, um sujeito de meia-idade, em uma uva-passa e ir rejuvenescendo-o cada vez mais, até transforma-lo em um garoto de seus quinze anos? Certamente os votantes levaram isso em conta e conferiram ao filme o merecido prêmio. Quanto aos demais, mereceram a indicação, mas estão longe de chegar aos pés de “… Benjamin Button” nesta categoria.
Melhor Trilha Sonora:

Quem Quer Ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Um Ato de Liberdade
Milk – A Voz da Igualdade
WALL-E

15° acerto meu.
Comentários: é uma trilha-sonora exótica, bem diferente das demais, e isso chamou a atenção da Academia, que parece estar querendo inovar ultimamente (o problema é que está inovando erroneamente, mas ainda assim, não há como negar que está, de fato, inovando). Particularmente, não achei a trilha sonora de “… Milionário?” lá muito excepcional, mas também não a achei tão manipuladora quanto às trilhas de “… Benjamin Button” e “Milk…” (que são belas sim, mas maniqueístas ao extremo). Torci para “Wall-E” que era bem superior às demais (e cadê “Batman – O Cavaleiro das Trevas” nesta categoria? Cadê “O Lutador”?). Não assisti a “Um Ato de Liberdade”, devo faze-lo amanhã, ou depois.

Melhores Efeitos Visuais:

O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
16° acerto meu.
Comentários: assim como a Maquiagem de “… Benjamin Button” é inerente ao desenvolvimento da trama, os Efeitos Visuais do filme também o são, e a Academia adora isso. Logo, vitória merecida para o filme de Eric Roth que não utiliza os Efeitos Visuais para preencher buracos no roteiro, mas sim para tornar a narrativa mais real (se é que há algo de real naquilo).
Melhor Canção Original:

“Jai Ho”, Quem Quer Ser um Milionário?
“Down to Earth”, WALL-E
“O Saya”, Quem Quer Ser um Milionário?

4° erro meu.
Comentários: errei de teimoso, merecia apanhar na bunda. Sabia que “Jai Ho” tinha mais chances, mas ainda assim quis acreditar em “Down to Earth”. Os motivos da vitória de “… Milionário?” em Canção Original são os mesmos motivos do mesmo filme em Trilha Sonora: a Academia está buscando o novo e o exótico. Mereceu? Não, em contrapartida à cativante canção de “Wall-E”, “Jai Ho” é um monte de batuques insuportáveis de serem ouvido. E mais uma vez eu pergunto: cadê “O Lutador” nessa categoria?

Melhor Curta de Animação:

La Maison en Petits Cubes
Lavatory – Lovestory
Oktapodi
Presto
This Way Up

5° erro meu.

Comentários: outro erro que cometo por causa de minha teimosia, e desta vez mereço apanhar na bunda mais uma vez, só que de reio. Amei tanto a animação “Presto” que nem quis saber das chances que esta tinha ou não. Ignorei o fato de que, mesmo sendo favorita, “Presto” estava perdendo muita força é “La Maison em Petits Cubes” estava ganhando cada vez mais fôlego. A Academia deve-o ter premiado pois o curta conta com uma mensagem ambiental e tudo mais, os membros da entidade adoram isso.

Melhor Curta-Metragem:
Spielzeugland (Toyland)
Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
6° erro meu.
Comentários: outra grande pequena surpresa da noite. Desta vez quem merece apanhar na bunda, e de reio, são os votantes. Muito comentava-se sobre o favoritismo de “New Boy”, mas ainda apontavam “The Pig” e “Auf der Strecke” como possíveis vencedores. Venceu o menos provável “Spielzeugland”. Bem, ao menos em algumas categorias a Academia tinha que ser imprevisível, não? Optou pelas categorias menos aclamadas. Qual achei o melhor? Adivinhem só, não assisti a nenhum deles.

Melhor Edição de Som:

Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro
Quem Quer se um Milionário?
WALL-E
O Procurado
7° erro meu.
Comentários: nesta categoria eu tinha que apanhar não apenas nas nádegas como também no resto do corpo e ser apedrejado em seguida. Apostei em “… Milionário?”, mas comentei que tinha uma voz baixa em meu ouvido dizendo: “___ Daniel, seu burro, aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Pois é, levei em conta a vitória de “… Milionário?” no Bafta por Melhor Mixagem de Som e achei que a Academia fosse adotar a opinião dos ingleses para ambas as categorias de som.

Melhor Mixagem de Som:

Quem Quer ser um Milionário?
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
WALL-E
O Procurado

17° acerto meu.
Comentários: pois bem, se a minha lógica em relação ao Bafta falhou em Edição de Som, ao menos ela serviu infalivelmente em Melhor Mixagem de Som. “… Milionário?” é o mais fraco dentre os demais indicados a essa categoria, mas sabe-se lá o porquê venceu? Tem coisas que nem Freud explica (e o que tem a ver Psicanálise com Cinema?).

Vencedores e total de prêmios:

Quem Quer Ser um Milionário? – 8 Oscar (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roterio Adaptado, Melhor Montagem, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Mixagem de Som).
O Curioso Caso de Benjamin Button – 3 Oscar (Melhor Direção de Arte, Melhor Maquiagem, Melhores Efeitos Visuais).
Milk – A Voz da Igualdade – 2 Oscar (Melhor Ator e Melhor Roteiro Original).
Batman – O Cavaleiro das Trevas – 2 Oscar (Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Edição de Som).
O Leitor – 1 Oscar (Melhor Atriz).
Vicky Cristina Barcelona – 1 Oscar (Melhor Atriz Coadjuvante).
Departures – 1 Oscar (Melhor Filme Estrangeiro).
Wall-E – 1 Oscar (Melhor Animação).
A Duquesa – 1 Oscar (Melhor Figurino).
Man on Wire – 1 Oscar (Melhor Documentário).
Spielzeugland (Toyland) – 1 Oscar (Melhor Curta-Metragem).
Smile Pinki – 1 Oscar (Melhor Documentário em Curta-Metragem).
La Maison en Petits Cubes – 1 Oscar (Melhor Curta de Animação).

Total de palpites acertados – 17 (Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro Original, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Documentário, Melhor Animação, Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Trilha Sonora, Melhor Mixagem de Som, Melhores Efeitos Visuais).

Total de palpites errados – 7 (Melhor Ator, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Curta, Melhor Curta de Animação, Melhor Documentário em Curta-Metragem, Melhor Canção Original e Melhor Edição de Som).

Percentual de acertos: 70,8%.

Percentual de erros: 29,2%.

Comentários finais:

Para um ano que eu mesmo julgava ser tão previsível, até que errei bastante. O percentual de 70,8% de acertos foi uma boa média, mas não posso me gabar muito levando em conta a previsibilidade desta 81ª Edição do mais importante prêmio do Cinema.
Contudo, devemos levar em conta que muitos prêmios foram verdadeiramente surpreendentes, como é o caso de Melhor Curta, Melhor Documentário em Curta-Metragem e, principalmente, Melhor Filme Estrangeiro.
Outros prêmios não foram necessariamente surpreendentes, mas sim difíceis de se deduzir, como é o caso de Melhor Ator, onde todos, inclusive este que vos escreve, apostavam em Mickey Rourke e o prêmio acabou caindo nas mãos de Sean Penn e Melhor Edição de Som, pois por mais barulhento que “Batman – O Cavaleiro das Trevas” seja (algo que o tornava provável vencedor), “Quem Quer Ser um Milionário?” estava ganhando tantos prêmios que imaginei que fosse faturar este também, uma vez que venceu um prêmio parecido no Bafta.
Melhor Curta de Animação e Melhor Canção Original errei de teimoso mesmo. Estava na cara que “Jai-Ho” venceria o segundo prêmio citado, mesmo com toda a adoração em cima de “Down to Earth”, e também era óbvio que “La Maison en Petits Cubes” estava ganhando muito mais força que “Presto” ultimamente, além de trazer uma mensagem ambiental em seu contexto, algo que a Academia adora (uma pergunta retórica agora: “Qual vocês acham que foi um dos motivos que fizeram a entidade gostar tanto de “Wall-E” e dar Melhor Animação a ele, além de indicá-lo a Melhor Roteiro Original?”).
Mas se não acertei tantos filmes quanto gostaria, ao menos pude assistir a quase tantos filmes quanto eu realmente adoraria. É claro que, dentre as produções indicadas a Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário, Melhor Curta-Metragem, Melhor Documentário em Curta-Metragem e Melhor Curta de Animação, encontrei dificuldades terríveis em conferi-las, pois moro no interior de São Paulo e estes filmes raramente chegam aqui, mas no que se refere à parte “mainstream” da premiação consegui conferir todas as produções, salvo “A Duquesa” que concorria a Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte (venceu o primeiro) e “Um Ato de Liberdade” que concorria a Melhor Trilha Sonora.

Bem, encerro aqui os meus comentários sobre o Oscar 2009, mais tarde farei um breve (e este será breve mesmo) comentário sobre o Framboesa de Ouro 2009.

Um grande abraço a todos!
Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – Comentários Sobre a Cerimônia

fevereiro 23, 2009 2 comentários
Não disse que esse Oscar seria o mais chato e previsível dos últimos tempos (na verdade, não estou fazendo uma pergunta retórica, eu realmente não me lembro se disse isso ou não)? Pois é, independentemente de ter dito isso ou não, o Oscar 2009 foi uma cerimônia das mais patéticas de todos os tempos.

Em primeiro lugar, o que dizer da escolha de Hugh Jackman como apresentador? Ok, o ator é charmoso e tudo o mais, mas e daí? Charmoso por charmoso chamassem então o Pierce Brosnan. O quê? Ah, Pierce Brosnan não tem “timming” cômico nenhum? De fato, não tem mesmo, do contrário não teria “vencido” o Framboesa de Ouro de Pior Ator Coadjuvante pela comédia “Mamma Mia” (que não tive, e nem quero ter, a oportunidade de assistir), mas quem disse que Hugh Jackman tem “timming” cômico (esta sim, uma pergunta retórica)?

Porém, a culpa não é toda do ator. Afinal de contas, o roteirista do Oscar (que já está no cargo, sabe-se lá o porquê, há vinte anos), cujo nome já nem me lembro e nem faço lá muita questão de me lembrar, não tem capacidade de criar piadas novas e realmente engraçadas. Veja os números musicais, por exemplo. Boa parte deles se dedicaram a citar, do modo mais artificial o possível, o nome dos indicados a Melhor Filme. É claro que fazer uma música envolvendo os títulos das principais obras da noite não consistiria necessariamente um erro (apesar de soar oportunista de um modo ou de outro) caso o compositor tivesse trabalhado as canções de um modo mais sutil, coisa que ele não faz. Logo, sobra para Jackman tentar emendar os “buracos” deixado pelo fraco roteiro com uma infinidade de piadinhas insossas e números musicais bregas, conforme podemos conferir mais abaixo.

O que dizer então do homenageado da noite? Ao invés de homenagearem Paul Newman, falecido a pouco, homenageiam um dos humoristas que mais me causam repulsas. Refiro-me a Jerry Lewis. Ok, humor é algo muito pessoal, é difícil você encontrar duas pessoas que achem graça na mesma piada. Por exemplo, quando disse ao Radamés (co-editor daqui do Cine-Phylum), enquanto assistia à transmissão, que achava Lewis péssimo ele se revoltou, disse que o cara é um gênio, um ícone, e que ninguém fazia/faz humor pastelão como ele faz (e quanto a Grourcho Marx, Radamés?). Em seguida mencionei: “não vejo graça nele!” e ele emendou sucintamente: “disse bem: VOCÊ não vê graça nele!”. Francamente, não sou só eu. Conheço, ao menos, umas cento e quinze pessoas, além de mim, que não vem (sem circunflexo?) a menor graça nele. Dentre estas pessoas encontram-se, é claro, intelectuais e cinéfilos de verdade.

