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Crítica – Homem de Ferro

maio 23, 2008 3 comentários

Quem acompanha minhas críticas há algum tempo já deve ter percebido que nunca fui lá muito fã de histórias em quadrinhos e, por este motivo, sempre que vou analisar um filme inspirado em uma, creio que seja mais do que conveniente mencionar isto antes de dar início à crítica, afinal de contas, seria um prévio aviso ao leitor de que não irei analisar um filme realizando analogias entre este e a fonte que o inspirou. Partindo do ponto de vista nulo, este “Homem de Ferro” será por mim analisado apenas como um filme, não como uma adaptação, portanto, qualquer falha desta natureza encontrada em meu texto peço desculpas adiantadas ao leitor.

Ficha Técnica:
Título Original: Iron Man
Gênero: Aventura
Tempo de Duração: 126 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 2008
Site Oficial: www.homemdeferro.com.br
Estúdio: Dark Blades Film / Marvel Entertainment / Road Rebel
Distribuição: Paramount Pictures / UIP
Direção: Jon Favreau
Roteiro: Art Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus e Hawk Otsby, baseado em personagens criados por Stan Lee, Don Heck, Jack Kirby e Larry Lieber
Produção: Avi Arad e Kevin Feige
Música: Ramin Djawadi
Fotografia: Matthew Libatique
Desenho de Produção: J. Michael Riva
Direção de Arte: Suzan Wexler
Figurino: Rebecca Bentjen e Laura Jean Shannon
Edição: Dan Lebental
Efeitos Especiais: Industrial Light & Magic / The Orphanage / Lola Visual Effects / The Embassy / Pixel Liberation Front / Stan Winston Studio / Gentle Giant Studios
Elenco: Robert Downey Jr. (Tony Stark / Homem de Ferro), Terrence Howard (Tenente-coronel James “Jim” Rhodes), Jeff Bridges (Obadiah Stane / Monge de Ferro), Leslie Bibb (Christine Everhart), Shaun Toub (Yinsen), Faran Tahir (Raza), Sayed Badreya (Abu Bakaar), Bill Smitrovich (General Gabriel), Clark Gregg (Agente Phil Coulson), Tim Guinee (Major Allen), Gwyneth Paltrow (Virginia “Pepper” Potts), Kevin Foster (Jimmy), Garett Noel (Pratt), Eileen Weisinger (Ramirez), Ahmed Ahmed (Ahmed), Gerard Sanders (Howard Stark), Jon Favreau (Hogan), Thomas Craig Plumer (Coronel Craig), Samuel L. Jackson (Nick Fury) e Stan Lee.


Sinopse:

Tony Stark (Robert Downey Jr.) é um industrial bilionário e um brilhante inventor. Ao ser seqüestrado ele é obrigado, por terroristas, a construir uma arma devastadora, mas, ao invés disto, constrói uma armadura de alta tecnologia que permite que fuja de seu cativeiro. A partir de então ele passa a usá-la para combater o crime, sob o alter-ego do Homem de Ferro.

Iron Man – Trailer

Crítica:

Histórias em quadrinhos são sempre a mesma coisa: ou temos uma pessoa extremamente comum que ganha super poderes após sofrer uma mutação genética (e na grande maioria dos casos, tal mutação ocorre em virtude a uma experiência radioativa que acaba sendo mal sucedida) ou então temos a mesma pessoa extremamente comum, mas rica ao extremo, que se sensibiliza com os fracos e oprimidos e decide utilizar toda a sua fortuna para protegê-los dos vilões gananciosos que tanto os ameaça. Este “Homem de Ferro” utiliza a segunda hipótese a fim de construir o seu personagem principal e, como já era de se esperar, afunda em todos os clichês possíveis do gênero.

O protagonista é um reles playboy que ocupa o seu tempo única e exclusivamente com mulheres, carrões, jogos de azar e dinheiro, mas após passar por uma experiência traumática (é seqüestrado por um grupo terrorista no Afeganistão que cometem atentados utilizando armas fabricadas pela indústria bélica dirigida e administrada por ele) decide, da maneira mais artificial o possível (o roteiro deveria ter desenvolvido o lado sentimental do personagem de maneira mais convincente), utilizar sua indústria para fazer o bem. A partir deste momento Starks (protagonista do longa, que será chamado assim de agora em diante) constrói uma armadura com um tremendo poder de defesa e destruição e utiliza a mesma para tornar o mundo um lugar melhor para se viver.

Mas os clichês não param por aí. Starks se envolve amorosamente com a sua secretária (o típico romance dispensável para a trama) que, claro, é uma moça extremamente bondosa, amável, simpática, atenciosa, fiel e confiável (mulher fiel e confiável hoje em dia? Ah sim, isto é um filme, apenas ficção) e o vilão coadjuvante (se é que este termo existe) é o estereótipo do vilão carrancudo e cruel e, a fim de aumentar ainda mais a artificialidade do mesmo, a maquiagem se atreve a pintar uma enorme mancha vermelha (sinceramente não sei se aquilo vem a ser sangue ou não) em sua nuca (ah, é claro que o vilão coadjuvante é calvo, como não poderia deixar de ser). No entanto, confesso ter me surpreendido, e muito, com o vilão principal do filme que, apesar de megalomaníaco ao extremo, não possui, aparentemente, quaisquer características inamistosas ou caricatas ao extremo.

Voltando aos defeitos do longa, infelizmente estes não se resumem apenas a seus clichês. O desenvolvimento inicial do super-herói do longa também deixa a desejar bastante. É incrível como o diretor Jon Favreau realiza tal desenvolvimento de maneira burocrática e, consequentemente, demasiadamente lenta, fazendo com que o público demore excessivamente para se identificar com o herói, além é claro, de tornar o filme monótono e cansativo durante o seu primeiro ato.

Mas nem tudo são erros em “Homem de Ferro”. Se por um lado o roteiro, assim como a direção, deixa a desejar, por outro lado temos uma ótima direção de arte (repare só no modo cauteloso como as armaduras do personagem-título e do vilão do filme foram criadas), efeitos visuais muito bons, tal como os efeitos sonoros, uma trilha-sonora fantástica (apesar de que o longa abre justamente com a música mais lugar-comum do AC/DC) e as seqüências de ação, apesar de poucas, são ótimas e a atuação de Robert Downey Jr. é bem consistente (apesar de Gwyneth Paltrow estar mais canastrona do que nunca).

Avaliação Final: 3,5 na escala de 10,0.

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