Lewis era um fracassado, seu humor era patético, ridículo e conseguia a façanha de ser inferior ao de Jim Carrey. Ao menos Carrey consegue ser sem graça sozinho, já Lewis, para ser apenas sem graça, dependia completamente de Dean Martin. Quando separou-se do mesmo, o “comediante” (gargalhadas) deixou de ser apenas sem graça e passou a ser realmente insuportável.

Creio que a cerimônia, ao invés de perder tempo com imbecis e fracassados que fariam um grande favor à humanidade caso tivessem falecido por falta de ar durante o próprio parto, deveria ter homenageado Paul Newman, que nos deixou ano passado e tem uma importância muito maior ao Cinema. Ou já que era para se homenagear um humorista, que tal Jack Lemmon (que não era necessariamente comediante, mas já fez muitas comédias fantásticas como “Quanto Mais Quente Melhor”, “Se Meu Apartamento Falasse” e “Demônio de Mulher”) ou Graham Arthur Chapman (em ambos os casos seriam homenagens póstumas), do Monty Python, que eram muito melhores? O quê? Queriam homenagear um comediante vivo? Ótimo, Woody Allen é uma excelente pedida. Ou melhor ainda, John Cleese, ex-colega de Chapman no Monty Python (e Cleese era o mais engraçado de todos). Ah, mas eles queriam mesmo era homenagear Lewis pelo trabalho humanitário que este fez/faz, não é mesmo? Oras, e o que o Oscar tem a ver com causas humanitárias e filantrópicas? Deixem isso para as igrejas e casas de apoio. O Oscar deveria mesmo é se preocupar com o verdadeiro talento do artista, e não com o que ele faz ou deixa de fazer quando não está diante das câmeras. Enfim, é complicado. Falar sobre comédia é comentar sobre algo muito introspectivo e subjetivo.

E quanto ao grande acontecimento da noite: a entrega do Oscar póstumo a Heath Ledger? Bem, o Oscar foi entregue, os familiares (pais e irmã) do ator subiram no palco, proferiram um discurso clichê, embora sincero (e sejamos francos, algumas vezes não se pode fugir do clichê, e este é um desses casos), receberam o prêmio em nome de Heath, e depois foram-se embora. Simples assim. Pois é, o único momento, digamos, diferente da noite, não teve destaque algum. Comentei isso com uma jovem carioca amiga minha, a Juliana, que já postou algumas vezes por aqui (e dentre outros assuntos que comentamos durante a cerimônia de entrega do Oscar deste ano, este foi um dos poucos relevantes, já que passamos boa parte do tempo discutindo a ‘gostosura’ (ou não) de Jessica Alba, Scarlett Johansson e Rebecca Hall. Papo estranho para se desenvolver entre uma heterossexual e um assexuado, não?) e ela também achou a homenagem a Ledger curta demais. Comentei com o Radamés, ele me lembrou de que o ator já fora homenageado no Oscar do ano passado, mas aí eu pergunto: por que não homenageá-lo novamente, já que, teoricamente, ele recebeu um prêmio importantíssimo este ano? Enfim, o Oscar 2009 foi tão apagado que a cerimônia não soube nem ao menos se aproveitar do que era para ser os seus momentos mais marcantes, como o Oscar póstumo de Ledger e o prêmio de Penélope Cruz, entregue pelo seu parceiro no ótimo”Vicky Cristina Barcelona”, Javier Barden.

Mas a cerimônia deste ano não foi ao todo ridícula. É fato que homenagearam a pessoa errada, nos afogaram com uma “tsunami” de piadas sem graça, nos apresentaram a um anfitrião extremamente insosso e, acima de tudo, revelou-se brega demais com o excesso de números de dança. Contudo, é fato também que a mesma acertou em alguns aspectos. Como não reparar, por exemplo, na agilidade e dinamicidade da mesma? Se há alguns anos atrás a premiação se encerrava apenas às 3:30hs, este ano tivemos 1:30h de antecedência e, quando eram 2:00hs da matina, o Oscar já havia se encerrado. Sempre fui a favor de cerimônias enxutas e, este ano, parece que felizmente cortaram as “gordurinhas” dos Oscar anteriores.

Vale citar também a ótima idéia que tiveram no que diz respeito às categorias de Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Atriz e Melhor Ator: ao anunciar o prêmio de cada uma destas modalidades, colocaram cinco atores/atrizes renomados(as) e fizeram com que cada um(a) deles(as) citasse um breve comentário ilustrando positivamente o trabalho de todos os cinco concorrentes para cada uma das quatro categorias. A idéia teria funcionado magistralmente bem se não fosse um porém: uma terrível gafe cometida por Marion Cotillard ao anunciar o prêmio de “Melhor Atriz”.

Kate Winslet a tempos vinha sendo indicada, mas não levava nada. As pessoas se questionavam: “quando Kate irá levar uma estatueta?”, “quando a Academia reconhecerá o seu trabalho?”. Aí ela faz um ótimo trabalho em “O Leitor” (não que seja digno do Oscar que levou, mas enfim…), recebe todos os principais prêmios que precedem o Oscar e, adivinhem, é lançada como favorita para faturar a sua tão sonhada estatueta. Todos sabiam que ela iria vencer, mas certeza mesmo, só depois de ouvir o seu nome sendo anunciado como ganhadora. E, de fato, ouvimos o nome dela, só que do modo mais indelicado o possível. Oras, há muito tempo esperávamos que a moça vencesse o prêmio, e quando chegou a vez desta vencer, é claro que queríamos ter a sensação de suspense, aquele dramatismo que é sempre empregado antes de mencionar o nome do vencedor. Entretanto, Cotillard simplesmente diz: “…E o Oscar vai para Kate Winslet”. Isso mesmo! Simplesmente diz: “…E o Oscar vai para Kate Winslet” e não faz uma única pausa (muito menos suspense) para tal.

Agora, imagine você, caro leitor, se herdasse uma fortuna de um parente distante e a pessoa incumbida de lhe dar a notícia dissesse abruptamente: “seu tio, que mora em uma região entre a Ucrânia Meridional e os Cafundós do Judas, faleceu, e você herdou toda a fortuna dele, ficando multimilionário!”. Certamente você teria um enfarto, não? Pois é, e não fosse a obviedade da vitória de Winslet, creio que um enfarto seria justamente o que ela teria em virtude da falta de sutileza da anunciação do prêmio.

Mas o pior eu deixo para o final. Se a gafe cometida por Marion Cotillard durante o anúncio da vitória de Winslet já quebrou ligeiramente o suspense da premiação, o que dizer então da falta de lógica com a qual os organizadores da cerimônia sequenciaram a distribuição de seus prêmios? Em primeiro lugar, por que cargas d’água colocou o prêmio de “Melhor Atriz Coadjuvante”, um dos mais importantes da noite, para abrir a cerimônia? Por que colocaram Melhor Ator Coadjuvante tão distante do final, sendo que, para muitas pessoas que estavam assistindo à premiação, o mais interessante da noite seria o Oscar póstumo de Heath Ledger? Por que entregaram “Melhor Roteiro” tão cedo, sendo que este é um prêmio que, praticamente, prevê quem vencerá “Melhor Filme”? E a mesmíssima coisa eu digo de “Melhor Diretor”, por que o colocar antes de “Melhor Ator e Atriz”? Será que foi para tornar a festa ainda mais previsível do que ela já seria por si só (afinal de contas, quem ainda não tinha certeza absoluta de que “Quem Quer Ser um Milionário?” se consagraria o grande vencedor da noite?)? Será que é por que eles adorariam perder a audiência em virtude da previsibilidade que se instaurou na cerimônia mediante a esta lógica desconexa das apresentações de cada premiação em cada categoria?

Enfim, o Oscar de 2009 foi, de fato, o mais carregado de erros dos últimos anos (e por que não dizer, de todos os tempos?) e não deverá mais ser lembrado daqui a algum tempo. A premiação pode até ter realizado a façanha de superestimar um filme independente e transformá-lo em um dos maiores vencedores de todos os tempos, mas ainda assim, a cerimônia foi completamente apagada e será esquecida com o passar de dois ou três anos, bem como “Quem Quer Ser um Milionário?”, o maior homenageado da noite, cujo título pessoa alguma ouvirá falar com o passar do tempo.

Diferentemente de 2008, a cerimônia de 2009 foi digna de ser eliminada de nossa memória.

Ah, sei que é extremamente fútil, mas assim mesmo gostaria de atribuir uma nota à cerimônia (e refiro-me à festa em si, não aos vencedores da mesma):

Avaliação Final: 3,0 na escala de 10,0.

Oscar 2009 – Chutômetro – Parte Final

fevereiro 22, 2009 Deixe um comentário
Minha relação final das apostas para o Oscar 2009 (só citarei os filmes que acredito que vencerão, deixando de lado os que eu acredito que mereceriam vencer e os que tem chances de vencer).

Melhor Filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Direção
Danny Boyle por Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Roteiro Original
Milk – A Voz da Igualdade

Melhor Roteiro Adaptado
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator
Mickey Rourke por O Lutador

Melhor Atriz
Kate Winslet por O Leitor

Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger (óbvio) por Batman – O Cavaleiro das Trevas

Melhor Atriz Coadjuvante
Penolope Cruz

Melhor Animação
Wall-E

Melhor Filme Estrangeiro
Valsa Com Bashir

Melhor Edição
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Fotografia
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Direção de Arte
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Figurino
A Duquesa

Melhor Maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Trilha-Sonora
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Canção-Original
Down to Earth – Wall-E

Melhor Mixagem de Som
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Edição de Som
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhores Efeitos Especiais
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Documentário
Man on Wire

Melhor Curta-Metragem
New Boy

Melhor Documentário em Curta Metragem
The Conscience of Nhem En

Melhor Curta de Animação
Presto
Ou seja, mexi, mexi, e no final, ficou tudo na mesma. Fazer o quê, cara teimoso é isso mesmo.

Um grande abraço a todos e bom Oscar (mesmo que este seja tão previsível e insosso quanto realmente será)!
Daniel Esteves de Barros – Cine-Phylum

Chutômetro – Oscar 2009 – Parte II

fevereiro 19, 2009 Deixe um comentário
Já havia mencionado anteriormente, mas não custa nada lembrar: no post “Chutômetro – Oscar 2009”, comentei que, conforme fosse assistindo aos filmes que estão concorrendo ao prêmio (injustamente) mais aclamado da sétima Arte, iria fazendo alterações em minha relação. Durante este período pude assistir a “Milk – A Voz da Igualdade” (com 8 indicações ao Oscar: “Melhor Filme”, Melhor Direção”, “Melhor Roteiro Original”, “Melhor Ator”, “Melhor Ator Coadjuvante”, “Melhor Edição”, “Melhor Figurino” e “Melhor Trilha Sonora Original”), “O Lutador” (2 indicações ao Oscar: “Melhor Ator” e “Melhor Atriz Coadjuvante”), “Frost/Nixon” (Indicado a 5 Oscar: “Melhor Filme”, “Melhor Direção”, “Melhor Roteiro Adaptado”, “Melhor Ator” e “Melhor Edição”), “O Casamento de Rachel” (com 1 indicação ao Oscar: “Melhor Atriz”) e “Na Mira do Chefe” (também com 1 indicação ao Oscar: “Melhor Roteiro Original”). Assim sendo, vamos às alterações:

Melhor Filme:

Nada muda. Adorei “Frost/Nixon”, filme que acabou me surpreendendo, e não gostei nem um pouco de “ Milk – A Voz da Igualdade” (e por favor, o fato de eu não ter gostado do filme nada tem a ver com o contexto homossexual do mesmo, mas sim com a sua narrativa episódica). Continuo achando que “Quem Ser um Milionário?” vencerá o prêmio, “O Curioso Caso de Benjamin Button” tem chances, mas não é o favorito, e “O Leitor” é quem merecia faturar o prêmio (apesar de sair na frente de “Frost/Nixon” por muito pouca diferença, já que o filme de Ron Howard é quase tão bom quanto o filme de Stephen Daldry).

Melhor Diretor:

Nada muda também. Gostei muito do trabalho de Gus Van Sant em “Milk – A Voz da Igualdade” (e olhe que eu quase sempre torço o nariz para o diretor) e também do que Ron Howard fez em “Frost/Nixon”. Contudo, ainda penso que o prêmio deverá ficar com Danny Boyle, que realmente merece a vitória, sendo que David Fincher tem chances de levar a estatueta, mas não é o favorito.

Melhor Roteiro Original:

Adivinhem. Nada mudou também. Detestei o roteiro de “Milk – A Voz da Igualdade” e também não achei o de “Na Mira do Chefe” digno de uma indicação nesta categoria. A Academia parece ter indicado ambos devido à falta de opções mesmo.
É extremamente arriscado darmos uma opinião qualquer nesta categoria, pois tanto “Milk…” quanto “Na Mira…” podem vencer e não há favoritismo entre ambos. Ainda assim, aposto na vitória de “Milk…” nesta categoria. A obra de Van Sant é a única indicada nesta categoria que também fora indicada ao prêmio principal, sendo assim, dificilmente permitiriam que uma produção concorresse ao momento máximo da noite se a mesma não se mostra nem ao menos digna de faturar “Melhor Roteiro Original”. Ainda considero o roteiro de “Wall-E” o melhor dentre os indicados.

Melhor Roteiro Adaptado:

Também não muda nada (só para variar, não é? Mas acalmem-se, ainda realizarei algumas alterações na lista). Ainda acredito na vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?”, embasado em sua provável conquista em “Melhor Filme” e coloco “… Benjamin Button” em segundo lugar. Continuo torcendo por “O Leitor”, que, infelizmente, só levará “Melhor Atriz”.

Melhor Ator:

Aqui também não muda nada… ops… esperem, força do hábito. Conferi os trabalhos de Rourke e Penn e continuo os considerando os grandes favoritos à vitória nesta categoria, sobretudo o primeiro que certamente vencerá. Continuo torcendo por Brad Pitt? Claro que não, o marido de Jolie é um excelente ator e isso é fato, mas a sua atuação em “… Benjamin Button”, apesar de ótima, não chega aos pés do trabalho de Sean Penn, Frank Langella e Mickey Rourke (ainda não conferi o trabalho de Richard Jenkis em “The Vistor”), sobretudo estes dois últimos. Para qual dos dois estou torcendo? Ai, ai, ai, tenho que escolher um? Ok, então vamos jogar a moeda, cara Rourke, coroa Langella. Cara, fico com Rourke, mas com um imenso peso no coração de ter que deixar Langella de lado.
Ah, ao contrário do que havia dito anteriormente, Pitt não tem mais chances de vencer, o prêmio ou fica com Rourke, ou com Penn, isso é fato.

Melhor Atriz:

Nesta categoria faço algumas mudanças consideráveis. Não conferi ainda o trabalho de Melissa Leo (farei-o daqui a pouco, em menos de meia hora), mas pude me envolver terrivelmente com Anne Hathaway no acima da média “O Casamento de Rachel”. Ainda acho que Kate Winslet obviamente levará o prêmio, mas no quesito “Quem tem chances de vencer”, tiro Streep e Jolie e as substituo por Hathaway. Não só pelo fato de a garota nunca ter vencido um Oscar antes, como também pelo fato de a Academia adorar trabalhos onde atrizes bonitas (Hathaway não é das mais belas, mas enfim…) interpretam mulheres feias, principalmente quando esta ‘feiura’ é oriunda do uso exagerado de drogas. No quesito “Quem eu gostaria que vencesse?” sai Jolie e entra Hathaway.

Melhor Ator Coadjuvante:

Não tem nem o que comentar. A maior barbada da noite é a vitória de Ledger nesta categoria (a propósito, apostei todas as minhas quatro casas em Ledger. Se ele perder, vou ter de adotar a moda dos estadunidenses que, em virtude da crise, estão morando em trailers). Contudo, gostaria de fazer uma única substituição: em “Quem tem chances de vencer?”, sai Michael Shannon, entra Josh Brolin. Enfim, troquei seis por meia dúzia, pois as chances de qualquer outro concorrente, que não seja Heath Ledger vencer, são de 0,0000000000000000001%.

Melhor Atriz Coadjuvante:

Penélope Cruz leva, não tem o que comentar, mas não sei mais se Marisa Tomei ainda tem chances. Enfim, não farei mudanças aqui.

Melhor Edição:

Gostei bastante da edição de “Frost/Nixon” e odiei a de “Milk – A Voz da Igualdade”. Mas ainda continuo apostando, e torcendo, por “Quem Quer Ser um Milionário?” e acredito que “O Curioso Caso de Benjamin Button” tenha fortes chances de vencer aqui.

Bem, quanto às demais categorias, manterei a mesma opinião. Porém, até o início da cerimônia do Oscar, a lista está sujeita a outras alterações.

Muitíssimo Obrigado,

Um forte abraço!!!

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Oscar 2009 – "Chutômetro"

fevereiro 13, 2009 1 comentário
Faltam 10 (dez) dias para a cerimônia do Oscar, mas já vou fazer as minhas apostas. Contudo, vale lembrar que ainda não assisti a muitos dos filmes que estão concorrendo às mais diversas categorias este ano e a dose de ‘adivinhomêtro’ que vou proporcionar aqui será gigantesca. Logo, devo informar que, assim que tiver assistido a todos os filmes que participarão da cerimônia de entrega do prêmio mais conhecido da sétima Arte (o que só deverá acontecer algumas horas antes da premiação começar) esta lista poderá estar sujeita à mudanças drásticas. Mas vamos aos chutes… digo… aos palpites?

Melhor Filme:

* O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk – A Voz da Igualdade
* O Leitor
* Quem Quer Ser um Milionário?

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário?
Por que? Ele venceu todos os principais prêmios que precedem o Oscar. Raramente os vencedores de tais festivais não saem com o Oscar de Melhor Filme debaixo do braço. Sem contar, é claro, que “Quem Quer Ser um Milionário?” tem a “cara” do Oscar.

Quem tem chances de vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? O superestimado filme de David Fincher está concorrendo a, não menos do que, 13 prêmios, recorde que só não bate o feito de “Titanic” que concorreu a 14 prêmios em 1998, ficando com os principais deles. Há como negar que um filme que concorre a 13 Oscar tenha grandes chances de levar o prêmio de Melhor Filme para casa?

Quem eu gostaria que vencesse? O Leitor.
Por que? Ainda não assisti a “Frost / Nixon” e “Milk – A Voz da Igualdade” (quanto ao último, devo assisti-lo amanhã), mas o filme dirigido por Stephen Daldry é bem superior aos outros dois e nos traz um tema bastante interessante.

Melhor Direção:

* Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Stephen Daldry (O Leitor)
* David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk – A Voz da Igualdade)

Quem vai vencer? Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? O trabalho de Boyle caiu na graça dos especialistas em Cinema do mundo todo e, assim como o seu filme, faturou os principais prêmios que concorreu. Daldry, Fincher, Van Sant e Howard que me perdoem, mas este ano é de Boyle.

Quem tem chances de vencer? David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Os problemas com “O Curioso Caso de Benjamin Button” nada tem a ver com David Fincher, que fez um ótimo trabalho com a câmera na mão e conferiu muita sensibilidade à obra, caindo, merecidamente, nas graças dos votantes.

Quem eu gostaria que vencesse? Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Só o fato de Danny Boyle ter conseguido me agradar com uma direção videoclipeira (recurso que geralmente detesto) já seria o suficiente, mas não resta dúvidas de que o seu trabalho, além de revolucionário, é fantástico e, disparado, o melhor de 2008.

Melhor Roteiro Original:

Frozen River
Simplesmente Feliz
* Na Mira do Chefe
* Milk – A Voz da Igualdade
* Wall-E

Quem vai vencer? Milk – A Voz da Igualdade
Por que? Este prêmio, na verdade, é uma das poucas incógnitas deste Oscar. “Na Mira do Chefe” tem vencido esta categoria nos mais importantes prêmios, mas, particularmente, duvido que a Academia deixaria de, ao menos, indicar “Na Mira do Chefe” a Melhor Filme caso realmente pretendesse presentear Melhor Roteiro Original a este. Por este motivo voto em “Milk – A Voz da Igualdade”, que está concorrendo a Melhor Filme neste ano.

Quem tem chances de vencer? Na Mira do Chefe
Por que? Conforme citei há pouco, “Na Mira do Chefe” venceu muitos prêmios de peso nesta categoria, sobretudo o Bafta deste ano, logo, tem grandes chances de faturá-lo.

Quem eu gostaria que vencesse? Wall-E
Por que? “Wall-E” é muito mais do que um simples filme que traz como protagonista um robozinho carismático e fofinho. É a melhor animação desde “O Rei Leão” e muito disso se deve ao seu roteiro, que conta com uma estória magnífica e explora muito bem os seus personagens, além de criticar o consumismo exacerbado do ser humano.

Melhor Roteiro Adaptado:

* O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
* O Leitor
* Quem Quer Ser um Milionário?

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário?
Por que? É cada vez mais raro vermos uma produção faturar Melhor Filme sem antes faturar Melhor Roteiro Original ou Adaptado, sobretudo Roteiro Adaptado, uma vez que já faz muito tempo (dois anos, para ser mais exato) que a Academia não confere Melhor Filme ao vencedor de Melhor Roteiro Original.

Quem tem chances de vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? A Academia quase sempre põe dois filmes para disputar acirradamente os principais prêmios da noite. Da mesma forma que em 2006 a briga ficou entre “Crash” e “Brokeback Mountain”, em 2007 entre “Os Infiltrados” e “Pequena Miss Sunshine” e em 2008 entre “Onde os Fracos Não Têm Vez” e “Sangue Negro”, em 2009 ela deve ficar entre “Quem Quer Ser um Milionário?” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Quem eu gostaria que vencesse? O Leitor
Por que? Não assisti a “Frost/Nixon”. Considero fraco o roteiro de “…Benjamin Button”, apenas bom o de “Quem Quer Ser um Milionário?” e adorei o de “Dúvida”, mesmo considerando-o falho em algumas partes. O roteiro de “O Leitor” também não é nenhuma maravilha do Cinema Contemporâneo, mas ainda assim é ótimo e merecia vencer o prêmio.

Melhor Ator:

Richard Jenkis (The Vistor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
* Sean Penn (Milk)
* Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Mickey Rourke (O Lutador)

Quem vai vencer? Mickey Rourke (O Lutador)
Por que? Mickey Rourke sempre foi tido como um ator canastrão, mas recentemente tem-se empenhado muito em seus papéis e conquistou o respeito entre os profissionais da área. Embasando-se nos prêmios que vem recebendo ultimamente nos mais diversos festivais, isso inclui até mesmo o Globo de Ouro e o Bafta, a sua vitória nesta categoria é quase óbvia.

Quem tem chances de vencer? Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button) ou, principalmente, Sean Penn (Milk)
Por que? As chances não são muitas, mas ainda assim eu indicaria aqui tanto Brad Pitt quanto, principalmente, Sean Penn. Ambos, em especial o intérprete do ativista homossexual, tem sido muito elogiados, logo, é bem possível que, no caso de uma zebra, Penn, ou até mesmo Pitt, saiam com a estatueta.

Quem eu gostaria que vencesse? Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Na verdade, não estou torcendo para a vitória de Pitt, acontece que, dentre os indicados, só tive oportunidade de conferir o trabalho do maior símbolo sexual dos anos 1990, logo, não posso torcer por mais nenhum outro, ao menos por enquanto.

Melhor Atriz:


Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
* Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
* Meryl Streep (Dúvida)
* Kate Winslet (O Leitor)

Quem vai vencer? Kate Winslet (O Leitor)
Por que? Ainda mais óbvia que a vitória de Mickey Rourke para Melhor Ator, é a vitória de Kate Winslet para Melhor Atriz. Há muito tempo a Academia vem sendo pressionada para dar um prêmio a Winslet, agora parece ter chegado a hora, principalmente levando-se em conta a sua vitória no Globo de Ouro e no Bafta deste ano.

Quem tem chances de vencer? Meryl Streep (Dúvida) ou, com chances praticamente nulas, Angelina Jolie (A Troca)
Por que? A própria Meryl Streep disse certa vez: “Oscar é 90% política e 10% merecimento”. Particularmente, creio que Streep mereça muito mais o prêmio que Winslet, mas a intérprete da Irmã Aloysius já levou vários troféus deste para casa, ao passo que Winslet, nenhum. E só Deus (se é que ele existe) sabe o quão pressionados os membros da Academia estão sendo para conferir o quanto antes um prêmio a eterna protagonista do superestimado “Titanic”. Quanto à minúscula, quase nula, possibilidade de Jolie levar o Oscar para casa, isto deve-se a um pequeno fator: Oscar é glamour, não reconhecimento de bom trabalho. Logo, o que poderia conferir mais glamour à cerimônia do que o casal mais quente do momento (apesar dos boatos de que Jolie tenha traído Pitt) no palco principal da festa? É claro que, para isso, Pitt deveria vencer por “…Benjamin Button” (o que eu julgo improvável, de certa forma) e Jolie deveria vencer por “A Troca” (o que eu julgo ainda mais improvável, na verdade, praticamente impossível).

Quem eu gostaria que vencesse? Angelina Jolie (A Troca)
Por que? Não conferi os trabalhos de Anne Hathaway e Melissa Leo (erro que corrigirei muito em breve, em menos de uma semana), e dentre Winslet, Streep e Jolie, a terceira é minha favorita. Ao contrário do que muitos especialistas andam dizendo, considerei a atuação da Sra. Brad Pitt fenomenal em “A Troca”. Pena que ela sairá da cerimônia de mãos abanando.

Melhor Ator Coadjuvante:

Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
* Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk)
* Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)

Quem vai vencer? Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? O leitor está afim de apostar todo o dinheiro que tem em alguma coisa que vise retorno. Primeiramente, não aconselho pessoa alguma apostar dinheiro algum em coisa alguma, mas caso o leitor resolva não seguir a minha recomendação, por favor faça algo consciente e aposte na maior certeza deste Oscar, a vitória de Ledger para Melhor Ator Coadjuvante. A Academia adora chamar a atenção para si mesma e o que poderia chamar mais atenção do que conferir um Oscar póstumo a alguém que faleceu recentemente?

Quem tem chances de vencer? Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)
Por que? Para ser sincero, estou colocando Shannon aqui apenas para preencher lacuna, pois este ano não tem para ninguém, Ledger leva sem pensar duas vezes. Pena que ele não esteja aqui para ver, até mesmo porque, se estivesse, talvez nem fosse indicado ao prêmio, não por merecimento (até mesmo porque ele foi, de fato, o melhor ator coadjuvante de 2008), mas por mero preconceito da Academia quanto aos filmes de super-heróis.

Quem eu gostaria que vencesse? Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? O crítico de Cinema Rubens Ewald Filho disse certa vez que Ledger morreu em virtude ao desgaste físico e emocional que o seu personagem Coringa lhe conferiu. Eu não duvido disso. Há muito tempo não via um ator se dedicar e se entregar tão apaixonadamente ao seu papel em um filme como Ledger fez com Coringa. Uma atuação brilhante, sem ter o que por ou o que tirar. Não só a melhor atuação coadjuvante do ano como, provavelmente, a melhor de toda a década.

Melhor Atriz Coadjuvante:

Amy Adams (Dúvida)
* Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
* Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Marisa Tomei (O Lutador)

Quem vai vencer? Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Por que? A velha estória de sempre, Oscar gosta mesmo é de glamour, não de retribuir um trabalho bem feito. Não, Cruz não atuou mal, muito longe disso, mas os membros da Academia não estão nem aí para isso. O que eles querem mesmo é ver o casal de “Vicky Cristina Barcelona”, Barden/Cruz, juntos no palco. Sim, pois quem irá entregar o prêmio para a eleita Melhor Atriz Coadjuvante deste ano, será o eleito Melhor Ator Coadjuvante do ano passado, ou seja, Javier Barden.

Quem tem chances de vencer? Marisa Tomei (O Lutador)
Por que? Mesmo acreditando que a vitória de Penélope Cruz este ano é quase tão certa quanto a vitória de Heath Ledger, ainda vou apostar uma ficha (uma só) em Marisa Tomei, pois o seu trabalho está sendo muito bem enaltecido pelos profissionais da área.

Quem eu gostaria que vencesse? Viola Davis (Dúvida)
Por que? Adorei o trabalho de Penelope Cruz em “Vicky Cristina Barcelona” e acredito que o Oscar que receberá será muito justo, aliás, digo o mesmo de todas as outras atrizes, pois todas realizaram um trabalho muito acima da média. Contudo, adorei o que Viola Davis desempenhou em “Dúvida”. Em menos de 10 minutos em cena, a atriz afro conferiu uma carga dramática fenomenal ao ótimo filme de John Patrick Shanley. Tanto que o mesmo não seria o mesmo sem ela.

Melhor Edição:

* Kirk Baxter e Angus Wall (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Lee Smith (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Mike Hill e And Hanley (Frost/Nixon)
Elliot Graham (Milk – A Voz da Liberdade)
* Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Assim como é cada vez mais raro vermos uma produção faturar Melhor Filme sem antes faturar Melhor Roteiro, seja Adaptado ou Original, ou Melhor Direção, pode-se dizer a mesma coisa quanto a Melhor Edição. E levando-se em conta que “Quem Quer Ser um Milionário?” provavelmente irá abocanhar Melhor Filme este ano, creio ser praticamente impossível Chris Dickens perder Melhor Edição para qualquer outro colega seu.

Quem tem chances de vencer? Kirk Baxter e Angus Wall (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Apesar de apostar a maior parte de minhas fichas na vitória de “Quem Quer Ser um Milionário?” como Melhor Filme, não descarto a hipótese de “O Curioso Caso de Benjamin Button” surpreender e sair vencedor do Oscar de Melhor Filme na noite de 22 de fevereiro de 2009. Portanto, seguindo a lógica, há uma possibilidade de Kirk Baxter e Angus Wall levarem o prêmio de melhores editores de 2008 para casa, apesar de continuar apostando veementemente em Chris Dickens.

Quem eu gostaria que vencesse? Chris Dickens (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Considero o roteiro de “Quem Quer Ser um Milionário?” fraco durante o seu final, mas estimo muito os demais aspectos do longa editado por Chris Dickens. Um dos aspectos que mais me atraiu no filme foi, de fato, a edição do mesmo, que além de bastante original (apesar de ser artificial do ponto de vista dramático) é dinâmica, confere muita agilidade ao longa e alterna entre passado e presente magistralmente bem. “Quem Quer Ser um Milionário?” não é o melhor filme do ano, nem conta com o melhor roteiro adaptado de 2009, mas por outro lado, merece, mais do que qualquer outro filme (e isso inclui até mesmo os que ficaram de fora da disputa), levar Melhor Direção e Melhor Edição.

Melhor Fotografia:

Tom Stern (A Troca)
* Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Wally Pfister (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Chris Menges and Roger Deakins (O Leitor)
* Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? É complicado tentar adivinhar quem vai ganhar o prêmio de Melhor Fotografia, pois os membros da Academia nunca seguem um critério preestabelecido (sem hífen?). Sendo assim, adivinharei tomando pro base os vários prêmios que “Quem Quer Ser um Milionário?” conquistou nessa categoria. Mas admito que não poria muita fé nesse meu palpite.

Quem tem chances de vencer? Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Seria estranho “O Curioso Caso de Benjamin Button” sair de mãos abanando na noite do Oscar. Principalmente se levarmos em conta que, em muitos casos, quando o segundo filme mais popular de uma determinada edição do Oscar perde os prêmios principais da noite, ele sai com o Oscar de Melhor Fotografia como uma espécie de consolação (foi assim com “Sangue Negro” no ano passado). Logo, acredito que Claudia Miranda tem grandes chances de faturar este prêmio, mesmo com o favoritismo do lado de seu maior rival na noite do Oscar, Anthony Dod Mantle.

Quem eu gostaria que vencesse? Claudio Miranda (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Citei em meu texto sobre “O Curioso Caso de Benjamin Button” que desde “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei” não via uma fotografia tão lindamente limpa quanto a deste filme. O trabalho de Cláudio Miranda engrandece ainda mais as paisagens e a fantástica Direção de Arte do filme. Se tem uma qualidade que impede que “…Benjamin Button” se torne um filme tão medíocre quanto estava fadado a ser, essa qualidade é a sua magistral fotografia.

Melhor Direção de Arte:

* A Troca
* O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
* Foi Apenas um Sonho

Quem vai vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? Como disse ao comentar “Melhor Fotografia”, seria muito estranho vermos o líder de indicações da noite sair com as mãos abanando, logo, há uma grande possibilidade do mesmo ficar com aquele prêmio, que é tido como um dos mais importantes. Entretanto, a possibilidade de “Quem Quer Ser um Milionário?” faturar aquele prêmio se mostra muito maior. Para não deixar o filme roteirizado por Eric Roth de mãos abanando, a Academia talvez confira ao mesmo uma outra estatueta extremamente importante, que é a de Melhor Direção de Arte.

Quem tem chances de vencer? Foi Apenas um Sonho e, com pouquíssimas chances, A Troca
Por que? Não que a direção de Arte de “Foi Apenas um Sonho” chegue aos pés da de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, ou da de “A Troca” e “A Duquesa”, mas duvido muito que a Academia deixaria de premiar o trabalho de um de seus recentes diretores prediletos, Sam Mendes. De tal forma, qual seria o melhor modo de se realizar um pedido de desculpas por não indicar o filme (merecidamente, diga-se, já que a produção é apenas medíocre) às categorias mais nobres? Por este motivo que não me surpreenderia com uma possível vitória de “Foi Apenas um Sonho”, principalmente se “…Benjamin Button” faturar Melhor Fotografia (duvido muito que o mesmo leve Fotografia e Direção de Arte, ou leva um, ou leva o outro, mas um dos dois certamente leva). E quanto “A Troca”? Bem, citei-o pelos mesmíssimos motivos e nas mesmíssimas condições que citei o filme de Mendes, com a diferença de que a Academia, todo o ano, reconhece o trabalho de Clint Eastwood, já o de Sam Mendes não é sempre que tem a oportunidade de reconhecer. Talvez este seja o ano de Mendes, e não o de Eastwood.

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button
Por que? Ao escrever a minha crítica sobre “O Curioso Caso de Benjamin Button” mencionei logo no início desta que a riqueza de detalhes empregada pela Direção de Arte em uma determinada cena fora um dos fatores que me fizera praticamente adentrar na trama. Aliás, não apenas essa cena, como o filme todo, conta com um trabalho simplesmente fabuloso por parte dos responsáveis pela sua Direção de Arte. No fim das contas, se julgo o longa dirigido por David Fincher falho do ponto de vista dramático, não há como negar que o mesmo é visualmente inesquecível. E neste ponto, tanto a Fotografia quanto a Direção de Arte são os responsáveis pela beleza plástica da obra.

Melhor Figurino:

Catherine Martin (Austrália)
* Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* Michael O’Connor (A Duquesa)
Danny Glicker (Milk)
Albert Wolsky (Foi Apenas um Sonho)

Quem vai vencer? Michael O’Connor (A Duquesa)
Por que? “A Duquesa” venceu o Bafta nesta categoria e é bem provável que vença o Oscar também, uma vez que os boatos, ao menos no que diz respeito a Melhor Figurino, são bastante favoráveis ao trabalho de Michael O’ Connor. Vale a pena lembrar também que, ano passado, um épico com pouco sucesso de crítica levou para casa Melhor Figurino, refiro-me a “Elizabeth – A Era de Ouro”. Por que não apostar em “A Duquesa” que, também, é um épico muito criticado negativamente, mas com figurinos majestosos?

Quem tem chances de vencer? Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? O figurino de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, além de definitivamente belo, é uma peça fundamental na narrativa, afinal de contas, a passagem pelas décadas não teria o mesmo impacto não fosse ele. Vale lembrar também que, por muitas vezes, a Academia já atribuiu este prêmio a filmes com figurino bastante diversificado.

Quem eu gostaria que vencesse? Jacqueline West (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Como eu disse mais acima, “…Benjamin Button” é um filme visualmente inesquecível. Alguma dúvida de que o figurino dele colaborou imensamente para tal?

Melhor Maquiagem:

* Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
* John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Mike Elizalde e Thom Floutz (Hellboy II)

Quem vai vencer? Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Não apenas pelo simples fato da maquiagem ter vencido o Bafta deste ano como também pelo fato da mesma estar diretamente ligada à trama. Afinal de contas, como o “problema” com Benjamin Button poderia soar verossímil (se é que há algo de verossímil nessa estória, mas enfim…) sem uma maquiagem que transformasse Brad Pitt em uma uva-passa ambulante e fosse o rejuvenescendo com o passar dos anos?

Quem tem chances de vencer? John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? Os monstros de “Hellboy II – O Exército Dourado” foram criados com uma perfeição fora do comum, mas não há como negar que a maquiagem criada para o Coringa de Heath Ledger, e até mesmo para o Harvey-Duas-Faces de Aaron E. Eckhart, colaboraram muito mais na construção destes personagens. A propósito, você conseguiu “ver” Heath Ledger por trás daquela “máscara” de Coringa? Você saberia que o ator por trás daquele ser assustador trata-se do australiano que morreu de overdose de medicamentos caso o seu nome não constasse no elenco? Simplesmente fascinante.

Quem eu gostaria que vencesse? Greg Cannom (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? Pelos mesmíssimos motivos que acredito que ele irá vencer esta categoria, exceto, é claro, pelo fato deste ter faturado o Bafta nesta categoria. Ao contrário dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, não baseio minhas opiniões e gostos pessoais em festivais e premiações.

Melhor Trilha-Sonora Original:

* Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Defiance)
* A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)
Danny Elfman (Milk)
* Thomas Newman (Wall-E)

Quem vai vencer? A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? A velha ladainha de sempre, conquistou importantes prêmios em importante festivais que antecedem o Oscar, conquistou os especialistas da área e, de uma forma ou de outra, transporta o espectador para o local onde a trama se passa.

Quem tem chances de vencer? Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Por que? É uma trilha-sonora extremamente leve e sutil, do jeito que os membros da Academia gostam. Sem contar, é claro, que remete-nos às diversas décadas pelas quais a sua trama vai se desenrolando.

Quem eu gostaria que vencesse? Thomas Newman (Wall-E)
Por que? Serei bem pessoal aqui. Um dos aspectos que mais me cativaram em “Wall-E” diz respeito à sua trilha-sonora excepcional. Cativei-me inteiramente com a mesma e demorou para que esta me saísse da cabeça, logo, não há como votar em outro filme.

Melhor Canção Original:

* Down to Earth (Wall-E)
* Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário?)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário?)

Quem vai vencer? Down to Earth (Wall-E)
Por que? A canção de Wall-E, além de animadinha e bonitinha (do jeito que os votantes adoram) foi extremamente enaltecida e, no melhor sentido o possível da palavra, impregna em nossas mentes por vários dias.

Quem tem chances de vencer? Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Ganhou alguns prêmios importantes e é a que mais combina com o filme em questão. Caso “Down to Earth” perca, o que não é impossível, creio que “Jai Ho” assuma o lugar desta.

Quem eu gostaria que vencesse? Down to Earth (Wall-E)
Por que? É como mencionei mais acima, a canção de “Wall-E” é animada e bela, nos transportando para a trama de um modo sensacional, a ponto de martelar (no melhor sentido o possível da palavra) nossas mentes durante vários dias.

Melhor Mixagem de Som:

* O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)
* Quem Quer Ser um Milionário? (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Wall-E (Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt)
* O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)

Quem vai vencer? Quem Quer Ser um Milionário? (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Por que? Confesso que, em um ano onde a premiação máxima do Cinema tende a ser mais previsível do que jamais fora ao longo de sua história, tanto esta categoria, quanto a de Melhor Edição de Som, prometem causar muitos problemas para os metidos a adivinhões (como é o caso deste que vos escreve). A primo, esta é uma categoria onde os filmes barulhentos se destacam. Se tem uma coisa que “Quem Quer Ser um Milionário?” não é, é barulhento o suficiente para levar este troféu para casa. No entanto, vou apostar no Bafta que conferiu o prêmio ao mesmo.

Quem tem chances de vencer? O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)
Por que? Caso a Academia siga a tradição, ou seja, selecione o filme mais barulhento, aposto minhas fichas em “O Procurado”. Há, no entanto, uma voz sussurrando bem baixinho em meu ouvido direito: “___ Aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, Daniel, seu idiota!”, mas seguirei a minha intuição e subestimarei o longa dirigido por Christopher Nolan. A propósito, é impossível decidir qual é mais barulhento, não? “Batman…” ou “O Procurado”? Dúvida cruel.

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Por que? Disse em minha crítica sobre o filme e repito aqui, a competência dos responsáveis pela mixagem de som é algo fora do comum (não disse bem nessas palavras, mas a intenção foi essa). É graças a eles que temos a agradável sensação de ouvir um vento uivando em um hotel na gélida Rússia. É graças a eles que notamos o barulho de xícaras batendo suavemente, dentre outros sons fantásticos que só colaboram para que adentramos à trama. A propósito, aproveito o ensejo para fazer um manifesto: “cadê “O Leitor” nesta categoria?”. Se o filme dirigido por Daldry estivesse concorrendo, o meu voto seria dele e “…Button” cairia para o segundo lugar.

Melhor Edição de Som:

* Richard King (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
* Frank Eulner e Christopher Boyes (Homem de Ferro)
* Tom Sayers (Quem Quer Ser um Milionário?)
* Ben Burtt e Matthew Wood (Wall-E)
* Wylie Stateman (O Procurado)

Quem vai vencer? Tom Sayers (Quem Quer Ser um Milionário?)
Por que? Pelos mesmíssimos motivos que votei neste mesmo filme em Melhor Mixagem de Som.

Quem tem chances de vencer? Todos
Por que? Não. Não estou escapando pela tangente. Acontece que todos os filmes, seja “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, seja “Homem de Ferro”, seja “Wall-E”, seja “O Procurado”, tem chances astronômicas de levar o troféu para casa, até mesmo porque todos são barulhentos o bastante para tal. Ou talvez eu devesse dar ouvidos à mesmíssima voz sussurrando bem baixinho em meu mesmíssimo ouvido direito os mesmíssimos dizeres: “___ Aposte em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, Daniel, seu idiota!”. Quem sabe eu não escute este conselho divino (será?), não é mesmo? Ou melhor não, melhor eu não seguir as vozes do Além que escuto, pois o que ouço geralmente são pedidos para matar alguém… brincadeirinha. É, eu sei que não teve graça, não há necessidade de esfregar na cara, ok?

Quem eu gostaria que vencesse? Richard King (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Por que? Explosões, tiroteios, socos, chutes e pancadarias em geral. Tudo sendo reforçado por um trabalho de inigualável qualidade por parte de Richard King. Não há como eu torcer para outro, há?

Melhores Efeitos Especiais:

* O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Batman – O Cavaleiro das Trevas, (Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin)
* Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)

Quem vai vencer? O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Por que? Quanto mais os Efeitos Especiais se mostrem inerentes à trama, ou seja, fujam daquele mero propósito de transformar o filme em um show piro tecnológico, mais a Academia se cativa com os mesmos e mais chances eles tem de faturar este prêmio. A trama de “…Benjamin Button” jamais funcionaria (até mesmo porque não tem força dramática o bastante para isso) sem a colaboração dos efeitos visuais do filme, logo, é mais do que óbvio que o filme estrelado por Brad Pitt irá vencer o prêmio.

Quem tem chances de vencer? Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)
Por que? A mesma voz surge pela terceira vez e pede para que eu não subestime “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Mas aí eu me defendo pela terceira vez e com mais certeza do que nunca, “Batman…” levará para casa um prêmio muito mais importante, o de Melhor Ator Coadjuvante. Sendo assim, porque a Academia iria fazer uma média com o filme de Nolan, se ela pode fazer a mesmíssima coisa com o filme estrelado por Robert Downey Jr. e, caso não o faça agora, jamais terá a oportunidade de premiar este filme que foi muito aclamado pela crítica (menos por mim, que o odiei e até criei polêmica aqui no Cine-Phylum por conta disso).

Quem eu gostaria que vencesse? O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Por que? Há algo que desprezo com todas as forças nas produções hollywoodianas atuais: o uso excessivo de efeitos especiais a fim de suprir a falta de qualidade dos demais aspectos de um filme. “…Benjamin Button”, no entanto, prima por nos mostrar como o uso de efeitos especiais pode, e deve, ser feito de um modo consciente e que colabore com o andamento da trama, além, é claro, de contar com uma qualidade bem acima da média. Se o Brad Pitt bem velho ou o mesmo Brad Pitt bem jovem soa tão verossímil quanto o Brad Pitt quarentão que conhecemos agora, isto não se deve apenas à maquiagem, ou, até mesmo, ao figurino do filme. Deve-se também aos efeitos especiais que sobrepõe o rosto de Pitt em corpos diferentes. Tudo de um modo extremamente natural e que foge completamente da artificialidade. Meu voto, como não poderia deixar de ser, fica com “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Melhor Animação:

Bolt – Supercão
* Kung Fu Panda
* Wall-E

Quem vai vencer? Wall-E
Por que? Eu sei que “Kung Fu Panda” venceu o Annie Awards. Também sei que este prêmio serve de indicador para o Oscar. Também sei que raramente um filme que o vence sofre uma derrota no Oscar de Melhor Animação. Contudo, sei, e sugiro ao leitor que também saiba, que em raros os casos o Oscar confere o prêmio de Melhor Animação a um filme que concorra apenas nesta categoria. “Wall-E”, por sua vez, está concorrendo a Melhor Mixagem de Som, Melhor Edição de Som, Melhor Canção Original, Melhor Trilha-Sonora Original e, vejam só, Melhor Roteiro Original. “Kung Fu Panda” está concorrendo a Melhor Roteiro Original? Está concorrendo a qualquer outro prêmio que seja? Foi indicado pela crítica especializada mundial como melhor filme de 2008? Pois bem, o prêmio fica, merecidamente, com Wall-E e ponto final.

Quem tem chances de vencer? Kung Fu Panda
Por que? Ok, vamos considerar então a hipótese de o vencedor do Annie Awards significar muito mais para a Academia do que a animação que está concorrendo a outros cinco prêmios na noite, dentre os quais, um dos mais importantes, Melhor Roteiro Original. Numa dessas, “Wall-E” perde, “Kung Fu Panda” ganha, e eu passo o resto de meu Carnaval internado em uma U.T.I. ou em um manicômio, louco de raiva.

Quem eu gostaria que vencesse? Wall-E
Por que? Por um acaso já disse que sou fã incondicional de “Wall-E”. Caso a resposta seja não (por favor, leitor, faça de conta que a resposta é não e mantenha este pobre indivíduo mais feliz), basta procurar, aqui no Cine-Phylum mesmo, a minha crítica sobre o filme da Disney/Pixar. Ou então basta saber que o elegi um dos melhores filmes de 2008. Caso queira saber também a minha opinião sobre “Kung Fu Panda”, procure o texto que escrevi sobre o mesmo aqui no Cine-Phylum, ou simplesmente saiba que o coloquei em uma posição nada confortável em minha lista dos piores filmes de 2008. Caso queira saber a minha opinião sobre “Bolt…” …ops, esse eu não assisti, mas ainda assim duvido que ele supere “Wall-E”.

Ainda faltam Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Documentário, Melhor Curta-Metragem, Melhor Documentário em Curta Metragem e Melhor Curta de Animação, mas confesso não ter tido acesso a estes tipos de filme neste último ano, logo, não posso opinar sobre os mesmos. Mas se ainda assim o leitor quiser que eu ‘chute’ estas categorias para, posteriormente, poder vir até este espaço virtual e caçoar de minha cara afirmando que errei veementemente em meus palpites, estarei postando-os mais abaixo, baseando-me mais em boatos do que quaisquer outros argumentos que sejam:

Melhor Filme Estrangeiro: Valsa Com Bashir (Israel).

Melhor Documentário: Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn.

Melhor Curta-Metragem: New Boy.

Melhor Documentário em Curta Metragem: The Conscience of Nhem En.

Melhor Curta de Animação: Presto.

Enfim, esta foi a minha (gigantesca, eu assumo) relação das obras que penso que sairão vencedoras, ou que terão grandes chances de saírem vencedores, ou que deveriam sair vencedoras (caso houvesse justiça no mundo, o que, de fato, não há) da cerimônia da 81ª edição do Oscar.
Gostaria de dizer apenas duas coisas para concluir: 1°) Isto é apenas uma mera diversão e não tem intenção, nem pretensão, alguma de fazer com que pessoas apostem, seja lá o que for, embasados na lista supracitada e 2°) Levando-se em conta que ainda não assisti a muitíssimos filmes que estão concorrendo aos mais diversificados prêmios deste ano, esta lista estará sujeita à mudanças constantes a qualquer instante, na medida em que eu for conferindo os filmes indicados.

Muitíssimo obrigado a todos,

Um forte abraço,

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Vencedores – Bafta 2009

fevereiro 9, 2009 Deixe um comentário
Quer “brincar” de adivinhar quais serão os vencedores do Oscar de um determinado ano? É só ficar de olho nos vencedores do BAFTA (considerado o Oscar britânico) do mesmo ano. Ocorrida ontem, aos 08 de fevereiro de 2009, em Londres, a cerimônia de entrega do BAFTA só confirmou aquilo que eu já havia mencionado em minha crítica sobre “Quem Quer Ser um Milionário?”: o filme, brilhantemente dirigido por Danny Boyle, será o vencedor do Oscar de Melhor Filme deste ano. Aliás, não só Melhor Filme como também Melhor Diretor, Melhor Montagem e Melhor Roteiro Adaptado. Merecido? No que diz respeito às categorias de Melhor Diretor e Melhor Montagem, sim, pois em ambas ele é disparado o melhor do ano. E nas demais categorias? Não, nem um pouco. Ainda assim, é muito mais justo premiar “Quem Quer Ser um Milionário?” do que premiar “O Curioso Caso de Benjamin Button”. “Das pragas, a menor.”, como diria o capitão do navio de guerra britânico HMS Surprise, Jack ‘Lucky’ Aubrey, no excelente filme “Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante da Terra”. Sei que ambas as produções não são necessariamente duas pragas, mas não há como negar que as duas são excessivamente superestimadas. Tanto o filme de Fincher, quanto o de Boyle, são bons, mas não mais do que isso e o exagerado número de indicações ao Oscar que ambos os filmes receberam só os tornam ainda mais superestimados. Uma pena, pois produções infinitamente superiores, tais como: “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, “Wall-E”, “A Troca” e até mesmo “O Leitor” (que está concorrendo este ano, mas não irá vencer), além de merecerem ter muito mais prestígio do que realmente tiveram, correm um pequeno risco de serem esquecidas com o passar dos anos. Tudo por culpa da esnobada que a Academia lhes deu e/ou dará na cerimônia de entrega da estatueta mais cobiçada do Cinema (como é o caso de “O Leitor” que não levará uma única estatueta).
Enfim, vamos à lista dos vencedores do Bafta de 2009 que é o que interessa:
Melhor Filme: Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhor Diretor: Danny Boyle, por Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhor Roteiro Original: Na Mira do Chefe, escrito por Martin McDonagh.
Melhor Roteiro Adaptado: Quem Quer Ser um Milionário?, escrito por Simon Beaufoy.
Melhor Ator: Mickey Rourke, por O Lutador.
Melhor Atriz: Kate Winslet, por O Leitor.
Melhor Ator Coadjuvante: Heath Ledger, por Batman – O Cavaleiro das Trevas.
Melhor Atriz Coadjuvante: Penelope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona.
Melhor Trilha Sonora: Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhor Fotografia: Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhor Edição: Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhor Design de Produção: O Curioso Caso de Benjamin Button.
Melhor Figurino: A Duquesa.
Melhor Som: Quem Quer Ser um Milionário?.
Melhores Efeitos Especiais: O Curioso Caso de Benjamin Button.
Melhor Maquiagem e Cabelo: O Curioso Caso de Benjamin Button.
Melhor Filme Britânico: Man on Wire.
Melhor Filme de Língua Não Inglesa: Ive Loved You So Long.
Melhor Animação: Wall-E.
Melhor Curta de Animação: Wallace and Gromit: A Matter of Loaf and Death.
Prêmio Carl Foreman (para diretores, roteiristas ou produtores britânicos estreantes): Steve McQueen, diretor e roteirista de Hunger.
Melhor Curta-Metragem: September.
Prêmio Orange Rising Star (votado pelo público): Noel Clarke.

Oscar 2009 – Indignações – Parte 1

janeiro 24, 2009 Deixe um comentário
Sei que vivo reclamando da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (a propósito, como um bom niilista, misantropo e depressivo, é normal que eu reclame de tudo, do contrário não seria niilista, misantropo e depressivo, muito menos Crítico de Cinema), mas desta vez minhas queixas são mais do que válidas. Quando será que aquele bando de velhotes rabugentos (ainda mais rabugentos do que este velho jovem de vinte e cinco anos de idade que vos escreve) irá perder o preconceito? Aliás, que preconceito viria a ser este? Francamente, não vejo lógica alguma no preconceito destes imbecis. Ops… perdão… minha ira é tamanha que nem informei aos leitores a qual espécie de preconceito estou me referindo. Está bem então, descrevê-lo-ei no parágrafo abaixo.

Estava me referindo à insuperável descriminação que a Academia tem em premiar filmes de fantasia, tais como “O Cavaleiro das Trevas” e “Wall-E”. Sei que nenhum dos dois são, necessariamente, filmes fantásticos (no sentido literal da palavra), mas os gêneros animações e histórias em quadrinho, de uma forma ou de outra, estão interligados à categoria cinematográfica que consagrou obras-primas como “O Mágico de Oz” e “O Senhor dos Anéis”. Agora, sejamos francos, o que é mais ‘sério’ (uso esta palavra pois a Academia sempre finge utilizá-la ao selecionar os candidatos ao Oscar): um filme de fantasia ou um filme fantasioso? Um filme de fantasia, como o próprio nome diz, encontra-se diretamente ligado a um mundo fantástico, ou seja, a um mundo que não tem pretensões algumas em estabelecer quaisquer elos diretos com a realidade, ou quando tem, o faz através de metáforas. Um filme fantasioso, por sua vez, se atreve a utilizar o nosso mundo e forçar-nos a escorregar goela abaixo uma salada nada digestiva acrescentando aspectos implausíveis de serem absorvidos em um contexto real em um mundo exacerbadamente plausível de se absorver em um contexto real.

Por este motivo, talvez, eu não seja lá um grande fã de filmes de horror, pois os mesmos fogem veementemente da razão. No entanto, na condição de Crítico de Cinema devo eliminar certos preconceitos e analisar tais filmes objetivamente. Agora, uma coisa é você analisar um filme profissionalmente e deixar o lado pessoal de lado, outra coisa é você superestimar uma obra que foge visivelmente dos limites do verossímil e atribuir um prêmio à mesma. Uma coisa é você adorar um filme que se assume como fantástico e reconhecer que o mesmo merece um prêmio do naipe do Oscar (o bem da verdade é que não sei se esta estatueta ridícula representa lá grande coisa para o Cinema, mas enfim…), que é o caso de “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei”, outra coisa é você fazer o mesmo com um filme que nem sempre se assume como fantástico, mas carrega em seu roteiro aspectos para lá de fantasiosos (como é o caso de “O Curioso Caso de Benjamin Button”).

Tendo em vista tudo isso, só podemos concluir que o preconceito dos imbecis que representam a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (não me admira saber que boa parte dos membros que a compõe são judeus e conservadores) não tem fundamento algum e é contraditório. Se recusam a premiarem um filme de histórias em quadrinhos e uma animação por julgarem que tais obras não são suficientemente ‘sérias’, mas atribuem 13 (pois é, 13!!!) indicações a um filme cuja origem de toda a fantasia embutida em seu frágil roteiro nem ao menos é explicada.

É, indubitavelmente, uma pena tomarmos ciência de que tais preconceitos são provenientes de uma entidade que deu a entender ter se redimido completamente no ano passado, quando atribuiu o prêmio principal a um filme ‘moderninho’ demais para os seus padrões pré-estabelecidos. Refiro-me ao excelente “Onde os Fracos Não Têm Vez”. Lembro-me de que na ocasião comentei que, se por um lado a vitória de tal obra sobre “Sangue Negro” não era justa, por outro lado representava um paradigma quebrado pelos votantes conservadores que, inesperadamente, atribuíram o troféu principal daquela noite a um longa que fugia completamente dos conceitos mais básicos da premiação. Infelizmente tais preconceitos voltaram a vigorar agora, de maneira bem mais ampla, ao vermos “O Curioso Caso de Benjamin Button” ser superestimado. Um filme que conseguiu a façanha de ser ainda mais ‘redondinho’ que “Forrest Gump – O Contador de Histórias” conseguiu também enganar a maior parte dos votantes. Lástima, pro inferno com essa Academia preconceituosa de merda (virou moda por aqui, não é? Mas o baixo calão que estou adotando ao Cine-Phylum só espelha o baixo calão adotado pela indústria cinematográfica contemporânea).

Mas há algo que me conforta nessa estória toda. Apesar de estar passando por uma das experiências mais trágicas de minha vida como cinéfilo, é incrivelmente confortante notarmos como Críticos de Cinema do mundo todo estão criticando a Academia. A propósito, há muito tempo, desde que aquela merda (de novo!) chamada “Titanic” abocanhou mais de uma dúzia de indicações, que não via um amontoado tão grande de Críticos descerem a lenha tão violentamente na Academia. Me conforta ainda mais saber que, na premiação da OFCS (Online Films Critics Society, ou seja, Sociedade de Críticos de Filmes (ao “pé da letra, pois a concepção” “Cinema” viria mais a calhar que “Filmes”) da Internet) o vencedor foi o excelente “Wall-E” que, sejamos francos, é muito mais digno de tal prêmio que o superestimado longa de Eric Roth.

Enfim, encerro esta primeira parte sobre minhas indignações para com o Oscar 2009 aqui, creio que no próximo final de semana eu deva comentar mais alguma coisa.

Obs. 1: Em virtude dos ataques que realizei a “O Curioso Caso de Benjamin Button” enquanto escrevia este texto, decidi tomar uma atitude que nunca havia tomado antes, alterar a nota que havia dado para o filme em questão. Comecei a notar que até mesmo eu estava o superestimando e mudei a avaliação final do filme de 7,5 para 6,5; de 4 estrelas para 3 estrelas.

Obs. 2: Na próxima parte sobre as minhas indignações para com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, atacarei mais abertamente a superestimação em cima do filme de Roth e Fincher, uma vez que nesta primeira parte dediquei-me mais a criticar os preconceitos da entidade responsável pela premiação.

Abraço (sem rancor no coração) a todos!!!

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Saldo da Aposta dos Indicados ao Oscar 2009

janeiro 24, 2009 Deixe um comentário
Uma vez publicadas as listas com os meus palpites sobre os possíveis indicados ao Oscar 2009 e os filmes que realmente foram indicados ao prêmio, farei aqui um balanço sobre os meus erros e acertos e, como não poderia deixar de ser, opinarei sobre a decisão dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas:

Melhor Filme:
Acertei 60% dos palpites.
Considerações: a grande surpresa fica por conta da esnobada que a Academia deu em “Foi Apenas um Sonho” ou, no original, “Revolutionary Road”. Com o perdão pelo péssimo trocadilho, a indicação deste aos principais prêmios “foi apenas um sonho” (é, eu sei, a piada foi infame, não é mesmo? Acontece que estou treinando para roteirizar o programa “Zorra Total”). Surpreendente também foi a não indicação de “The Wrestler” aos principais prêmios, uma vez que o mesmo era dado quase como certo na disputa. Outro grande acontecimento inesperado foi a indicação de “O Leitor” para Melhor Filme. O longa havia sendo esnobado pelas principais premiações e a sua indicação acabou deixando-nos boquiabertos. Não imaginava também que “Frost/Nixon” pudesse concorrer, uma vez que o mesmo estava recebendo muitas críticas negativas da mídia especializada. Os demais indicados? Só assisti a “O Curioso Caso de Benjamin Button” e “Quem Quer Ser um Milionário? (até que enfim “Slumdog Millionnarie” ganhou um título nacional, muito ruim diga-se, mas ainda assim é um título nacional) e digo, ambos são superestimados e, infelizmente, a disputa deverá ficar entre os dois. Lastimável “O Cavaleiro das Trevas”, “Wall-E” e “A Troca” terem ficado de fora.

Melhor Diretor:
Acertei 80% dos palpites.
Considerações: parece que, ao lado da esnobada atribuída a “Foi Apenas um Sonho”, a valorização de “O Leitor” foi a maior surpresa desta revelação de indicados ao Oscar. Da mesma forma que não contava com o filme de Stephen Daldry para Melhor Filme, também não apostava um centavo sequer na sua indicação para Melhor Diretor. Quanto aos demais, digo que eram previsíveis. Aproveito para ratificar a decisão da Academia em indicar Fincher e Boyle, afinal de contas, se seus filmes contam com defeitos, estes não se devem a seus trabalhos, sobretudo o primeiro que conferiu uma sensibilidade fora do comum a “O Curioso Caso de Benjamin Button”.

Melhor Roteiro Original:
Acertei 40% dos palpites (vergonha!!!).
Considerações: quem poderia imaginar que “Vicky Cristina Barcelona”, “Gran Torino” e “The Wresler” fossem ficar de fora (sobretudo o filme de Woody Allen, cineasta este que nunca fica de fora de uma disputa)? Todos os três estavam sendo ovacionados demais e esperava-se que a Academia reconhecesse isso. No entanto, não foi o que aconteceu. Lamentável o ótimo filme de Woody Allen ficar de fora deste quesito que, sem duvida alguma, merecia concorrer. Quanto a “Milk” e “Wall-E”, ambos eram previsíveis e confesso ter ficado extremamente feliz ao ver o filme do simpático e carismático robozinho concorrendo a um prêmio tão importante (apesar de que o mesmo também merecia concorrer por Melhor Diretor e Melhor Filme). Quanto aos demais filmes, terei de assistir aos mesmos para confirmar se merecem, ou não, tal indicação (e isso será ótimo, principalmente levando-se em conta que eu gostaria muito de assistir a “Na Mira do Chefe”, uma vez que não tive a oportunidade de conferir a sua estréia no Cinema).

Melhor Roteiro Adaptado:
Acertei 80% dos palpites (pronto, estou começando a recuperar minha honra!!!).
Considerações: preciso comentar? É claro que o único erro que cometi aqui deve-se à zebra desta temporada: o filme “O Leitor”. A propósito, preciso assisti-lo o quanto antes para confirmar o que ele possui de tão especial a ponto de surpreender todo mundo. Quanto aos demais, discordo das indicações de “Quem Quer Ser um Milionário?” e, principalmente, da enxurrada de clichês chamada “O Curioso Caso de Benjamin Button”. “Duvida” (Doubt) e “Frost/Nixon” estavam recebendo muitas indicações em outras premiações neste quesito, logo, tornou-se fácil deduzir que ambos seriam indicados aqui.

Melhor Montagem:
Acertei 100% dos palpites (UAU!!! Agora sim restabeleci minha honra por completo!!!).
Considerações: gostei muito da montagem de “O Cavaleiro das Trevas” e até mesmo das montagens de “O Curioso Caso de Benjamin Button” e “Quem Quer Ser um Milionário?”, logo, não tenho o que reclamar aqui (apesar de ter sentido uma falta tremenda de “A Troca” e “Wall-E”, mas tudo bem). Mais uma vez deduzi “Milk” e “Frost/Nixon” pelo mesmíssimo motivo: ambos estavam sendo muito bem cotados neste item e as chances de ficarem de fora seriam praticamente nulas. Quanto a “O Cavaleiro das Trevas”, este foi um filme muito bem recebido pela crítica e pelo público e era óbvio que a Academia iria lhe ceder ao menos uma vaga dentre, pelo menos um, dos prêmios principais.

Melhor Ator:
Acertei 80% dos palpites.
Considerações: conforme mencionei, ninguém esperava a esnobada da Academia em cima de “Foi Apenas um Sonho”, logo, a vaga de Leonardo DiCaprio sendo preenchida por Richard Jenkis era algo inesperado (ao menos para mim, levando-se em conta que DiCaprio sempre concorre a alguma coisa). Quanto aos demais, não há nenhuma novidade. Ah, e Brad Pitt merece sim ser indicado, pois é como disse, se “…Benjamin Button” possui falhas, as mesmas estão presentes no roteiro do mesmo, e não nos demais quesitos da obra, sobretudo na magnífica atuação de Pitt.

Melhor Atriz:
Acertei 80% dos palpites.
Considerações: longe de querer criar tergiversações para justificar meu erro, digo que a culpa foi da Academia. Sim, o papel de Kate Winslet em “O Leitor” é tido como coadjuvante, e não protagonista, logo, a atriz está concorrendo pelo filme errado na categoria errada. O correto seria indicá-la da maneira que previ, melhor atriz por “Foi Apenas um Sonho”. Preciso comentar o quão feliz fiquei com a indicação de Jolie por “A Troca”? Não, não é mesmo? A Academia tinha que atribuir uma indicação de peso ao filme de Eastwood, escolheu esta. Quanto as demais atuações, ainda não as conferi.

Melhor Ator Coadjuvante:
Acertei 80% dos palpites.
Considerações: juro que ia inserir Robert Downey Jr. por “Trovão Tropical”, mas na hora H optei por um dos queridinhos da Academia neste ano. Não, não me refiro a Dev Pael, mas sim a supervalorização de “Quem Quer Ser um Milionário?”. Afinal de contas, por mais que a atuação de Downey Jr. se mostrasse superior à de Pael, como seria possível a Academia deixar uma de suas maiores apostas de fora deste quesito e dar a vaga a um ator que trabalhou em um filme que não receberá nenhum prêmio durante a cerimônia? Pois é, acontece que os votantes decidiram quebrar alguns paradigmas e colocar um papel menos, digamos, sério para concorrer ao troféu em questão. Fora Downey Jr., os demais candidatos eram ridiculamente previsíveis e a indicação deles era mais do que óbvia, principalmente Heath Ledger que, certamente ficará com o prêmio póstumo.

Melhor Atriz Coadjuvante:
Acertei 60% dos palpites (minha honra volta a ser questionada!!!).
Considerações: aqui reconheço que foi falha minha. Bem, não apenas falha minha como também da Academia, afinal de contas, conforme já havia mencionado, quem poderia adivinhar que os votantes iriam considerar o papel de Winslet em “O Leitor” como sendo personagem principal e não coadjuvante? Agora, reconheço que falhei terrivelmente ao esnobar “Dúvida”, que irá concorrer contando com duas atrizes indicadas ao mesmo prêmio: Amy Adams e Viola Davis (algo raro de se ver no Oscar). Confesso que fui uma anta ao esnobar o filme em questão e, por este motivo, desperdicei dois votos. A indicação de Penelope Cruz é mais do que merecida e, quanto as demais atrizes, ainda não pude acompanhar o trabalho destas.

Melhor Trilha-Sonora Original:
Acertei 80% dos palpites (minha honra volta a ser enaltecida!!!).
Considerações: Uma coisa é certa, neste quesito, todo ano concorre a animação que irá levar o prêmio de Melhor Animação (no caso, “Wall-E”) e quase todo ano concorrem os dois filmes que têm mais chances de faturar o prêmio de Melhor Filme (no caso, “… Button” e “… Milionário?”). Há também o filme que disputará Melhor Filme sem muitas chances de vencer (no caso, “Milk”) e, como sempre, a obra surpresa. Esperava ser surpreendido por “Gran Torino”, marquei bobeira e fui surpreendido por “Defiance”. Coisas da vida. Enfim, gosto muito das trilhas de “Wall-E”, “… Button” e “… Milionário”, logo, todas as três mereceram a indicação. As outras duas desconheço.

Melhor Canção Original:
Acertei 66,6% dos palpites.
Considerações: não sei onde estava com a minha cabeça de girino a ponto de fazer 5 apostas em uma categoria que só permite 3 indicações. Enfim, gafes à parte, não esperava que, com tantas canções excepcionais, a Academia fosse ficar com duas de um mesmo filme. De qualquer forma gosto de todas as três, mas confesso que “Down to Earth” de “Wall-E” me atrai muito mais. Três indicações merecidas.

Melhor Maquiagem:
Acertei 66,6% dos palpites.
Considerações: muito têm-se comentado sobre a maquiagem de “O Leitor” e decidi apostar no mesmo. Me dei mal. Para o lugar deste a Academia indicou “Hellboy II – O Exército Dourado”. Sabia escolha, afinal de contas, a maquiagem contida no filme do “Vermelho” não só é magnífica como também é inerente à obra. “O Cavaleiro das Trevas” e “… Button” então nem se comenta, sobretudo a do segundo que consegue a façanha de deixar um bebê com a pele toda enrugada e o quarentão Brad Pitt com rosto de adolescente de 18 anos. Todas as indicações foram merecidas.

Melhor Direção de Arte:
Acertei 40% dos palpites.
Considerações: ai, ai, ai… que furada!!! Subestimei “Batman” e dava a indicação de “Australia” como quase certa. “O Leitor” foi um tiro no escuro e, justo uma das únicas categorias em que aposto no mesmo, o filme de Stephen Daldry me decepciona. Equivoquei-me amplamente também ao imaginar que “Indiana Jones 4” iria ser reconhecido pela Academia graças a força que o seu protagonista tem, mas parece que os votantes não quiseram nem saber, agiram objetivamente (ao menos uma vez na vida eles teriam que se portar de tal forma) e deixaram o filme de Spielberg de fora. Quanto a “… Button” e “Foi Apenas um Sonho” eram mais do que previsíveis as indicações de ambos. Merecidas, aliás.

Melhor Fotografia:
Acertei 60% dos palpites.
Considerações: “O Curioso Caso de Benjamin Button” não só mereceu a indicação como também merece o prêmio que certamente irá levar (uma das poucas estatuetas a que foi indicado e realmente merece por as mãos). “Quem Quer Ser um Milionário?” e “Foi Apenas um Sonho” também mereceram a indicação e foi fácil deduzir que ambos entrariam na disputa, pois estavam sendo muito bem elogiados pela qualidade de suas Direções de Fotografia. Fiquei feliz por ter errado extremamente em relação a “O Cavaleiro das Trevas” e “A Troca”, afinal de contas, ambos são dignos da indicação que receberam e se os subestimo, é porque sabia que a Academia também o viria a fazer, só não sabia que a mesma iria os reconhecer nesta categoria “Melhor Fotografia”. A esnobação sobre “Australia”, no entanto, foi, inquestionavelmente imprevisível, pois muitos profissionais não pouparam elogios em relação à qualidade da fotografia do longa em questão.

Melhor Mixagem de Som:
Acertei 60% dos palpites.
Considerações: é aquela estória: apostei em “… Benjamin Button” nesta categoria porque muitos profissionais da área falavam bem e blá, blá, blá… Mereceu? Sim, tanto que em minha crítica feita ao filme de Fincher, a fim de elogiar o trabalho dos responsáveis pela mixagem de som, citei o exemplo do vento uivando e o modo como este nos introduz ao clima da obra. Vale lembrar também a cena da batalha naval, onde a mixagem de som colabora muito para a perfeita execução desta. Apostei em “Batman – O Cavaleiro das Trevas” e “Wall-E” por ter deduzido que ambos eram barulhentos o suficiente para concorrem ao prêmio. Agora, seguindo a lógica de que quanto mais barulhento for um determinado filme maior é chance deste concorrer à categoria “Melhor Mixagem de Som”, por que cargas d’água não apostei em “O Procurado” e “Quem Quer Ser um Milionário?”?

Melhor Edição de Som:
Acertei 60% dos palpites.
Considerações: os mesmíssimos comentários da categoria supra, mas com um único acréscimo: “Australia” e “Defiance” são filmes barulhentos, mas “O Procurado” e “Quem Quer Ser um Milionário?” são ainda mais. Por este motivo a vaga ficou com estes dois últimos e não com os filmes em que eu havia apostado outrora.

Melhores Efeitos Especiais:
Acertei 100% dos palpites.
Considerações: não só são os três mais bem comentados no que diz respeito a efeitos especiais como também são, definitivamente, os três longas que mais se destacam nesta categoria. Todos muito bons. Todos mesmo.

Melhor Animação:
Acertei 66,6% dos palpites.
Considerações: “Bolt – O Supercão” no lugar de “Valsa Com Bashir”?! Mas que m… é essa? Pro inferno com essa Academia ridícula. Já não basta indicar o superestimado “O Curioso Caso de Benjamin Button” em 13 categorias, os velhotes ridículos ainda colocam um filminho tolo como “Bolt…” no lugar de “… Bashir”? Enfim, tão previsível quanto a vitória de Ledger em “Melhor Ator Coadjuvante” é a vitória de “Wall-E” nesta categoria. Aliás, em um mundo minimamente decente, “Wall-E” não só mereceria vencer nesta categoria como também mereceria concorrer e vencer na categoria de “Melhor Filme” também (é claro que caso a animação de Stanton concorresse diretamente com “O Cavaleiro das Trevas”, o longa do Homem-Morcego justamente levaria a melhor). Quanto às outras animações, ambas são duas porcarias superestimadas. Vaias para a Academia! Morte aos membros que a compõe!

Melhor Filme Estrangeiro:
Acertei 60% dos palpites.
Considerações: dentre os indicados, confesso ter assistido somente a “Valsa Com Bashir” e os demais foram meros ‘chutes’ embasados em outras premiações. Ainda assim tive a felicidade de ter acertado a maioria dos filmes.
Considerações finais: estou muito contente por ter acertado a maior parte dos filmes em que apostei (salvo “Melhor Roteiro Original” e “Melhor Direção de Arte”. Pesquisei bastante a respeito antes de postar a minha lista e meu esforço não foi em vão. Quanto às decisões da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, só uma coisa a declarar: que Hitler, Mussolini, Pinochet e Stalin renasçam e passem a perseguir todos os membros da Academia, submetendo-os (não apenas eles mas as suas próximas dez gerações) a todos os tipos de torturas cruéis, insanas, psicóticas e desumanas que se possa imaginar. Em breve, postarei um texto sobre a minha indignação para com o Oscar deste ano.

Abraços a todos!

Daniel Esteves de Barros – Editor do Cine-Phylum.

Lista dos Indicados ao Oscar 2009

janeiro 22, 2009 Deixe um comentário
Enfim, sai os indicados ao Oscar 2009. A princípio, postarei apenas a relação de todos os concorrentes de cada categoria, posteriormente, publicarei os meus comentários sobre a concordância, ou não, com a relação dos indicados e comentarei meus erros e acertos realizando uma analogia entre minha lista de possíveis indicados ao Oscar 2009 com a lista oficial da Academia.

Melhor filme:

O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk
O Leitor
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire )

Melhor atriz:

Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
Meryl Streep (Dúvida)
Kate Winslet (O Leitor)

Melhor ator:

Richard Jenkis (The Vistor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
Sean Penn (Milk)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Mickey Rourke (The Wrestler)

Melhor atriz coadjuvante:

Amy Adams (Dúvida)
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (The Wrestler)

Melhor ator coadjuvante:

Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk)
Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)

Melhor diretor

Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire ))
Stephen Daldry (O Leitor)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk)

Melhor roteiro original:

Frozen River
Simplesmente Feliz
Na Mira do Chefe
Milk
Wall-E

Melhor roteiro adaptado:

O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
O Leitor
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire )

Melhor trilha sonora original:

Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Defiance)
A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire ))
Danny Elfman (Milk)
Thomas Newman (Wall-E)

Melhor canção original:

Down to Earth (Wall-E)
Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário? – Slumdog Millionaire)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário? – Slumdog Millionaire)

Melhor filme estrangeiro:

Der Baader Meinhof Komplex, de Uli Edel (Alemanha)
Waltz With Bashir, de Ari Folman (Israel)
The Class, Laurent Cantet (França)
Departures, Yojiro Takita (Japão)
Revanche, de Gotz Spielmann (Áustria)

Melhor animação:

Bolt – Supercão
Kung Fu Panda
Wall-E

Melhor curta de animação:

La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato
Lavatory – Lovestory, de Konstantin Bronzit
Oktapodi, de Emud Mokhberi e Thierry Marchand
Presto, de Doug Sweetland
This Way Up, de Alan Smith e Adam Foulkes

Melhor documentário:

The Betrayal (Nerakhoon), de Ellen Kuras e Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, de Werner Herzog e Henry Kaiser
The Garden, de Scott Hamilton Kennedy
Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn
Trouble the Water de Tia Lessin e Carl Deal

Melhor documentário em curta-metragem:

The Conscience of Nhem En
The Final Inch
Smile Pinki
The Witness – From the Balcony of Room 306

Melhor curta-metragem:

Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
Spielzeugland (Toyland)

Melhor direção de arte:

A Troca
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho

Melhor fotografia:

A Troca (Tom Stern)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Claudio Miranda)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister)
O Leitor (Chris Menges and Roger Deakins)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire ) (Anthony Dod Mantle)

Melhor edição:

O Curioso Caso de Benjamin Button (Kirk Baxter e Angus Wall)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Lee Smith)
Frost/Nixon (Mike Hill and e Hanley)
Milk (Elliot Graham)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire ) (Chris Dickens)

Melhor mixagem de som:

O Curioso Caso de Benjamin Button (David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Mark Weingarten)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Lora Hirschberg, Gary Rizzo e Ed Novick)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire ) (Ian Tapp, Richard Pryke e Resul Pookutty)
Wall-E (Tom Myers, Michael Semanick e Ben Burtt)
O Procurado (Chris Jenkins, Frank A. Montaño e Petr Forejt)

Melhor edição de som:

Batman – O Cavaleiro das Trevas (Richard King)
Homem de Ferro (Frank Eulner e Christopher Boyes)
Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire) (Tom Sayers)
Wall-E (Ben Burtt e Matthew Wood)
O Procurado (Wylie Stateman)

Melhores efeitos especiais:

O Curioso Caso de Benjamin Button (Eric Barba, Steve Preeg, Burt Dalton e Craig Barron)
Batman – O Cavaleiro das Trevas, (Nick Davis, Chris Corbould, Tim Webber e Paul Franklin)
Homem de Ferro (John Nelson, Ben Snow, Dan Sudick e Shane Mahan)

Melhor maquiagem:

O Curioso Caso de Benjamin Button (Greg Cannom)
Batman – O Cavaleiro das Trevas, (John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan)
Hellboy II (Mike Elizalde e Thom Floutz)

Melhor figurino:

Austrália (Catherine Martin)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Jacqueline West)
A Duquesa (Michael O’Connor)
Milk (Danny Glicker)
Foi Apenas um Sonho (Albert Wolsky)

Fonte Universo On-Line